segunda-feira, 30 de março de 2009

Musicas de Entree.... para o campeonato

Boas pessoal!

A Sociedade de debates vai organizar um campeonato e nós pensámos fazer entradas para as equipas, acompanhadas de música!

Como é que isso vai funcionar? Cada equipa quando entrar, vai entrar ao som da sua música. (wrestling style) :P
Isto vai implicar que cada equipa tenha a sua musica propria. Qualquer musica... desde quim barreiros, até à nona sinfonia..... todas são admissiveis

No entanto, e para ter mais piada e mais impacto, vamos tornar as músicas de cada equipa secretas até ao dia do seu primeiro debate.
Por isso, e dado que esta é a tarefa do departamento da diversão, eu quero que me enviem as musicas, (não é apenas o nome da musica, mas sim o ficheiro da musica) para o meu mail:

Dcanotilho@yahoo.com.br

Se houver musicas repetidas depois decide-se....
Abraço

domingo, 29 de março de 2009

Luisa Che Pinheiro Torres

"Mamalhuda da Revolução Francesa"

sábado, 28 de março de 2009

Victor

Uma pequena homenagem.

FDUP 4 - UCP 1

Vitória clara e retumbante da FDUP, e mais, da Sociedade de Debates, em terreno da Católica.

Vinte e cinco participantes, algumas das melhores intervenções e dos melhores discursos, três menções honrosas, uma moção aprovada e duas levadas a plenário, várias emendas e o prémio de melhor orador.

Sendo que as três menções honrosas foram para pessoas inscritas no torneio, só podemos esperar mais grandes debates, grandes discursos e grandes vitórias.

Parabéns a todos.

quarta-feira, 25 de março de 2009

a criação do mundo

(A quem não tenha lido o livro e tenha intenção de ler - A criação do mundo, Miguel Torga - aviso que no texto se colocam citações que podem condicionar, para pior, a percepção da obra)


Tenho tido imensa vontade de escrever algo sobre o livro desde que o acabei. Ergue-se, no entanto, uma dificuldade de monta: como começar? E a esta dúvida alia-se uma outra: num livro que, segundo o autor, é "crónica, romance, memorial, testamento", sobre que parcela me hei-de debruçar? O relevo da dúvida leva-me, cobarde, a fugir ao embate de frente com o todo. Fico por algo mais comezinho: até que ponto vale a honestidade para connosco mesmos?

Na criação do mundo, decalcada da vida do autor, encontramos a luta de um homem pela sua própria liberdade. É uma espécie de grito que subsiste ao longo de todas as páginas:
- ao fintar a condição de filho de lavradores, conseguindo ir para além da 4ª classe
- ao sair do seminário, sabendo que, com tal, perigava (decisivamente) a possibilidade de continuar os estudos
- ao ir para o Brasil, trabalhando arduamente durante 5 anos
- ao voltar a estudar aos 16 anos, depois de 5 de interregno, e ter conseguido formar-se em medicina
- ao clamar pela liberdade política
- ao lutar pela liberdade de criação artística.

Só que à constante superação das barreiras que o mundo lhe parecia opor correspondeu o custo de, lenta e gradualmente, se ir afastando dos homens do seu tempo. O custo de ser livre, ou seja, de lutar para ser livre, acabou por se traduzir num isolamento pessoal. Logo em adolescente, "preconiza-se" o preço dessa honestidade

[dizia-lhe o tio] "- Aprende, e quando vier a férias evite ofender seu Adalberto, fazendo gala da sabedoria. Compreenda que ninguém gosta de ficar por baixo, e que não há necessidade de ofender as pessoas...
Esquecido dessa advertência cheia de nobreza, perdera a cabeça no regresso à fazenda, a teimar que Camões era maior do que Guerra Junqueiro.
- Que diabo importa lá isso? - acudia, conciliador.
Mas o sr. Adalberto queria continuar a pôr A Velhice do Padre Eterno acima dos Lusíadas, e eu protestava. No fim da discussão, quando o enteado saiu fulo da sala, deixou-o afastar-se, e recriminou-me então, pesaroso:
- Tanto lhe recomendei..."

Se, aí, pouco mais do que umas quantas consequências inocentes advieram, ao longo da vida o custo da rebeldia acentuou-se. Das tertúlias literárias da juventude, é votado ao ostracismo pelos que nas mesmas (e consigo) participaram. Fora um ou outro afloramento, não descortinamos no livro como terá agido Miguel Torga. Apenas sabemos o porquê: a honestidade para consigo mesmo, que o leva a ter de enveredar por outros rumos.
Mas se uma história assim apresenta uma aura épica - um homem, em respeito por princípios que pauta por fundamentais, marcha sozinho num deserto (e, aqui, ecoam com inteira relevância, os versos de Régio "Não sei por onde vou/não sei para onde vou/sei que não vou por aí") - ouvi-la pela boca do que a vive dá-lhes toques de tragédia (e de verosimilhança). Por trás do homem frio, estanque, em bruto, esconde-se aquele que duvida ao escolher, sempre optando pela via mais conforme ao seu carácter, por mais tormentosa que se afigure. Mas, nesta cruzada, ocorre um sucessivo esvaziamento da esperança com o correr dos anos. Se em novo, os frutos da opção de ser fiel a si podem ser prognosticados, em velho retrospectiva-se se o passado foi ou não conforme ao sonho da juventude. No fim, que resta?

