quinta-feira, 30 de abril de 2009

ad infinitum

Esta casa defende que não há felicidade sem dinheiro.

Tiago
- A frase diz que o dinheiro é um pressuposto da felicidade...que só quando há condições materiais suficientes é que faz sentido fazer uma sociedade prosperar para a felicidade.
- Não somos todos felizes da mesma maneira.

Canotilho
- A felicidade é altamente subjectiva.
- (em relação ao amor e uma cabana) Com bens materiais consegue-se um amor fictício.

Noronha
- Em relação ao amor e uma cabana... Lá está, tinham uma cabana!
- O senhor tinha que ter dinheiro para depois chegar à conclusão que o dinheiro não traz felicidade. Eu sou um adepto do pr. do contraditório.

Paixão
- A cabana era um bem essencial.
- O dinheiro não compra tudo. E uma coisa que não compra é a felicidade. Para tudo o resto há mastercard.

domingo, 26 de abril de 2009

Os meus Avós Maternos e Abril

Dizia o meu avó: "Eu gostei muito do 25 de Abril, o pior foi o 26 ..."


Antes do 25 de Abril a minha avó, que faz anos nesse dia, dizia: "Fala baixo Franklin que eles ainda te ouvem e vamos todos presos". 

Depois do 25 de Abril a minha avó dizia: "Fala baixo Franklin que eles ainda te ouvem e vamos todos presos". 

Hoje a minha avó continua a não querer discussões sobre política à mesa.

sábado, 25 de abril de 2009

Censura












Victors



(Atrasado, muito atrasado, este post devia ter saído a semana passada, mas mais vale tarde que nunca)



Há Homens para tudo.

Há dias fiquei pensativo ao ouvir chamar “mal-encarado” ao nosso mais querido segurança da faculdade. Acredito mesmo que ele não é mal-encarado ou má pessoa, é apenas ele. E há Homens para tudo. Há Homens para rir, que vivem sempre a rir e a fazer rir. Passam crises e vêm outras e eles mantêm-se inabaláveis no seu solitário e aparente regozijo. Há Homens para chorar, sempre chorando. Choram com glórias e choram com tragédias, sempre emotivos e incapazes de se conter. Há Homens com indiscutível má cara, cravados de ruindade e dor. Não sabem o que é rir. Talvez não o queiram fazer ou apenas não o saibam fazer. Há Homens que fazem da neutralidade o seu rosto, vivem em presumível estado de ataraxia, sempre inteligíveis. Há Homens desdentados…


Há Homens para tudo, e cada um é como é.

A Prova




Aqui está a prova de que eu jogo xadrez.

Na segunda foto estou um bocado gordo, mas sou mesmo eu.

(R)evoluções




"A revolução faz em dois dias a obra de cem anos e em dois anos destrói a obra de cinco séculos". 

Paul Valéry resume numa frase aquilo que eu penso, mas não conseguiria certamente dizer tão bem, quanto às vantagens e desvantagens da revolução.
Há uns anos - dois, três, quatro (?) não sei, deve ser da idade - houve por aí uns cartazes a dizer que Abril era evolução. Depois de alguma polémica em que políticos, historiadores, comentadores, juristas e sociólogos trocaram acusações e impropérios enquanto discutiam se estavamos ou não perante algum revisionismo histórico, o povo - essa figura mitológica -começou a escrever um "R" à frente da "Evolução".

"Grande poeta é o povo" que tem mais imaginação que os publicitários. Foi o povo que fez, uma vez mais, de Abril uma revolução - desta feita não com cravos mas com graffities.

As revoluções são evoluções impacientes, evoluções que já estão há muito tempo para nascer. Porque só quem tem pressa de nascer paga um século ao preço de cinco.




