sábado, 31 de maio de 2008

Cineclube (uma sugestão)

Esta casa acredita (ECA) que o Cineclube devia passar o American Pie.


7min= 250 palavras (para os devidos efeitos)

A favor:

1. Maria João Cocco da Fonseca e Guilherme D'Orange
2. Tiago Azevedo e Francisco Noronha

Contra:

1. Daniela Ramalho e Manuel Rezende
2. Ruben Ribeiro e Ricardo Lima

"I predict a riot ..."




Já agora ... vale a pena ver este: http://www.youtube.com/watch?v=Ycgegp0KdE4 (não vale usar esta definição ... chama-se "squirrel", definir uma moção de forma perfeitamente idiota))

18 comentários:

Manuel Marques Pinto de Rezende disse...

um clássico. ficarão para sempre aquelas palavras finais:
"oh my god, i was used...
...
I was Used! Cool!"

Guilherme Silva disse...

Pessoal, muito sinceramente acho que o Cineclube nunca passará o American Pie.
Mas pode ser que passemos o "Porky's". É mais antiguinho... :D

http://www.youtube.com/watch?v=7-RwhYCtwAk

canoas_o_Mercenário disse...

Sinceramente.... se é para filmes desses ao menos pomos um classico
Garganta Funda.... Acho k enchia a sala 101 ..XD

D. disse...

Porque é que o Cineclube não deve passar o American Pie? Simples. O American Pie é o filme que simboliza a decadência de uma geração cega por sexo, sem valores morais e sem qualquer pensamento acertado e correcto sobre o relacionamento com os outros. Todo o filme é uma ode ao sexo casual, perigoso e sem sentimentos. Sexo fora do casamento. Transforma algo tão imoral em algo que deve ser valorizado e celebrado. Ali encontram-se os jovens que ao invés de valorizarem a virgindade como um dom, como algo que os torna puros aos olhos da sociedade, fazem dela algo que deve ser escondido e que é motivo de vergonha. Que mensagem é aquela que passam aos jovens de que é necessário fazer sexo seja com quem for, desde que se cumpra o prazo estabelecido? Que sociedade queremos? Uma sociedade sem valores? Então passem o filme. Se querem uma sociedade com valores e com jovens adultos e responsáveis, não passem. É isso que defendemos aqui e que vamos sempre defender. Porque para nós a ordem moral interessa, mais do que a quantidade de pessoas que conseguiriam meter numa sala desta faculdade com espectadores desse filme.
Mais, ao longo do filme somos confrontados com imagens de sexo explícito e não apenas sexo normal, também de sexo oral coroando a decadência que se promove ao longo do filme. Com imagens de nudez não censuradas, mostrando uma jovem com formas nada naturais e com cenas de masturbação.
Em nome da decência pública, defendemos que o American Pie não deve ser exibido no cineclub.

Anónimo disse...

Fiquei-me pela "ode ao sexo casual"...Sounds nice!

TR disse...

Muito me choco ao ver tamanha tacanhez! Muito me surpreendo ao ver nesta oposição a tentativa de ressuscitar um grande irmão censor de toda a informação!
O Governo não pode deixar de aplaudir a passagem do American Pie no Cineclube: é seu dever garantir a mais sólida formação de todos os cidadãos. Um Estado democrático deve pautar toda a sua acção pelo respeito da individualidade, da diferença, das minorias; deve limitar a sua intervenção ao mínimo e não acolher e prosseguir uma qualquer passageira moral social.
Não aceitamos a censura prévia!
O american pie, não obstante qualquer crítica que se lhe possa ser movida, é o reflexo de uma cultura. Uma cultura que nos diz algo, que procura passar uma certa mensagem. Podemos danalisá-la e retirar um juízo positivo ou negativo, porque por certo não nos será indiferente...
Defendemos com todo o vigor a visualização do American Pie! O moderno cinema de massas americano é tão cultura quanto Ingman Bergman e o seu sétimo selo; o cinema de massas americano é tão cultura como o Repulsion de Roman Polanski; porém, a estes dão-se honras de visualização, ao contrário do ostracismo a que votam o cinema norte americano, que cometeu o vilipendioso pecado de ter sucesso, de partir para as telas de todo o mundo e dar a conhecer o seu modelo social e cultural.
Nós, governo, só podemos dar uma resposta: os nossos jovens têm o direito de conhecer a vida dos jovens de além atlântico; o nosso Estado tem o dever de garantir o máximo de acesso possível dos jovens à informação!
Não compactuaremos com quaisquer lápis azuis que nos queiram impor. Se alguns membros da sociedade acreditam num certo modelo de vida, que o exponham aos restantes, que realizem filmes para o "venderem". Não contem é com a acção deste governo para realizarem os vossos mastodônticos, medievos e paranóicos programas de educação de um qualquer "Super-Homem" modelo de virtudes pronto a ser inculcado na mente de cada jovem.