"Quisesse ou não quisesse, durasse o que durasse, tudo estava consumado. O que viesse ainda em nada modificaria a crueza dos factos: o mais essencial de mim por explicitar, as obrigações cumpridas, os afectos gastos, os sonhos acordados. Sem mais direito ao amor e à inspiração, despojado de ambições e a redoirar a esperança à sobreposse, nem a lição de Agarez, a cavar por descargo de consciência a costeira maninha das courelas, me podia valer. De ora em diante, como lenitivo, só o cilício cruciante da meditação.
Sim, a vida ia continuar. Outros dias viriam cheios de sol, de flores e de frutos. Mas não seriam meus."

No fundo, abre-se uma pergunta imensa: de que serve a honestidade? Um homem, em sua homenagem, luta, e faz dela bandeira de toda uma vida. O preço é o da citação que coloquei. Valerá a pena?

terça-feira, 24 de março de 2009

Ter ou não ter

Ter cartão ou não ter cartão, leia-se, pertencer ou não a um partido, é em Portugal um dilema. 

Uns, os que não têm, dizem que é "muita bom". Se for vermelho ou laranja, "melhor ainda", são uma espécie de equivalente aos cartões Gold, dão descontos em todo o lado, tachos, sacos azuis, luvas, viagens (a Bruxelas), licenciaturas, casas a baixo do preço de mercado, facilitam-nos a vida no emprego, protegem-nos contra a nossa incompetência, contra processos judiciais, avisam-nos quando estivermos para ser presos, tornam-nos amigos dos dirigentes desportivos e dos constructores civis, os nossos processos de licenciamento são logo aprovados... 

Outros, os que têm, dizem que é muito mau. Se for vermelho ou laranja, pior ainda, perde-se imenso tempo a organizar actividades que são distorcidas pelas televisões, em discussões com toda a gente que pensa que temos a culpa deste mundo e do outro, em esquemas que nunca dão em nada, em reuniões em que tudo já está decidido, a fazer programas, manifestos e comunicados que ninguém lê, perde-se imenso dinheiro a patrocinar campanhas, a pagar quotas aos amigos que lá se meteram, perde-se a credibilidade no emprego, ninguém nunca acredita no nosso mérito, ninguém nunca acredita nas nossas boas intenções, ninguém nunca acredita numa só palavra do que dizemos.

Neste país, se temos cartão, se tivermos uma boa casa é porque roubámos, se tivermos um bom carro é porque roubámos, se formos de férias é porque somos perguiçosos, se defendermos uma boa causa é porque somos oportunistas, se casamos é porque queremos desviar as atenções, se temos filhos é porque os queremos usar para fazer campanha, se namoramos somos playboys, se não namoramos somos gays. Se os nossos filhos andam num colégio somos elitistas, se andam numa escola estão a ser usados como argumento político. Se temos uma profissão para além da política estamos a usar a política como trampolim, se não temos não sabemos fazer mais nada. Se Se compramos um carro somos despesistas, se não compramos somos eleitoralistas. Se aparecemos nos jornais queremos ser celebridades, se não aparecemos não sabemos comunicar com o eleitorado. Se vamos para Lisboa somos uns vendidos, se ficamos não temos visão nem coragem.

Se fazemos um bom trabalho é porque a imprensa está toda do nosso lado, ou porque manipulámos as estatísticas, porque tinhamos um orçamento obesceno, porque o sucesso era inevitável, os objectivos eram muito baixos, era esse o nosso dever e qualquer um fazia o mesmo. 

Se somos maus, ou se a tarefa era impossível, ou os objectivos muito elevados, ou as estatísticas anteriores erradas, ou a conjuntura adversa, ou se alguém que trabalha para alguém que trabalha para alguém que nós nunca conhecemos fez asneira, se um sindicato vai a eleições daqui a uns tempos, ou o líder de um outro partido desceu nas sondagens, ou o Director de um jornal diário não tinha que escrever no editorial, ou há um surto de gripe, um assalto, um acidente, um incêndio, ou qualquer outro evento que remotamente poderia ter sido evitado por nós se o tivessemos previsto, então vão pedir a nossa cabeça.

Se temos cão somos presos, se não tivermos ...

Para quê ter cartão?!
Para, depois de muito engraxar um sujeito qualquer, interrompermos a nossa carreira, provavelmente para ir ganhar pior, trabalhar mais, andar constamente a calcorrear o país, abandonando a nossa família, os nossos amigos? Irmos para Lisboa, ou pior, para a Buraca, porque não vamos ter dinheiro para ir para Lisboa, aturar gente à beira de um ataque de nervos? Ir para um lugar onde a nossa vida e a vida de todos os que nos rodeiam é vista a pente fino em busca do pior?

E para quê? Para servirmos um país de pessoas que não pedem nem dão factura? Que conduzem com rei na barriga? Que não pagam impostos e ainda se gabam? Que só sabem dizer que está mal? Que se demitem das suas responsabilidades e gozam com quem é estúpido e pensa que pode fazer alguma coisa? Que morre de inveja de quem consegue seja o que for?

A pátria agradece? O que é que a pátria alguma vez fez por mim para eu fazer alguma coisa por ela?

domingo, 22 de março de 2009

FEP Debating Society

Não sei se faz grande sentido falar em apadrinhamentos quando nós também ainda estamos a dar os primeiros passos. Mais do que afilhados, sobrinhos, filhos ou enteados, estes nossos colegas de Economia criaram uma sociedade de debates que será a nossa "irmã mais nova".


Mas isto lança a questão: para que servem afinal os irmãos mais velhos?
Para nos darem uma coça? Sim ...
Para gozarem connosco? Também ...
Eventualmente para nos ajudarem? Se tiver mesmo que ser ...

Na última quarta-feira fomos lá e mostramos como é que se faz. Infelizmente não há muita documentação, mas o debate exisitiu mesmo, e nós ganhámo-lo. Para mais informações vão ao blog do Clube de Debates da FEP.

