Não concordando com algumas das coisas abaixo ditas, e mais interessado na discussão e troca de ideias que terá lugar, deixo a convocatória "Dia de Luto, Dia de Luta" a decorrer na FLUP, dia 15 Abril:
aqueles que deturparam o sentido das palavras,
porque vivem da confusão,
não sabem que é do caos que nascem e nascerão os mundos.
Ah, que para além do sentido das palavras
há o sentido do tempo
para quem o sentir!
Papiniano Carlos
Cantar
é empurrar o tempo ao encontro das cidades futuras
fique embora mais breve a nossa vida.
Carlos de Oliveira
Em tempos nos quais os telejornais consagram metade da sua duração às notícias do futebol, e arrumam a secção Cultura & Arte nos últimos cinco minutos da emissão, é (quase) fácil fazerem de conta que nós não existimos, que não somos necessários.
Numa sociedade em que a engrenagem funciona pelo estímulo ao consumo, onde as pessoas se transformam, graças à magia dos gestores, em números na linha de um gráfico, é (quase) tentador converter um espaço onde não se produz senão Conhecimento num bibelot: peça de colecção em segundo plano, atrás das Faculábricas de produção em série de mão-de-obra, impregnadas de uma retórica do «empreendedorismo» que facilita a moldagem de estudantes em pequenos executivos, munidos apenas e só dos instrumentos essenciais para melhor servirem o «mercado de trabalho». Vivemos tempos em que a Universidade ameaça reduzir-se a incubadora das multinacionais. Bolonha tirou-nos o tempo e a calma necessários a uma formação sólida e de qualidade, a que temos direito. O RJIES aliena a Universidade à lógica dos mercados: o lucro, deixando assim de haver lugar a espaços de formação para o espírito crítico, como deveriam ser as Faculdades. O futuro não se afigura sorridente: as linhas de acção convergem num ponto onde a Universidade já nem é Pública, nem Universal, nem é Universidade sequer – somente a máquina de produção em série de trabalhadores mal preparados, flexibilizados e acríticos do mundo de amanhã, onde PROTESTAR será já um interdito.
Antes que seja tarde demais, é nosso dever AGIR: mostrar à sociedade que o futuro que alguns tecem com teias de ferro será o nosso presente, e esse presente envenenado não passará – queremos uma OUTRA Universidade, ao serviço do Conhecimento, ao serviço da Sociedade, onde aprender não seja um contra-relógio, onde os diplomas não se tirem à pressão e em seis semestres.
Porque queremos uma Universidade do Saber com Sabor, aberta a todos, vamos juntar-nos para trocar ideias sobre o Ensino Superior: Quarta-feira (dia 15), data em que se assinala a morte de Jean-Paul Sartre, ocuparemos pacificamente o Anfiteatro Exterior ("Banheira") da nossa Faculdade, promovendo, ao longo do dia, discussões abertas a toda a comunidade, intervenções individuais, leitura de textos, partilha de poemas, tudo em espírito académico e interventivo. Traz os teus poemas, ideias, polémicas.
15 DE ABRIL: DIA DE LUTO PELAS TENTATIVAS DE ASSASSINATO DA UNIVERSIDADE PÚBLICA OCUPAÇÃO DA BANHEIRA AO LONGO DO DIA, JUNTA-TE A NÓS.
DIA DE LUTO, DIA DE LUTA
filhos da Duna
Há 3 dias
2 comentários:
ainda bem que te chegou às mãos também. estive na dúvida se o devia publicar ou não :p
com muita pena minha não vou poder ir.
quem for que arme o cão, por favor.
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