domingo, 29 de junho de 2008

tenho vindo a insistir, um pouco obsessivamente, na ideia dos vídeos das campanhas eleitorais americanas para partilhar exemplos de fluência de discurso e de abordagem de ideias.
na constinuação da mesma linha obsessiva, apresento assim mais um vídeo de Ron Paul, um dos meus candidatos favoritos, que já não está na corrida, como é conhecimento de todos.

é um vídeo curto que enxota a perspectiva de que os republicanos são todos pro-War, se bem que só podemos classificar Ron Paul como republicano devido às suas convicções conservadoras em relação a alguns assuntos.

talvez na América se esteja a dar um fenómeno que eu há muito anseio por ver acontecer por terras livres lusitanas, que é o fim do cliché político.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

pedaço de nada; pedaço de tudo

Nos interstícios do pequeno bloco que sempre o ladeou, um pedaço perdido de nada, um pedaço perdido de tudo, um pensamento vertido em sonho ou um devaneio largado ao tempo. Assim rezava o pequeno excerto daquele eremita de uma outra história.

"Pois nessa altura descobri que o Direito era como todos os montes que perante meu olhar se levantavam, com os seus cumes e suas neves. Ao princípio, quando no vale junto dos meus me encontrava, julgava-os intransponíveis, plenamente imperturbáveis, como que uma imposição do Alto para constantemente nos prender àquele lugar onde nos encontrávamos. Assim pensava, tais eram os juízos que perante e para mim formulava. Mas depois, com a razão que só o tempo me pôde dar, descobri brechas nessa natural parede, caminhos e percursos que a rompiam; encontrei ribeiros e cascatas, novos pássaros e flores, novas vias e novos mundos onde era de novo rei e senhor de mim. Aqueles montes - aquela imponente obra natural! - já não eram o símbolo do proibido, já não castravam os sonhos que alimentava. Não pude aí deixar de reflectir sobre o Direito: afinal também nos tinha sido imposto, mas com o tempo, com o seu conhecimento, rapidamente percebi que nos servia, que dele nos servíamos, que lhe tínhamos de guardar a maior das gratidões. Agora que cá no alto estou, sozinho com meu pensamento e minha pena, sinto o vento gélido do Norte. Essa lâmina cortante que estes montes evitam que sopre sobre a povoação. Tão inúteis que pareciam; tão úteis que porém eram..."

quinta-feira, 26 de junho de 2008

quasi revolta

(Desde já alerto que o quasi não é gralha, mas opção)
Na sequência do penúltimo post do Pedro Ary, pensava eu, nesta minha vida sorumbática, na aversão que tanto tenho a lugares comuns que, porém, são essenciais na nossa vida em comunidade. É por sua culpa que para alguns certas mentiras ditas muitas vezes, ou melhor, certas incorrecções, tanto parecem verdade. Ou, pior, para os mesmos são verdade. Felizmente, o meu douto amigo já tratou de dar mais uma feroz machadada naquela tão propalada verdade feita afirmada tão violentamente por uns, com ar austero e altivo, segundo a qual "a violência nunca é solução". Enganam-se. A violência justa pode e deve ser acolhida. Basta ver a confiança e força com que o defendem...

Agora também eu pretendo atentar contra uma daquelas vis afirmações que por aí correm. "X tem sempre razão", "Y acha-se dono da verdade", e afins, e afins, e afins. Ora, o mal não está em achar que se tem sempre razão. Está em considerar que todos os juízos que se formulam mentalmente em dado enquadramento histórico-social são absolutos, não conhecendo qualquer hipótese de se encontrarem errados.

Eu acho que tenho sempre razão. Porque, nesta minha vontade de conhecer o justo e o correcto, procuro conhecer as soluções veras. E, em ordem a tal ideia, bastantes vezes mudo de posições, mormente quando as primeiras que arreigadamente defendia (com bastante inépcia, portanto) não se fundamentavam num juízo pausado e reflectido.

Quem não ache que tem sempre razão naquilo em que acredita que atire a primeira pedra...ou então consubstancia uma qualquer figura inócua que não consegue manter qualquer discussão ou debate, fruto dessa incapacidade de defender uma posição adequada, justa, verdadeira, em que acredite e confie, em que lute por impor socialmente.