As maiores felicidades aos nossos irmãos. Que eles nunca se esqueçam que por mais que cresçam serão sempre ... mais novos =).

sábado, 21 de março de 2009

Che




Poucos podem dizer que são (re)conhecidos por um só nome. É incrível a ideia de meia dúzia de letras chegarem para inumerarmos, dentro da multidão de individuos e histórias que cruzaram este planeta, um único indivíduo.

Che é uma dessas personagens. Tornou-se num icon, num símbolo, numa ideia. E as ideias, como as histórias, os icons ou os símbolos, teimam em ficar agarradas à nossa memória colectiva, perdurando muito, muito para além da memória dos indivíduos.

Che é um símbolo. De revolução, de inconformismo, de juventude, de promessa perdida, de aventura, de combate por ideais. Não teve ele a infelicidade de ficar associado à guerra, à violência, aos vícios e paradoxos do comunismo, ao fracasso (relativo) da revolução cubana, ao mercado negro. E ainda bem que assim foi. Estou convencido que (quase) todos os homens e mulheres são isso mesmo: homens e mulheres, tentando fazer o melhor que podem das suas vidas, esgravatando animalmente o solo sob a espada de Damocles. 
A História tem obrigações que não são as da Mitologia e é do mito que falamos.

Devo agora escandalizar muita gente, mas eu tenho uma T-Shirt do Che. 
Fica-me muito larga, é de um vermelho muito vivo e ele não me parece muito bem disposto. Foi-me oferecida pela minha madrinha para eu "épater le bourgeois", ou seja, para eu chetear o burguês.
E foi o que eu fiz com ela. Se não erro nas contas devo tê-la usado três vezes, todas elas para provocar o Tiago e o seu gosto (ainda mais) burguês (que o meu).

Não tenho a certeza, mas acho que não gosto da minha T-Shirt do Che. Talvez porque ser (mal) rotulado é um preço demasiado elevado para chatear o anestisiado burguês, e para mais sem originalidade.

Missão do Jornalista

Pacheco Pereira, num texto de hoje do Público, tecia louvores ao Jornal Nacional da TVI, por comparação à qualidade jornalística dos meios de comunicação do Estado. Creio que não estou a distorcer o texto, se disser que o grande argumento por detrás dessa opinião se pode resumir da seguinte forma: o dever do jornalismo é bater a rebate, denunciar, incomodar quem está no poder.


Não posso deixar de sentir uma certa simpatica por essa ideia do jornalista enquanto cavaleiro de pena, ou caneta, ou gravador em punho, desafiando os Golias desse mundo com nada mais do que a Verdade. Há hoje lugares no mundo em que ser jornalista ainda é ser um David, lutar isoladamente contra monstra que podem facilmente fazer-nos "propostas que não podemos recusar" ao bom estilo siciliano. Mas não cresceram os meios de comunicação para se tornarem eles também em Golias?

Vi há dias o filme "Citizen Kane" em que a personagem principal, um magnata dos jornais do início do século XX, percorre um estranho caminho que o leva inicialmente a declarar guerra a todos os que explorassem os pequenos, até ao ponto em que diz que as pessoas vão acreditar naquilo que ele disser para elas acreditarem. Não sei se o mesmo não se passará com muitos dos nossos melhores jornalistas, Manuela Moura Guedes aqui incluida.

Será que o jornalismo é isso, essa luta incessante contra os poderosos?
Não. Não mais do que o Advogado, que o Juiz, que o Polícia, que o Comediante, que o Escritor, que o Padre. Já não me lembro de quem disse que o comunismo era a doença infantil da esquerda. O simples ataque a quem está no poder é revelador da mesma "infantilidade", que talvez melhor se apelidaria de ingenuidade, no jornalismo. A responsabilidade do jornalista não é perante os miseráveis, nem perante o público, mas perante a verdade, garantindo o acesso à história. Só assim são eles, mais que os juizes, mais que os políticos, que os polícias ou os generais, os primeiros e últimos guardiões da Democracia.

Mexendo nos discursos com um hábil corta e cose e palavras, felizes por semear a discórdia, por arruinar carreiras, por perturbar vidas de cidadãos anónimos, por fazer e desfazer as suas estrelas cadentes num passeio da fama descartável, oco, falso, baptizado só por ironia de "real", em que se pavoneiam estes arautos da desgraça, duplamente malditos pela sua soberba de titereiros e pela consciência tranquila de beatas. Talvez isso seja o que mais choca: ser tão completa a ilusão de que eles são os bons, os puros, os incorruptíveis, aqueles que fazem frente aos Dragões, sem repararem que neles nasceu há muito a mesma língua biforcada da serpente.

sexta-feira, 20 de março de 2009

referências

É muito engraçado como os diversos grupos sentem necessidade de criar referencias.
No escutismo, há Robert Stephenson Smith Baden-Powell. É carinhosamente tratado por B.P. Mais solenemente, designa-se por "o fundador".
Há um livro "Escutismo para Rapazes", citado em múltiplas ocasiões.
Apesar de o movimento escutista dirigir-se a jovens entre os 6 e os 18/22 anos e de estar organizado numa complexa estrutura, o livro de referência é composto por pequenas "palestras de bivaque" dirigidas aos jovens ingleses do início do século XX, de 10/14 anos (inicialmente saídas em fascículos). Por outras palavras, não é óbice o facto de o livro de referência apanhar apenas uma pequeníssima parte do que é o escutismo, o que só se explica pelo seu valor simbólico. Há também expressões típicas, como pata-tenra.
Nos Estados, endeusam-se figuras históricas, ou certas épocas. Entre nós, há o rei que partiu com o nevoeiro, a literatura do século XIX, o inalcançavel Camões e o autodesignado "Super-Camões" (Fernando Pessoa), os descobrimentos como época áurea da raça lusitana, ... Há de tudo, para quem queira. E sempre prevalece a ideia de que é preciso encontrar pontos de apoio.
Vai-se a uma equipa de futebol amador e ouve-se que no tempo do presidente y é que era, os jogos históricos do passado, aquela vez em que se chegou aos oitavos de final da taça.
Nas faculdades, é o assistente, o professor, o catedrático. Mais o título do que o titular.

