É muito engraçado como os diversos grupos sentem necessidade de criar referencias.
No escutismo, há Robert Stephenson Smith Baden-Powell. É carinhosamente tratado por B.P. Mais solenemente, designa-se por "o fundador".
Há um livro "Escutismo para Rapazes", citado em múltiplas ocasiões.
Apesar de o movimento escutista dirigir-se a jovens entre os 6 e os 18/22 anos e de estar organizado numa complexa estrutura, o livro de referência é composto por pequenas "palestras de bivaque" dirigidas aos jovens ingleses do início do século XX, de 10/14 anos (inicialmente saídas em fascículos). Por outras palavras, não é óbice o facto de o livro de referência apanhar apenas uma pequeníssima parte do que é o escutismo, o que só se explica pelo seu valor simbólico. Há também expressões típicas, como pata-tenra.
Nos Estados, endeusam-se figuras históricas, ou certas épocas. Entre nós, há o rei que partiu com o nevoeiro, a literatura do século XIX, o inalcançavel Camões e o autodesignado "Super-Camões" (Fernando Pessoa), os descobrimentos como época áurea da raça lusitana, ... Há de tudo, para quem queira. E sempre prevalece a ideia de que é preciso encontrar pontos de apoio.
Vai-se a uma equipa de futebol amador e ouve-se que no tempo do presidente y é que era, os jogos históricos do passado, aquela vez em que se chegou aos oitavos de final da taça.
Nas faculdades, é o assistente, o professor, o catedrático. Mais o título do que o titular.
É voraz a necessidade de criar referências.
filhos da Duna
Há 3 dias
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