Notas dispersas

1. Sendo honesto, creio dever admitir que não nutro grande simpatia pelas revoluções. Por razões diversas, que não exporei aqui. De todo o modo, há algo que continua a desarmar-me: aquela felicidade ingénua, pura, que leva as pessoas a sairem à rua aderindo ao movimento. Naquele momento em que tudo ainda é possível.
2. No último filme passado pelo cineclube, "La Chinoise", a dada altura uma personagem, quando confrontada com a pergunta "E que farás depois dos actos terroristas?", responde "continuarei a estudar para ver o que fazer. E depois estudarei mais". A ficção cruza-se com a realidade. Ontem, no P2, Otelo Saraiva de Carvalho, revelando o casuísmo revolucionário: "Eu vou fazer uma operação militar, elaborar uma Ordem de Operações, à minha responsabilidade. O Vítor Alves vai constituir o grupo político e tu [Melo Antunes] o programa". Depois da revolução "No dia 28 apresentei-me na Academia Militar, como se nada tivesse acontecido."
3. Passo a citar a reportagem.
Quartel do Carmo, 25 de Abril. Cumprindo ordens de "Óscar", o nome de código de Otelo no posto de comando, as forças de Salgueiro Maia, vindas do Terreiro do Paço, cercam o edifício, onde se refugiou o presidente do Conselho. Salgueiro é levado até ele.
"Entre, sr. Capitão", diz Marcelo. Salgueiro Maia faz continência e fica parado no meio da sala. Marcelo continua:
"Pode informar-me do que pretende?"
"Recebi ordens do posto de comando do Movimento para formular um ultimato. Ou V. Excia. se entrega, ou terei de mandar arrasar o quartel a tiros de armas pesadas."
"E quem comanda o Movimento?"
"O general Spínola!"
"O quê? É o general Spínola que está no posto de comando? Olhe que não é. Acabo de falar ao telefone com o general Spínola. Ele está em casa e diz que não chefia a revolução. Mas pedi-lhe para vir cá, para eu lhe entregar o poder."
Prestes a ser deposto, pela continuidade das coisas, Marcello Caetano preocupa-se em...entregar o poder. É meio épico.
4. Última nota. Volto a citar a reportagem, sem qualquer observação. Otelo cumpriu 5 anos [de prisão]. O país não conseguia manter preso o homem que lhe ofereceu a liberdade, e que, afinal, diz que "foi o 25 de Novembro que restituiu ao país a pureza dos ideais do 25 de Abril".
-
Post Scriptum. Ao demitir-me de fazer observações à última nota quero fazer precisamente isso. Não se entenda algo como "quem cala consente".

Victor



sexta-feira, 24 de abril de 2009

III Debate do Campeonato SDD

23 Abril 2009

ESTA CASA ACREDITA QUE O XADREZ NÃO É UM DESPORTO

Mesa:
Ricardo Lima (Presidente)
Maria João Fonseca (Vice-Presidente)
Rui Vieira (Secretário)

Governo:
Pedro Ary - 81 pontos
Hugo Gonçalves - 77 pontos
Total: 158 pontos

Oposição:
André Levi (Bastinhas) - 79 pontos
Rui Borges (Rámon) - 75 pontos
Total: 154 pontos


Por delegação do Presidente da Mesa, aproveito a "onda" e procedo à publicação dos resultados do debate de ontem. Com um tema escolhido à última, e que eu pessoalmente pensei que não iria dar grande resultado, acabámos por ter um debate muito interessante. As equipas estiveram fortes, aguerridas e inspiradas. O debate começou com uma excelente definição, e uma prestação quase irrepreensível do PM, seguida de de um Hugo muito inspirado e com bom humor, sendo que a equipa do Governo conquistou pela argumentação, tocando nas diferenças entre jogos e desportos, em comparações com o póker, jogos de computador, o estudo, etc. etc. Contudo, a oposição não ficou muito aquém, com boas tiradas de Ramón ("estamos aqui a advogar a primazia do bícep sobre o intelecto!") e Bastinhas um discurso no mínimo original, e na opinião de alguns elementos da Mesa, genial! Parabéns aos quatro!

II Debate Campeonato SDD

16 Abril 2009
ESTA CASA DEFENDE QUE NÃO HÁ FELICIDADE SEM DINHEIRO

Mesa:
Maria João Fonseca (Presidente)
Rui Vieira (Vice-Presidente)
Ricardo Lima (Secretário)
Vasco Pereira da Silva (Adjudicador)


Governo:
Tiago Ramalho - 76 pontos
Francisco Noronha - 75 pontos
Total: 151 pontos


Oposição:
Nuno Paixão - 77 pontos
Duarte Canotilho - 75 pontos
Total: 152 pontos


Pedindo desculpa pelo atraso na publicação das pontuações deste 2º debate do Campeonato, não tenho muitos comentários a tecer sobre as prestações individuais. Foi um debate equilibrado, no qual decidir a equipa vencedora afigurou-se ainda mais difícil do que decidir o tema, sendo que a decisão final contou com o voto de vencido da Presidente da Mesa, e apenas um ponto a separar as duas equipas.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Revolução

Quem quer que goste da temática da revolução (ou melhor, da teorização da revolução) e, em particular, da "revolução de Outubro" tem agora um pequeno "rebuçado". O seguinte texto de Rui Bebiano:(1),(2)