É voraz a necessidade de criar referências.

Isto é uma cabala*

Num debate que não foi dos melhores, salientam-se contudo as citações que levaram a audiência a reagir de forma mais viva. Desta vez encontram-se algumas suspeitas e outras hilariantes.

*Canotilho:
"se eu falasse estava a defender a moção dele"

Guilherme:
"se se falar do sexo, ele deixa de ser uma coisa tão badalhoca"
"sexo e saúde andam de mão dada"
"perguntava se estaria grávida por inserir o dedo no ânus"

Hugo:
"os benefícios do sexo são óbvios para as crianças"
"é importante para evitar pessoas"
"a população da terra só é sustentável até aos 4 milhões"

Bernardo:
"claro que nas camadas mais pobres existe falta de informação, mas isso nunca matou ninguém"
"iam meter flyers com mulheres nuas nas casas de banho"
"um psiquiatra que desse educação sexual"

Tiago:
"Se o país estivesse a ser invadido, o senhor ia pedir 15 minutos de preparaçao?" resposta do Canotilho "talvez, talvez"

Esta casa defende que a educação sexual nas escolas é desnecessária

Mesa:
Francisco (Presidente)
Maria João (Vice-presidente)
Daniela (secretária)


Governo:
Duarte Canotilho (20 pontos)
Bernardo Almeida (55 pontos)

Oposição:
Guilherme Silva (73 pontos)
Hugo Oliveira (46 pontos)

Num debate que contou com duas estreias, o tema prometia argumentos empenhados e com larga margem de discussão, juntando vários elementos para se assistir a um óptimo debate.
Claro que o grande desafio do debate foi contar com as duas estreias: o Hugo (FEP) e o Bernardo (Vice-presidente Actividades Académicas da ELSA Portugal).
Contudo, a bancada do governo tentou uma frustrada definição da moção claramente manipuladora do debate e fugindo ao tema pretendido, sendo portanto a moção desafiada pela bancada da oposição, o que foi aceite pela mesa de modo a tornar o debate possível. Contudo e infelizmente, o Primeiro- ministro (Canotilho), decidiu ao invés de argumentar, gastar os seus sete minutos reclamando da decisão da mesa e invocando uma suposta cabala. Daí o facto de ter recebido a pontuação mais baixa alguma vez atribuída na sociedade de debates.
Ora, estando o debate sem argumentos durante os primeiros sete minutos, claramente a tarefa do Hugo foi dificultada e talvez daí tenha vindo muito do nervosismo. Contudo, introduziu claramente seriedade no debate, trazendo argumentos interessantes como a questão das gravidezes indesejadas, dos métodos contraceptivos e a questão das DST’s, falando ainda das questões demográficas.
O Bernardo, iniciou o discurso de forma muito ponderada e séria, mas depressa descambou nos argumentos, fazendo algumas afirmações um pouco chocantes num estudante de Direito e virando o discurso para o lado canónico, ou não tivesse ele estudado na Universidade Católica do Porto.
Quanto ao grande vencedor deste debate, conseguiu trazer argumentos frescos ao debate e contar uma pequena história sobre os dramas da não existência de educação sexual nas escolas, o que sem dúvida deixou a audiência e a própria mesa sensibilizada. Sem contudo nunca deixar de lado o humor que tão bem o caracteriza.

Victor

Victor

quinta-feira, 19 de março de 2009

Equipas e Datas do Campeonato da SDD

Caros amigos, procedo à publicitação das equipas que irão debater, de acordo com o sorteio realizado antes do debate de hoje. Seguem também as datas de cada debate, sendo que eventuais trocas (de dias, não de "adversários"!) terão que ser acordadas entre as equipas e informadas aos restantes pelo blog.
Mantêm-se as quintas-feiras e o horário habitual, embora em alguns casos possa haver coincidência com outras actividades, para as quais chamo a atenção.

Equipa A: Rúben (Dr. Ferreira Ribeiro) e João (Big Show)
Equipa B: Guilherme e Daniela
Equipa C: Tiago e Noronha
Equipa D: Paixão e Canotilho
Equipa E: Ary e Hugo
Equipa F: Rui (Rámon) e André (Bastinhas)
Equipa G: Sérgio e Henrique
Equipa H: Flávio e Frederico

Debate 1 - A vs. B: 2 Abril (atenção - haverá uma conferência da AE durante a tarde)

Debate 2 - C vs. D: 16 Abril (atenção - semana de férias desportivas da FAP)

Debate 3 - E vs. F: 23 Abril (atenção - jantar do choro)

Debate 4 - G vs. H: 30 Abril (atenção - semana de chá com cinema do Cineclube)

Meia-final - vencedor debate 1 vs. vencedor debate 2: 14 Maio

Meia-final - vencedor debate 3 vs. vencedor debate 4: 14 Maio

FINAL - 21 Maio


É esta a única calendarização possível, visto que na próxima 5a feira não haverá debate, devido à participação de alguns alunos no MUN da ELSA da Católica; e retirando também a semana das férias da Páscoa (6-12 Abril) e a semana da Queima das Fitas (2-9 Maio). Pensei pois que juntar as duas meias-finais no mesmo dia se afigurou a melhor opção.