Não, não censuro alguém que ache estar sempre certo. Censuro, aí sim, qualquer sujeito que intolerante e arreigadamente se bata por algo em que diz acreditar, não assumindo os custos de partir para o debate e, eventualmente, ter de mudar de posição. Porque, tão-somente, o outro tem razão. Quem, na nossa linguagem corrente, bate sempre na mesma tecla, por muito que seja provado que a tecla está errada...

É por acharmos estar certos que tantas e tantas vezes discutimos violentamente. Porque se a verdade é uma forte certeza, não tememos quando se nos opõe, não fraquejamos quando se trata de indicar a alguém o caminho. Sempre com a humildade bastante de, afinal, virmos a descubrir que nós é que nos encontrávamos num equívoco, que o outro é que, afinal, tinha razão.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Qual o mais violento?








~


Retórica e Violência



Onde acaba o confronto de ideias e começa o confronto de personalidades? E onde acaba este e começa o puro insulto? Quantas vezes ouvimos dizer que no parlamento "eles" se insultam uns aos outros e quantas vezes vimos tal acontecer?

Antes de mais: Eu acho que há um tremendo preconceito relativamente à violência. A violência para quem não resolve nada tem tido muitos resultados, não acham?
Desde o pátio da escola, às guerras mundiais, eu acho que a violência até se tem safado bem. Claro que não digo que ela seja capaz de resolver tudo, ou que a forma como ela resolve as coisas seja a melhor ou a mais eficiente, mas é provavelmente a mais eficaz.

A própria ordem jurídica reconhece o valor da violência, especialmente quando se trata de defender "o lícito perante o ilícito", mas tanto a legítima defesa, como o estado de necessidade, como a acção directa não passam, muitas vezes, de causas de legitimação da violência. E o mesmo se passa na ordem jurídica internacional como o uso da força.

Gandhi pode ter conseguido o que queria pela resistência pacífica, mas muitos outros líderes conseguiram exactamente o mesmo com recurso à violência. Não digo que seja melhor recorrer a ela, mas não se pode dizer que não traga resultados.

Da mesma forma posso relatar-vos da minha experiência pessoal que a violência pode ser um bom remédio para evitar ser assaltado. Mas que outros métodos, como falar com o assaltantes até eles se fartarem, também funcionam.

Passando a outro ponto.
Em geral as pessoas tendem a confundir as coisas e a dizer que toda a agressividade no confronto é insulto. Que as pessoas defenderem as suas ideias de forma aguerrida as faz perder a razão. (Quantas vezes já ouviram/disseram isto e até pensaram que estava certo?)

É normal haver agressividade no discurso. É normal as palavras serem duras, as frases ríspidas, as caras fechadas, os gestos brutais, quando se estão em causa divergências de posição; anormal seria que alguém estivesse a lutar com as palavras sem ser violento, se estevesse a tentar convencer sem tentar vencer.

"A pena é melhor que a espada", "o voto vale mais que a bala", mas não é por ser menos violento, antes porque tem menos de aleatório e mais de racional. Porque é mais provável que ganhe quem tem razão num debate que num duelo. Não é que quem ganha o debate tenha sempre razão, mas quem tem a força dos argumentos do seu lado tem vantagem comparável à de quem leva consigo a força das armas no duelo. No debate não se chega à verdade, mas à verosimilhança (o que, diga-se, já não é nada mau).

Podem pensar que entrei em contradição, ao começar por elogiar a violência e acabar por elogiar o debate, mas isso é só porque existe um outro preconceito, decorrente do primeiro e que por isso mal se destrinça dele, relativamente ao debate. O debate é violento.

O debate não é uma simples "troca de ideias" em que "eu fico com a minha e tuas ficas com a tua" para isso eu escrevia a minha opinião tu escrevias a tua, trocavamos de textos e enterrava-se o assunto. O debate não existe para que os oradores saibam a opinião um do outro, para isso em 90% dos casos não era preciso, porque, regra geral, eles já sabem a opinião um do outro.