"A revolução, toda a revolução, é enunciada como ruptura mas propõe um regresso. A mudança que encena aponta desde a fundação para um restabelecimento, para um retorno, a uma ordem essencialmente antiga, primordial e benigna, que se crê ter sido corrompida algures e em algum momento. Mudar, mudar profundamente, mas para reverter. A «revolução» humana que permitiria aceder à cidade ideal, tal como a concebeu Platão, requeria um esforço de recuperação de uma ordenação primordial perdida: era uma métabolê, uma alteração radical, mas também um ponto de viragem que antecedia uma regressão. Nesta direcção, François Châtelet entende que «por paradoxal que pareça a afirmação, Santo Agostinho, Bossuet, Rousseau ou Engels são platónicos», uma vez que neles a superação radical da ordem do mundo visa sempre - entre a descoberta da Cidade de Deus e o triunfo final do comunismo - a recuperação de um passado perdido, a restituição de uma ordem utópica e edénica aniquilada por um declínio que remonta a tempos ancestrais, pontuadas ambas pela intervenção do pecado, pela ruptura do estado de natureza ou pela divisão social do trabalho." O texto é maior. O resto, aqui.
(1) Para quem aprecie títulos académicos, estamos perante um doutorado, portanto, um Doutor, com uma "uma tese no campo da história das ideias - A Pena de Marte. Discurso da guerra em Portugal e na Europa entre os séculos XVI e XVIII - que ganhou no ano seguinte o Prémio de Defesa Nacional"(fonte). É professor na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
(2) Em tom coloquial, porque assim tem de ser, é "mesmo fixe ter o texto à pala".

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Everything becomes so defined that in the end there’s no definition.

Há vezes em que a rua tem mais lógica quando vista do chão.
Há sítios em que o caminho se torna mais curto quando feito ao contrário.
Há noites em que a luz é mais definida quando desfocada.

Somos constantemente catapultados para um mundo que se exige racional, de respostas transbordantes de sentido, de condutas irrepreensíveis e exemplares. Tudo tem de bater certo. Quando tudo por que ansiamos é deixarmo-nos guiar pelo instinto, primitivo, animal, arcaico. Puro.
O pensamento deturpa a realidade, o desejo de verdade confunde-a. Nada existe. Essa incessante busca pelo belo, pelo certo, pelo absoluto, reconduz-se a uma primordial e também ela inata necessidade de perfeição programada. Instinto.
A perfeição perde-se na boca, esmorece-lhe o sabor e de novo tudo o que predomina é a corrosiva acidez da amargura.
Aleatoriedade! O meu reino é a minha visão. Contorcem-se vontades, contrapõem-se pressões. Nada resulta. A perfeição é tudo o que perdura.
E a perfeição é um murro no estômago. Uma pontada que insiste em latejar, o ritmo, esse, nunca quebra.
A perfeição é putrefacta, contudo maravilhosamente perfumada. Lacerações a céu aberto, quem não as tem? ‘Amor’, chamam-lhes. Rasgaram-se numa vala e fatalmente todos vamos lá parar. Mais tarde ou mais cedo.
Escravos e senhores de uma moralidade asfixiante, padrões inatingíveis e hierarquias de valores tirânicas, vemo-nos no espelho do nosso próprio regurgitado. Porque tudo que não é impecável nos parece enojar. Pecado será só pensar. Náusea.
A urgência de um esclavagismo de normas revela-nos seres amorfos, incapazes de discernir, de definir, de impor internamente os contornos da própria actuação. No mundo ideal não há dever ser, só ser. Não há sanção, só facto. Tudo se sente, nada se apreende. Tudo é, nada existe 5 segundos depois de nascer.
Tudo se resume a Sim ou Não. Preto ou branco. Tudo oscila entre leve ou leviano. Nada mais.
E no final lá estaremos enterrados. O caixão deliciosamente decorado de flores. Mesmo daqueles que só nos conheceram amortalhados. O corpo confortavelmente vazio de espírito. Tudo o que prevalece é o que esta à vista. Completude?

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Ante-Estreia do Cartaz de Amanhã



Cartaz da SdD

Conferência "Direitos Adquiridos? - Os Direitos Humanos em Portugal"