Por fim, informo que a Mesa dos debates será sempre composta por 3 destes 5 elementos fixos: Maria João Fonseca, Rui Fontinha Vieira, Ricardo Lima (Puto 17), Vasco Pereira da Silva e Marta Lima.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Esta não vou ser eu a tentar explicar

Papa Bento XVI diz que a distribuição de preservativos pode aumentar o problema da SIDA.


Como exactamente? 

Percebe-se a lógica: mais sexo, mais SIDA. É uma questão de probabilidades, em que se aumentarmos o número de vezes que lançamos os dados vamos ter mais números 1. Mas o que falha aqui é que a distribuição de preservativos não vai levar simplesmente a mais sexo protegido, o que ainda assim representa riscos, mas sobretudo vai levar a menos sexo desprotegidos. Distribuição de preservativos pode levar a mais sexo, pode mesmo levar a mais promiscuidade, mas, vendo bem as coisas, diminui os riscos, contribuindo para menos pessoas doentes.

Como é que esta gente dorme de noite?

terça-feira, 17 de março de 2009

A Mulher dos Meus Sonhos



"Maior desafio das mulheres árabes é mudar mentalidade dos homens".

segunda-feira, 16 de março de 2009

Propaganda/Publicidade Política

A CMP notificou há dias a candidatura de Elisa Ferreira para que sejam retirados os cartazes relativos à campanha autárquica, baseando-se para tal num regulamento municipal que define tempos e zonas em que a propaganda está proibida.


Não que isto isente o PS de culpas, até porque, pelos vistos o regulamento foi aprovado com os votos dos socialistas, mas parece-me que este regulamento é inconstitucional. A limitação que se está a fazer da liberdade de expressão não me parece proporcional face a ... o quê exactamente? A paz pública? Haverá um direito dos cidadãos a não serem bombardeados por propaganda política? Então vai ser difícil justificar o conteúdo da revista da CMP, que é basicamente a versão impressa dos programas televisivos de Hugo Chavez, mas com Rui Rio no papel do tiranete venezuelado.

Poderiamos talvez apelar a princípios de sobriedade? Ética republicana? Talvez, mas é forçado.

Podem dizer que a propaganda política não contribui para o debate, é estéril, apenas contribui para a política de espetáculo a que nos fomos habituando. Certo, tudo isso é verdade. Mas não é verdade que o mesmo se passa com a publicidade em geral? Não contribui ela para a confusão dos consumidores? Não desperta neles desejos ocultos, suja a imagem de produtos concorrentes, vende imagens errónea dos produtos? Não faz promessas que não cumpre? Não mente também ela descaradamente levando-nos a acreditar numa vida melhor? É mais censurável dizer que Homo lava mais branco ou que o PSD é "a força da União"?

Em democracia os candidatos precisam de comunicar com os seus eleitores. Vedar um meio de comunicação com estes sem uma razão forte para tal é pôr em causa mais do que a liberdade de expressão a própria democracia.

PS: É estranho um regulamento destes existir, mas talvez mais estranho seja a diferença de tratamento que recebe o PCP, obrigado a pagar multas antes de qualquer notificação.


domingo, 15 de março de 2009

Mais violentos?

Há muita gente muito agressiva em todo o lado: nas escolas, nos locais de trabalho, nas famílias ... Basta olharmos à nossa volta percebermos porquê: porque funciona. Por que é uma forma relativamente eficiente de conseguirmos o que queremos. É assim para os animais, é assim para os humanos.
Acho que no entanto temos percorrido um longo caminho no que diz respeito à aceitação da violência como forma de resolução de conflitos.

Hoje a vingança não é entendida como um dever, nem mesmo como um direito e é publicamente censurada. Nas próprias escolas, a tolerância de professores e funcionários no que diz respeito a violência entre alunos é hoje muito, muito, menor do que aquela que existia há algumas décadas. O papel da violência na educação dos filhos tem diminuído drasticamente: há algumas décadas o pai usar o cinto no filho era socialmente aceitável, um sinal de força, pulso firme, disciplina capaz de forma homens honrados e com carácter. A pena de morte desapareceu da maioria dos países, bem como penas envolvendo mutilação, castigos físicos ou outros, e nos sítios em que ainda se pode condenar alguém à morte o modo de levar a cabo as sentença é sempre bem menos violento e bem mais indolor. Por muito que persistam alguns fenómenos isolados de violência por motivos de "honra" os duelos não são hoje socialmente aceites (o Parlamento português conheceu algumas disputas verbais que terminaram em duelo). Há cidades italianas que mantêm os registos dos homicídios desde séc. XIII que mostram baixas muito significativas e relativamente constantes. A tortura não é já aceite como forma de extorquir informações ou mesmo como pena, apesar de continuar a ser praticada em alguns países, em algumas circunstâncias. O fenómeno da pilhagem quase desapareceu dos exércitos organizados. Continua a haver várias gangs e máfias, mas poucas dessas organizações podem dizer-se acima da lei.  

Temos vindo a melhorar. Continuamos os mesmos, mas a pressão social em torno do fim da violência tem aumentado. O Direito prossegue a sua marcha.
Podemos todos regozijar-nos quanto ao facto de hoje a guerra já não ser aceite como forma de expansão do território ou promoção da economia lenta e segura marcha e, como alguém disse, "é imparável uma verdade em movimento".

sábado, 14 de março de 2009

School Shootings

Sabiam que existe um artigo bastante extenso sobre "school shootings" na wikipedia, em pelo menos 12 línguas? Ou que as palavras estão presentes em pelo menos 32 milhões de páginas, de acordo com uma pesquisa no Google?