O debate é violento porque exige confronto, exige que as ideias se justaponham, se atropelem, se acotovelem, que façam moche, que "sim"," mas não"," e daí talvez", "ainda assim", "embora", "apesar de", "contudo", "e no entanto talvez não", "não é bem assim", "mas por vezes", "quase sempre", "nem sempre" .... e elas [as ideias, claro] andem ali à pancada, esperando que por entre todos aqueles socos e pontapés haja um, basta um, que acerte em cheio na cabeça de alguém que a adopte e faça daquela ideia sua.

É óbvio que a coisa tem de ser violenta. Só não o é para quem pensa que as palavras são só palavras, que as ideias são só ideias e que os sonhos são só sonhos.

Pobres coitados sem palavras, nem ideias, nem sonhos.

"Primeira regra da socidade de debates: não se fala da sociedade de debates"

assim pensando

E sentados à sombra do sobreiro, resguardados daquele ousado sol que queimava qualquer réstia de vida, diolagavam.
- Bem, há aquelas situações por que toda a gente passa, que mudam o estado das coisas; aquelas coisas que nos acontecem, no dia-a-dia, que alteram a nossa vida...sabes do que falo?
- Vicissitudes.
- Sim, isso. E também podem ocorrer as empresas e nas associações, não é? Claro, claro que é. Já viste que o o presidente da junta pode fazer o que quiser para melhor a qualidade de vida das pessoas da aldeia?
- Já, claro. Tem um poder discricionário, com fundamento e limite no interesse público.
- Ah pois. É o que evita que possa fazer o que bem lhe apetece...
- Procura afastar a arbitrariedade.
- Pois, discricionariedade é diferente de arbitrariedade. Já viste: se eu tenho um campo faço lá o que me apetece. É injusto. Eu não devia poder usar a propriedade para lixar o meu vizinho...Não é correcto, não é justo!
- Pois não. É um acto emulativo e atenta contra a função social e económica do direito. Seria abuso do direito. Repara...só temos direitos em ordem a prosseguirmos certos fins, senão nada disto fazia sentido, não achas?
- Sim, de facto tens razão.

Afinal, o juridiquês até pode dar jeito...

sábado, 21 de junho de 2008

gostava de ter sido eu a dizer isto

Esta Casa Acredita que Barack Obama se vai safar bem...

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Carta (aberta) ao anónimo

Anónimo,
pensava escrever-te esta missiva e, ainda antes de a verter em texto, não sabia como começar. Porque ignoro quem serás. Escreveria, ao invés de "carta ao anónimo", "carta a um anónimo"? Ou carta "aos anónimos"? Desde logo, esta última não poderia ser...existem muitos anónimos diferentes de ti, que és único. Há milhares de milhares de sujeitos que me são desconhecidos, que represento como anónimos, e aos quais não me quero dirigir. E eu, tímido e comedido, não me atrevo a incmodar aqueles que não me conhecem nem intenção têm de o fazer! Por outro lado, também não será a "carta a um anónimo", a um qualquer anónimo. Porque ela é para ti, que tantas vezes por cá pairas, e não para um qualquer outro anónimo que ignoro.
Tive também de escrever uma carta aberta. Só a queria escrever para ti, anónimo, mas desconheço teu paradeiro. Terás uma família, um porto de abrigo? Gostarás de traulitar o hino nos jogos do clube Portugal? No críquet torces pela Índia ou Paquistão? Não sei... O meu único conhecimento cinge-se aos comentários que por cá deixas, tantas vezes desconexos entre si, ignorando se os formulas de um teclado em terras de Portugal ou de Vera Cruz, num cyber café de Tozeur ou de Port-au-Prince...
Não, a internet não é uma aldeia global: porque numa aldeia todos se conhecem e eu, anónimo, ignoro quem serás. A não ser que sejas o larápio do lugar, aquele que de dia é um entre os demais, com eles se confundindo, e de noite atenta contra os bons costumes da povoação. Serás assim cobarde e com quadro moral tão corrompido? Não me atrevo a pensar tanto...!
Ai, anónimo, e se todos fossem como tu? O primeiro ministro e a oposição, os liberais e os conservadores, os fascistas e os hippies? Já viste que aí que o anónimo defenderia a supremacia da raça e a igualdade entre todos, a nacionalização dos bens de produção e a acérrima garantia da propriedade privada, o uso de meios bélicos e a paz acima de qualquer negócio público? como seria então o mundo? Entraríamos no caos! Soprariam as trombetas apocalípticas!
Além de que, anónimo, podes estar a substituir-te a um sujeito chamado Anónimo: como te sentirias sabendo que estavas a causar danos a essa inócua pessoa? A fazer grassar a infelicidade na sua vida?

