sábado, 25 de abril de 2009

(R)evoluções




"A revolução faz em dois dias a obra de cem anos e em dois anos destrói a obra de cinco séculos". 

Paul Valéry resume numa frase aquilo que eu penso, mas não conseguiria certamente dizer tão bem, quanto às vantagens e desvantagens da revolução.
Há uns anos - dois, três, quatro (?) não sei, deve ser da idade - houve por aí uns cartazes a dizer que Abril era evolução. Depois de alguma polémica em que políticos, historiadores, comentadores, juristas e sociólogos trocaram acusações e impropérios enquanto discutiam se estavamos ou não perante algum revisionismo histórico, o povo - essa figura mitológica -começou a escrever um "R" à frente da "Evolução".

"Grande poeta é o povo" que tem mais imaginação que os publicitários. Foi o povo que fez, uma vez mais, de Abril uma revolução - desta feita não com cravos mas com graffities.

As revoluções são evoluções impacientes, evoluções que já estão há muito tempo para nascer. Porque só quem tem pressa de nascer paga um século ao preço de cinco.




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