Francisco disse...

só por o tiago ter utilizado o termo "mastodôntico", para mim, já ganhou! ahah muito a la canotilho :)

Manuel Marques Pinto de Rezende disse...

um estado socialista não permitirá a desintegração da ideologia das suas crianças e dos seus jovens!
os actuais académicos são a força motriz da nossa nação, e não podemos permitir o seu corrompimento pelas sociedades capitalistas-fascistas!
que a igualdade seja o nosso mote! sejamos livres de ser iguais, não cedamos ao facilitismo da propaganda imperialista!
não à humilhante condição de mãe solteira!não encorajemos os nossos jovens à queca improdutiva! que eles produzam futuros trabalhadores bem alimentados para nós alimentarmos os nossos fornos, digo, as nossas fileiras!
juntos e com a altíssima supervisão do "conselho revolucionário da inspecção socialista dos filmes do cineclube-fdup" (C.R.I.S.F.C-F.) traremos bons filmes, bem antiguinhos, aprovados por regimes verdadeiramente democráticos, como os do Camarada Pol-Pot.

Uma gaivota voava, meus caros! voava, mas o seu livre percurso foi desviado por um atirador furtivo contratado pelo patronato das editoras cinemáticas nazis! não permitamos de novo!

MJ disse...

Vocês são mesmo incríveis lol, até em tempo de exames têm cabeça para encarnar as personagens e escrever estas belíssimas pérolas...

Muito obrigada pela provocação Ary, mas lamento informar-vos a todos que muito embora o Cineclube vá estar sempre aberto a sugestões(nada de "C.R.I.S.F.C-F.", Manel !! :p), temos sempre o nosso querido lápis azul, e somos bastante exigentes, não é caros colegas cineclubistas, Guilherme D'Orange, Noronha e Zé Miguel? :)

Canotilho, passaríamos certamente o Garganta Funda mais rápido que o American Pie ;)

Termino pedindo para nunca esquecerem que o nosso móbil é proteger a qualidade na diversidade. Liberdade no acesso às artes é liberdade de escolha, de conhecimento, de auto-determinação, no mais escrupuloso seguimento dos princípios constitucionais do acesso à cultura e informação, e respeito pelo livre desenvolvimento da personalidade.

Beijinhos a todos *

Anónimo disse...

agora a minha real posição sobre o american pie: não vejo mal nenhum em o cineclube passar, nem vejo nenhuma razão de monta para "por princípio" afastar a sua visualização. Simplesmente acho que os recursos são demasiado escassos (6 filmes semestre.. :\) e, dado que TODOS os filmes do cineclube raramente podem ser vistos fora da sala 101, mais vale mostrar algumas obras a que, de outro modo, nunca poderíamos aceder. Aliás, aquele último filme com o Dustin Hoffman, o Náufrago, creio, não está muito acima do american pie. Tem imensa piada, sem dúvida, mas a grande razão para o passarem (a meu ver) justifica-se por ter cerca de 40 anos e um humor tão...actual.

Por uma razão estritamente pragmática, sou a favor que o cineclube não passe o american pie. Ah pois.

Francisco disse...

Duas dicas:

Manel, consegues ser colocar sempre esse "mete nojo" socialista. Curiosamente, fizeste um discurso característico não de um qualquer regime socialista mas... da tua querida e estimada ICAR. :)

De tudo o que foi dito, acho que vocês se esqueceram da coisa mais importante. A questão não é o CINECLUBE passar o American Pie. A questão é o American Pie ser genuinamente um mau filme. Que se vê uma vez, dá-se umas valentes gargalhadas e pronto, fica por aí. Terá como maior mérito o triste facto de a seguir à sua produção, milhares de filmes do género terem saído cá para fora. Com cenas mais do que vistas e revistas. Eu não passaria o american pie nem no cineclube nem em minha casa com um grupo de amigos. Tão simples quanto isso.
AGORA se me disserem: vamos passar produção portuguesa? vamos passar o balas e bolinhos 2? you can count on me!! ;)

João Fachana disse...

Eu acho que o cineclube tem uma enorme falha, não passa cinema português! Quem é que não quer ver o grande "branca de neve"? Ou então um dos filmes do Manoel de Oliveira? Agora nada de passar filmes portugueses que toda a gente gosta como o "balas e bolinhos", isso seria desvirtuar o "espírito cultural" do Cineclube;)

MJ disse...

Fachana:

Ficou o recado anotado e está prometido. Para o ano teremos cinema português.