Terá lugar no próximo dia 21 de Abril, Terça-feira, com início pelas 9.30h, no Salão Nobre da FDUP, uma conferência com o título "Direitos Adquiridos? - Os Direitos Humanos em Portugal", organizada pela Comissão Instaladora da ELSA FDUP (European Law Students' Association) e pela Amnistia Internacional. Cartaz
O objectivo será promover a discussão acerca do estado da protecção dos Direitos Humanos no nosso país, apresentando uma perspectiva jurídica sobre o tema, de contextualização, e de seguida uma conversa com representantes de várias organizações de protecção e promoção destes direitos fundamentais, que falarão um pouco sobre a sua "experiência de campo" e a respectiva organização. É, no fundo, um ponto de situação mas também um apelo à participação dos jovens. Para isso, teremos na parte da manhã, a presença de Professores relacionados com a área, em que se abordarão assuntos como o estado actual de protecção e respeito pelos DH em Portugal, a evolução legislativa, jurisprudencial e social neste domínio, ou os caminhos a trilhar no futuro. De tarde estarão presentes representantes de organizações como a SOS Racismo, a Comissão Nacional para a Legalização de Imigrantes, a ILGA Portugal, a AMI, a APAV, os Leigos para o Desenvolvimento e a Amnistia Internacional.

Esta será de facto, a primeira manifestação de actividade visível da Comissão Instaladora da ELSA FDUP, que tem no entanto vindo a trabalhar para a formação de um grupo local já desde Abril de 2008. Em momento oportuno, quando formos oficialmente um núcleo, poderemos proceder a uma apresentação formal da ELSA a toda a comunidade da FDUP, mas por enquanto apelamos à participação de todos neste importante evento!

A Comissão Instaladora da ELSA FDUP:
Maria João Cocco da Fonseca
Daniela Silva Ramalho
Flávio Carneiro da Silva
Inês Vouga Vaz Ferreira
Luísa Pinheiro Torres
Ricardo Pinto Mesquita
Vasco Pereira da Silva

elsafdup@gmail.com
http://www.elsa.org
http://www.elsaportugal.org

domingo, 19 de abril de 2009

Guerra dos Sexos

Mark Twain disse que "todas as generalizações são perigosas, incluindo esta". A caracterização de grupos inteiros tende a multiplicar pelo número de sujeitos as hipóteses de um diagnóstico errado. E se já é difícil dizer que um indivíduo é assim - até porque muitas vezes é isso e o seu contrário e temos acesso simplesmente a um dos seus lados, a um dos contextos em que ele se insere - mais complicado, muito mais complicado será dizermos que a Sociedade de Debates é feita por pessoas snobs, que os benfiquistas são bons pais de família, que os ciganos são ladrões, os indianos são uns porcos, os russos sãos uns bêbados, os asiáticos são trabalhadores ou os homens são corajosos e viris.


Todos nos damos mal com alguns rótulos, normalmente os que nos afectam: as loiras não gostam de passar por burras, os judeus por mesquinhos embora eu ache que os pretos contribuam para a propagação de alguns mitos que a eles dizem respeito.

Acho piada aqueles que gostam de dividir o mundo a meio: "Há dois tipos de pessoas no mundo: as que amam e constróiem e as que odiam e destróiem" (Jose Mari). "(...) as que adoram falar e as que destestam ouvir" (James Thorpe). "(...) as que entram numa sala e dizem aí estás tu e as que dizem aqui estou eu" (Abigail van Buren). "(...) as que se põem antes dos outros e as que põem os outros antes de si". "(...) os que perderam ficheiros graças as um erro informático e as que perderão" (Mark Epstein). "(...) os que querem ser e os que querem fazer" (Bill Purden). "Há dois tipos de pessoas interessantes no mundo: as que sabem tudo e as que não sabem nada" (Oscar Wilde). "(...) as que dividem o mundo em dois e as que não" (Edward A. Murphy).

Mas há uma forma de dividir o mundo em dois: dividi-lo entre Homens e Mulheres.
Questões de transexuais, hermafroditas, etc. à parte, acham que é possível caracterizar estes dois grupos?

Homens: másculos, corajosos, viris, arrogantes, brutos!
Mulheres: sensíveis, carinhosas, envergonhadas, frágeis!

Não acredito nestes rótulos porque acho que temos boas razões para crer que o mundo mudou. Mas poderemos encontrar novos e melhores rótulos?

sábado, 18 de abril de 2009

coisas*

Engraçado, num anúncio de Tv, aparecia uma pequena chamada de atenção a umas entrevistas feitas em tempos à Agustina Bessa Luís (penso que não estou errado). Nesse mesmo anúncio, o seguinte comentário, tal como se tratasse da absoluta verdade:

"As cartas de amor, as verdadeiras cartas de amor só podem ser escritas pelos homens"

Pensei durante certo tempo nisto e é bem verdade (visto nunca ter lido uma carta escrita por uma mulher tão intensa tão quente como as dos homens)... Parece que nós, homens (até frios) somos os que conseguem lidar melhor com a simbiose entre a palavra e o amor, não é assim?

sexta-feira, 17 de abril de 2009

XX Debate - Fotos