Felizmente a palavra ainda não se popularizou em Portugal uma expressão com significado equivalente, para estes actos de violência praticados em estabelecimentos de ensino com o intuito de atingir um grande número de vítimas mais ou menos indiscriminadamente. Por muito que alguns profetas da desgraça nos queira vender a ideia contrária, vivemos num país que ainda assim é relativamente tranquilo. Claro que temos alguns tipos de criminalidade bastante populares, como os assaltos a bombas de gasolina ou a caixas de multibanco, e pelo menos durante algum tempo tivemos aí um surto de carjacking, mas nem nos podemos queixar muito.

O próprio fenómeno da violência nas escolas nem é mais dramático que noutros países e apesar de se poder falar de um aumento nos últimos anos, se olharmos o problema com mais distanciamento, facilmente percebemos que o que se está a passar já se passou em muitas outras alturas. Os nossos pais viveram um período complicado de violência nas escolas durante o pós-25 de Abril, se perguntarem aos vossos avôs que tipo de partidas se pregavam na altura aos professores, ou da quantidade de vezes em que eles participaram em pequenas escaramuças concluirão que as crianças de hoje são umas santas. Cfr. "Dá-me o telemóvel já" com "How green was my valley".

Pensando sobre estas coisas, estava quase convencido que estas coisas são sempre as mesmas e no fundo não há razão para alarme, mas depois voltaram-me à cabeça as imagens de alguns recentes tiroteios em escolas e voltei atrás. O que se passa com estas crianças? O que se passa connosco?

A caminho do Treblinka.

Cada vez mais me apercebo que tudo é uma questão de perspectiva.
O mundo limita-se a oferecer mensagens antitéticas. Abandona ao nosso arbítrio optar por um dos lados do Muro.
Num dia vemo-nos confrontados com a ideia de que utilizar transportes públicos é uma atitude de nobreza de princípios e elevadíssima consciência ambiental, já a dureza da realidade encarrega-se de nos esclarecer que os mesmos não passam de meros vagões onde se encurrala pessoas pobres de espírito e pessoas simplesmente pobres. Parte-se do princípio que a maioria sairá viva.
O vidro embaciado serve-me de pretexto para virar a cara a um bafio que me começara a entorpecer os sentidos e deixo-me inquietar pela inusitada forma de contacto humano que os autocarros proporcionam. Pergunto-me se o único momento em que verdadeiramente nos damos conta da existência dos outros é quando chocamos com eles.
Numa sociedade empedernida por normas de trato que ensinam a conter gestos e emoções, talvez a susceptibilidade de ser invadido pela sensação de vida apenas se torne possível através do toque. Todo o resto é uma permanente impressão de dormência e apatia que culmina ultimamente ou na total banalização do contacto ou no mais hermético distanciamento.
Uma frenética alienação extorque-nos o dia. Confundem-se rostos, perdem-se instantes, só as sensações permanecem, só aquilo que é captado pelos sentidos se torna intrinsecamente parte de nós. Na verdade, nunca recordamos as pessoas ou eventos como foram, mas sim como nos fizeram sentir.
Constrói-se sob os meus olhos uma imagem que não relembrarei senão por me ter perturbado. Parada no semáforo, observo, ‘Retrosaria’ ‘Lingerie‘ ‘Atoalhados’. Passeia-me pela mente a mulher que coloca as suas necessidades pessoais atrás das tarefas do lar. A mulher que entre panos do pó e toalhas de mesa se sente realizada, sem nunca se lembrar que ela mesma também precisa de tecidos que a componham. A mulher que nunca vive para si e, por não viver para si, não consegue viver plenamente para os outros. A mulher que, tal como eu, anda de transportes públicos, e, tal como eu, um dia jurou tentar tirar o máximo de proveito da vida. A mulher desanimada que agora vê a vida passar-lhe ao lado.
Também eu, através da translucidez do vidro, a vejo. Pelo estrangulamento da ampulheta, a areia não pára de cair. Continuo parada no semáforo. E se não houver retorno?

sexta-feira, 13 de março de 2009

A SDD é composta por meninos altamente snobes*

- O hino da SDD é a Lambada.
- Vou escrever uma anedota no quadro:


*Guilherme Silva

- Se for a copiar que alguém prossegue a felicidade...porque não copiar?
- A cópia faz a evolução do Homem.
- Nesta intervenção da oposição eu estava quase a repetir uma coisa que me aconteceu ontem: adormecer.
Nuno Paixão

- Copiar é atingir um fim sem passar pelos meios.
- Falou na cópia da coca-cola. Por acaso já foi ao mini preço provar aquelas coca-colas rafeiras?!
Flávio

- ...porque o pensamento económico é optimização de recursos. O mundo é economia!
- Na minha escola havia 5 professores por sala a vigiar os exames nacionais. Quem conseguisse copiar ali era um génio - e entrava na faculdade.
- Então o monge inteligente é aquele que fica a fazer doces conventuais?!
Tiago Ramalho

- Não há diálogo! MJ

- Não acha que, num sistema de avaliação tão redutor e estrangulador, copiar é a vitória da criatividade sobre a memorização? Ary

- A cópia gera a decadência da humanidade. Então eu proponho a proibição da cópia, a par da proibição da tortura! Rui Borges

quinta-feira, 12 de março de 2009

Esta casa acredita que quem copia também tem mérito.