Anónimo, sei que tu tens um nome. E que, intimamente, naqueles momentos de maior dor, nas mais inoportunas noites de insónia, não gostas de ser anónimo e preferes ser tratado pelo teu próprio nome. Aí és um Joel, um Duarte, um João. Ou, se porventura fores uma anónima, uma Darlene, Sofia ou até Esbelinha! Nós seremos sempre uma candeia que ilumina o mais negro bréu, onde poderás dar asas a toda a tua individualidade. Esta casa sabe que também tu tens um nome e defende que, com ele te apresentando, serás sempre bem vindo!...

Com os melhores cumprimentos que posso endereçar, de ti me despeço, acalentando a esperança de ainda contigo poder trocar palavras bastantes,

Tiago Azevedo Ramalho

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Esta casa...

Depois de quatro dias de infrutífera, desvalorosa e (atrevo-me a dizer...) despicienda actividade cerebral - direito fiscal provoca estes impulsos auto comisserativos e aniquilantes - pensava eu numa bela afirmação ouvida numa aula de constitucional do primeiro ano. Esta casa...

...defende que o "advogado que tem barba ou pêra tem sempre algo a esconder, nem que seja o queixo"?

ou, pelo contrário, porque se calhar tudo isto é uma cabala contra quem opta - ou, pelo contrário, abstém-se negligentemente de cultivar a imagem - ter barba ou pêra,

...esta casa defende que tal afirmação é discriminatória, ostensivamente atentatória do princípio da igualdade nas relações sociais e, por conseguinte, a existirem homens (e mulheres, claro está) a esconderem alguma coisa, seriam aqueles que manteriam a pele lisa e sedosa, dilacerando qualquer pretenso "pêlo" que ansiasse sentir os ventos e as chuvas?

Afinal, o que é que esta casa defende?

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Esta casa acredita que uma educação universitária é dispensável

Aqui vai um aperitivo:

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Cinema de Animação e Banda Desenhada

Por acaso nunca repararam no "desrespeito" que existe pela população em geral pelo cinema de animação e ja agora pela BD.....

Ainda ontem estava eu na FNAC e vejo um miudo de 11 anos a pedir uma BD do Lucky Luke (k por acaso é bastante boa... eu ja li a colecção toda) e a mãe diz-lhe..... já não tens idade para 'tar a ler os macaquinhos.....!!!!!
(lembra-me a GT a falar dos Macaquinhos) Será k as pessoas não vêem que a BD e o cinema de animação (sem ser os filmes da pixar... que eu por acaso também gosto bastante) também são arte! A BD é a 9 arte, e o cinema de animação é uma combinação da setima com a 9!

Porque é k existe este preconceito contra este tipo de arte? E já agora incluo também os desenhos animados também
Ainda ouço a minha avó a dizer.... "já não tens idade para ver os Bonecos" WTF. Não devo ser o unico a quem isto acontece lool

Pronunciem-se sobre isto e fiquem com uma sugestão de um filme que eu adorei, e que tem serie em desenhos animados. A história não é só mais uma.... é um género totalmente novo ( vejam a imagem)

domingo, 8 de junho de 2008

seleção grandes discursos da Humanidade

Reverendo Michael Pfleger: "I'm white I'm entitled"



Yes Father, I believe! Amen to that...