Ena, tanta coisa com o Cineclube, estou para ver se para o ano, com nova organização, temos mais entusiasmo e mais pessoas nas sessões!
Fico à espera pessoal ;)

Guilherme Silva disse...

Filmes portugueses no Cineclube? Não vejo porque sim...
Sinceramente, poucos são os filmes portugueses com qualidade e mérito suficiente para serem passados no Cineclube. Com tanta coisa boa para ver, porque perder uma sessão com mediocridade?
O cinema português dos ultimos 40 anos quase não passa de uma anedota. Não se trata de um problema de mau gosto, é simplesmente um problema de falta de apoio e dèficit de criatividade.
Os filmes são realizados muitas vezes à custa de quem esta directamente envolvido, do realizador ao sonoplasta. Outras vezes as boas ideias passam anos e anos (caso da "Coisa Ruim") nas gavetas do ICA até que sejam finalmente esquecidas, enquanto que ideias que, sejamos francos, giram em torno de cenas de striptease em cima de pickups rodeadas de zombies têm todo o apoio estatal e institucional.
Quanto ao deficit de criatividade, infelizmente não existem "boas" (será que existem sequer mediocres) escolas de cinema no pais. Apenas quem tem possibilidades pode tirar um bom curso em NY, Paris, Madrid, LA ou Londres. E são muito poucos os que têm essas possibilidades...
No fim, os verdadeiros bons cineastas portugueses perdem-se pelo mundo fora, criando obras que muitas vezes nem sequer chegam às nossas salas.
Mas enfim, a passar um filme português que seja do mestre Manoel de Oliveira, um dois poucos bastiões do bom gosto cinematografico em Portugal. Nem que seja como celebração dos 100 anos que completará em Dezembro. Quanto ao "Branca de Neve", se este for o de João Cesár Monteiro, só podes tar a brincar. Quando quiser ouvir a história da branca de Neve peço à minha avó que ma leia (quem já o viu está a perceber).

Guilherme Silva disse...

Já agora:

ABAIXO-ASSINADO A FAVOR DA ABERTURA DE PÓLO DA CINEMATECA NA CIDADE DO PORTO


"A cidade do Porto sofre de vários e complexos problemas na área da cultura, como é do conhecimento geral. No entanto, esta situação não é generalizável a todo o país. Efectivamente, Lisboa continua a usufruir de forma centralizada dos serviços de certas instituições culturais que deveriam fazer jus ao seu âmbito nacional, como, por exemplo, a Cinemateca Portuguesa, um organismo público suportado pelos contribuintes a nível nacional.

No Porto, é de grande interesse público a criação de uma extensão da Cinemateca, o que permitiria acabar com a carência de exibição cinematográfica sentida na cidade, ao nível da produção anterior à década de 90...."



Assinem em: http://www.petitiononline.com/Circuito/petition.html

....e passem palavra!

Anónimo disse...

E ainda assim é muito discutível passar manuel de oliveira. Penso sempre do mesmo modo...filmes como o sétimo selo ou o cineclube passa ou é quase impossível ver. Isso é uma tremenda vantagem. Manuel Oliveira é um realizador que, várias vezes ao ano, tem as suas peças cinematográficas a passarem na 2:.

Acho que não há qualquer necessidade de passasr cinema português. Porque, em duas palavras, globalmente é mau. 100%contigo, Guilherme.

João Fachana disse...

Ninguém percebeu o meu comentário...Estava a ser completamente irónico quando falei na "genialidade" do Branca de Neve ou que se devia passar Manuel de Oliveira (Filmes de 3horas com planos parados não obrigado!). Passo a explicar: Basicamente, quando se sugeriu passar o balas e bolinhos, eu, na brincadeira disse que esse não dava para passar no cineclube, pois é um filme do qual a maioria do público académico gosta. Foi uma crítica ao cineclube. É verdade que se deve passar no cineclube filmes não tão acessíveis ao público, no entanto se querem ter mais gente nas sessões não podem ser completamente alternativos e têm de passar filmes mais comerciais. É um preconceito pensar que filmes comerciais são por natureza maus e que filmes de autor são sempre geniais (quantos "ilustres" críticos de cinema não disseram mil maravilhas do "branca de neve"!).É verdade que a escolha dos filmes passa um bocado pelos gostos pessoais de cada pessoa que faz parte da organização, mas também não me digam que nunca amaram nenhum filme "comercial" (nunca gostei desta distinção, prefiro a distinção bom filme, mau filme, é muito mais crua, se é que me entendem).

Aqui fica a dica, MJ e o esclarecimento do meu anterior comentário;)

Guilherme Silva disse...

Peço perdão. É-me dificil aperceber-me da ironia quando escrita... :)

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