Mesa:

Maria João Fonseca (Presidente)

Daniela Ramalho (Vice-Presidente)

Rui Vieira (Vogal)

A favor:

Tiago Ramalho – 79 pontos

Nuno Paixão – 81 pontos

Contra:

Flávio Silva – 70 pontos

Rui Borges – 72 pontos

Foi este o tema escolhido para iniciar os debates do segundo semestre, contando com vasta assistência e bastantes caras novas a assistir e inclusive participar nas perguntas dirigidas aos oradores. O debate foi animado, sendo os quinze minutos de preparação das equipas ocupados pelas sempre bem-dispostas piadas de Guilherme Silva, que conseguiu animar os espectadores enquanto o tempo decorria.

Começado o debate pelo Paixão (Primeiro-Ministro), cedo se percebeu que o debate ia arranjar vários exemplos e argumentos favoráveis ao mérito da cópia, mesmo à partida sendo esta a posição mais complicada de defender. Tal como nos habitou, o Paixão usou o humor para captar a atenção da audiência, respondendo com audácia às várias perguntas que lhe foram colocadas. Quanto ao Flávio, mais uma vez mostrou que consegue dominar o discurso, mas voltou a perder-se em expressões pouco formais, embora tenha moderado a sua agressividade perante os adversários. Faltou ao seu discurso o aceitar perguntas, embora vários braços tenham sido levantados durante os sete minutos em que discursou.

O Tiago, ou não tivesse ele vindo da economia, socorreu-se do argumento económico para mostrar que copiar não é afinal assim tão mau, dizendo mais ou menos por estas palavras que “copiar não é assim tão mau, pois permite-nos economizar tempo para outras coisas”. O Rui teve os dez minutos de defesa da oposição, argumentando bem e acrescentando coisas ao que o colega de equipa já tinha dito, acabando por aceitar muitas perguntas e perder o discurso, com o excessivo número de perguntas aceite. Para terminar o debate, o Paixão teve as honras dos três minutos que normalmente podem decidir o debate e acabou por aproveitar da melhor forma, captando totalmente a audiência com a forma bem humorada com que geralmente dá cor aos seus discursos.

Em suma, foi um debate animado e um dos mais assistidos, o que se espera que se mantenha por todo o semestre. Salienta-se ainda o facto de a campainha ter tido casa cheia no dia em que se estreou!

terça-feira, 10 de março de 2009

Redes

Ouvi de Elisa Ferreira, com surpresa (advinda do meu desconhecimento do perfil da eurodeputada), tal como os meus colegas do Corpo Expedicionário da FDUP, que a política se fazia em rede. Soube bem ouvi-lo. As redes são constituídas por vários pedaços de um qualquer material que se unem, que tem como razão de ser ssatisfazer um dado propósito. Quem desfie uma rede passa a ter um conjunto de fios que, ainda que servindo para algo, valem menos do que o todo, quando enlaçados. Por isso, as redes servem para muitas metáforas. Representam, não raro, e como parece ser aqui, a união.
Os amigos são, em princípio, uma rede de partilha de experiências, ou de amparo colectivo. As equipas de futebol são redes de atletas, unidos em prol do sucesso colectivo (daí que a equipa em que o todo supera as partes possa vencer a que tem as estrelas individuais). A comunidade é uma rede de pessoas, nasce dos esforços de todos. Mesmo o direito parece pressupor duas pessoas, ou não faria sentido falar em ordem reguladora (como se pode ordenar apenas uma coisa? Ordem parece ser termo relacional).
A minha alegria foi de ouvir o termo rede em política. De ouvir de alguém que faz parte da "classe", passe a expressão, a revelar que a política não se faz através do díptico Estado/ Sociedade Civil, mas das teias tecidas na comunidade. Para lá de partidos políticos demofílicos, importam actores políticos - cidadãos - participativos, tomando, no dia a dia, pequenas decisões fundamentais para a comunidade (desde a freguesia à dimensão mundial).
As palavras estão contidas, por vezes, em declarações vazias de sentido. Estas, as de que política se faz em rede, podem padecer desse vício, se não concretizadas no dia a dia. Valem, pelo menos, enquanto correcto enquadramento da realidade, meio caminho andado para se verem reflectidas na realidade.
Política em rede...

segunda-feira, 9 de março de 2009

Campainha


O tom é Dó.



A(migos)



A(migos) R(etórica) Y(deias): a Sociedade de Debates em três palavras; a minha gratidão às três, mas em espcial aos primeiros,  por três dias muito bem discutidos, conversados, ridos, gargalhados, comidos, passeados ... vividos.

PS: Esta é a única fotografia em que o Yeti aparece.

terça-feira, 3 de março de 2009

I Campeonato da SdD


Numa altura em que ainda tentamos encontrar professores para fazer o debate de onde sairão os adversários dos alunos vencedores, abrimos a partir de agora as inscrições para o I Campeonato da SdD.



1. O modelo de apuramento do vencedor será por eliminatórias (quarto-de-final, meia-final e final).
3. A Mesa será composta por duas ou mais pessoas de um Painel composto por 5 elementos nomeados pela Direcção da SdD.
4. O campeonato contará com a presença de 8 equipas.
5. Caso haja mais do que 8 equipas inscritas será o painel acima referido a decidir o modo de selecção das 8 equipas participantes.
6. As equipas serão compostas por 2 estudantes inscritos na Universidade do Porto.
7. A inscrição faz-se através de email para sociedadededebates@gmail.com, até dia 19 de Março. O email deverá conter o nome completo, a faculdade, o email e o contacto telefónico dos dois elementos da equipa.
8. A validação da inscrição está sujeita ao pagamento de uma caução no valor de 10 euros, caso a equipa não falte a nenhum dos debates marcados.
9. A caução deverá ser-me entregue em dinheiro até dia 19 de Março e será devolvida da mesma forma mal a equipa seja eliminada ou se sagre campeã.
10. Os campeões debaterão contra os professores que sairem vencedores do debate feito entre estes, em data a marcar entre a Direcção da SdD e ambas as equipas.
11. O sorteio da letra correspondente a cada equipa será feito dia 19 de Março, depois do debate a realizar nesse dia, que está marcado para as 18h00. 
12. Os debates decorrerão de acordo com o regulamento em vigor, com as devidas adaptações, cabendo ao Painel interpretar as suas disposições em harmonia com o acima disposto.

domingo, 1 de março de 2009

O MEU Parlamento Europeu

De 25 de Abril a 1 de Maio o Parlamento Europeu, em Estrasburgo, acolhe centenas de jovens universitários, que poderão, durante uma semana, simular o jogo político de plenário e de bastidores que antecede a aprovação de legistação comunitária.


É sem dúvida uma excelente oportunidade para conhecer melhor a UE e as suas rodas dentradas, fazer contactos com jovens conscientes do seu papel como cidadãos europeus, treinar o inglês, melhorar capacidades de negociação, retória, liderança, etc. ou até visitar Estrasburgo.

Para mais informações aqui.


Cartaz do XVII Debate

In mortis examine

Hoje decidi escrever-vos sobre outras escritas, até porque não só de Direito vive o jurista. Assim, lembrei-me de um livro de que gostei bastante, “As Intermitências da Morte”, o qual tenho por hábito referir em várias ocasiões. Deixo-vos a minha “crítica literária” sobre a mesma obra. Espero que gostem. Recomendo, vivamente, a leitura do livro.


“As Intermitências da Morte” é uma obra genial de Saramago, publicada em 2005. A frase inicial “No dia seguinte ninguém morreu”, transmitindo uma ideia de fim é apenas o início de uma das mais inteligentes e inesperadas avaliações à sociedade, alguma vez já concebida, por um português. É uma obra que reúne em 214 páginas uma ampla e divertida discussão acerca da morte e da vida, do amor, da coincidência, do destino e futuro, palavras-chave na idealização humana da sua vida.

Esta é a história de um país, sem nome, habitado por vulgares humanos, as nossas personagens, igualmente sem nome, que de um dia para o outro se vê diante do mais inexplicável acontecimento, a interrupção da morte. Durante sete longos meses, este país conhece a realidade de uma existência sem morte e todas as consequências que lhe estão implícitas. Saramago, de uma forma irónica vai reflectir sobre a existência do mundo tal como o conhecemos, criticando a sociedade, através das cómicas reacções dos mais variados sectores a este acontecimento, desde a Igreja ao Governo, passando pelas agências funerárias, lares de terceira idade, seguradoras, jornalistas... Está criado o cenário perfeito para o debate acerca de um dos temas que mais intriga a Humanidade desde sempre, a razão pela qual tudo o que nasce morre.

Inicialmente é-nos retratada a intermitência da morte, uma visão dos acontecimentos a partir do dia 1 de Janeiro, dia a partir do qual ninguém mais morreu naquele estranho país. Este é o momento mais cómico da obra, pois, o leitor passa a ter uma visão acerca das discussões causadas pela misteriosa pausa da morte e todos os problemas acarretados por esta. É-nos revelada a opinião da Igreja que se vê sem motivos para ter fiéis, pois eles não vão morrer; das agências funerárias que se passam a dedicar a enterros de animais domésticos; dos filósofos que vêm perder sentido múltiplas teorias, das famílias cujos familiares não morrem mas ficam como que em “coma” para a eternidade, dos lares de terceira e quarta idade, como ironiza o autor, sem espaço para receber estas pessoas. Destes grupos, destaca-se um, o Governo que tem de resolver este grande problema e se vê envolto nas mais diversas discussões, quer com os representantes sindicais, quer com a Igreja ou a recém-nascida “maphia”, substituta da antiga máfia, e que terá como propósito livrar-se dos corpos que ao passarem a fronteira para os países limítrofes morrem finalmente.

Passados setes meses e sete capítulos, uma misteriosa carta cria novamente o alvoroço entre os habitantes do molestado país, carta esta revelada na televisão, redigida pela própria morte que afirma que “a partir da meia-noite de hoje se voltará a morrer tal como sucedia, sem protestos notórios (...) ofereci uma pequena amostra do que para eles seria viver para sempre (...) a partir de agora toda a gente passará a ser prevenida por igual e terá um prazo de uma semana para pôr em dia o que ainda lhe resta na vida”. Estes passam a ser dias de grande tristeza para os que esperam pelo seu fim.

A última parte desta história é relatada de forma pessoal pelo autor. Uma das cartas, cor violeta, que a morte enviava como aviso aos humanos que iam morrer dentro de oito dias, voltou insistentemente para trás. Este vai-se apresentar como um caso único na existência da morte, pois é a primeira vez que alguém que devia ter morrido não morreu. Desta forma, a morte tira uma semana de férias para resolver este grande problema. Durante essa semana vai conhecer a vítima que lhe resistiu, descobre ser um violoncelista. Assim sendo, a morte torna-se numa bela mulher que seduz o artista para lhe poder entregar a carta que lhe tirará a vida. Ao ser humanizada a morte conhece a realidade humana mais certa, a seguir à própria morte, o Amor. Apaixona-se pelo violoncelista e desiste de matar, segundo o que sugere o final da obra: “A morte voltou para a cama, abraçou-se ao homem e, sem compreender o que lhe estava a suceder, ela que nunca dormia, sentiu que o sono lhe fazia descair suavemente as pálpebras. No dia seguinte ninguém morreu.”.