Referências


Porque é sempre bom ver uma amiga a fazer uma "descoberta" e a pensar sobre ela. Eu, por exemplo, cheguei à conclusão que sou várias vezes Carrie, bastantes vezes Miranda, pontuais vezes Charlotte, e algumas vezes Samantha - leiam o último post da Inês Vouga, em www.amannerofspeaking.blogspot.com/2008/06/crescer.html

sábado, 7 de junho de 2008

Uma Proposta de Cartaz.

Cyanide and Happiness, a daily webcomic
Cyanide & Happiness @ Explosm.net

O Poder da Argumentação. (o cartoon não aparece todo, carreguem nele para ver o seu total esplendor)

quinta-feira, 5 de junho de 2008

os nossos (velhos) costumes

Dizia o actual Bispo da cidade do Porto, D. Manuel Clemente, num opúsculo publicado há poucos dias com o JN (em comemoração dos seus 120 anos) que a imprensa diária tem uma muito curiosa tarefa: tratava-se de, em parco espaço, comunicar/ informar sobre tudo o que se passou durante esse dia. Ou seja, englobava um imenso trabalho de selecção de acontecimentos relevantes, em claro prejuízo de outros.

O que acontece as mais das vezes com a actual comunicação social é que, na escolha das peças informativas, ou só se prende a um tema, ou ignora aquilo que mais releva. Resultado: durante dias a fio dá notícias repetidas, recheadas de lugares comuns que criam no destinatário uma dispensável sensação de enfado. Constantemente repete-se o mesmo, constantemente se fica pela superficialidade da abordagem, constantemente se ignora que, no país e no mundo, há mais do que a subida do preço do petróleo ou que a selecção portuguesa a preparar-se para um europeu de futebol... E, pior, rigorosamente todos os canais repetem o mesmo, talvez temendo dar uma informação diferente e, acima de tudo, informada. O resultado é que até o que É importante parece ser superficial. Veja-se o petróleo: é problema de extrema urgência. Porém, já não se aguentava ouvir mais e mais tanta desinformação.

O rol destas situações é imenso: Entre-os-rios, tsunami, o Martunis (acarinhado pelo Scolari),caso meddie... Períodos de tempo em que, no mundo, a vida pára, em que, na vida, só aquilo importa, em que, da vida real, qualquer acontecimento relevante deve ser logo afastado para segundo plano, porque o destinatário da informação só quer ouvir as mesmas notícias repetidas, e repetidas, e repetidas...Nada mais errado, nada mais falso. Se há regras deontológicas dos jornalistas, por certo alguma deverá abarcar o dever de informar. E esse dever também se consubstancia em saber qual a informação relevante e qual aquelea que mais não é que a sempre recorrente espuma dos dias, perfeitamente dispensável.

O absurdo chegou há tempos com o comentário do então director de informação da SIC Alcides Vieira (não sei se ainda o é), afirmando que uma não notícia é também uma notícia (e disse-o a propósito do caso Meddie). Como? Uma não notícia é uma notícia? Então os jornais deverão começar por referir que não houve tsunamis em Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Alemanha...Suiça...Que não houve avalanches nos Alpes suiços (nem no lado francês...), Pirinéus, Andes, Himalaias...Que nenhum animal fugiu do zoo, que não houve qualquer homícidio em Santa Comba Dão, que as gentes desta terra continuam a querer criar um museu em honra de Salazar...enfim, o absurdo é tão gritante que me abstenho de desenvolver mais.

Ao que parece a nossa selecção está neste momento a cumprir um designío nacional. Assim o retiro do destaque que tem tido...E é inspirando-me em todas essa manifestações de júbilo que unem os portugueses de aquém e além fronteiras que vou terminar este meu post:
Tanto tempo depois, podemos já não ser o país do fado (que por ora parece ser música étnica, ou world music, ou algo do género), mas continuamos a ser o de Fátima e do Futebol. Mais: aqueles que tanto medo têm da globalização podem relaxar - têm aqui o povo português aparentemente a demonstrar que jamais largará os seus impulsos idólatras e supersticiosos, que nenhuma cultura destruirá este seu carácter que, enquanto houver esperança, aguardará eternamente o herói que volta do nevoeiro.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Só sou eu que já não aguento o Cristiano Ronaldo ou é um sentimento generalizado??

Pessoal já repararam que desde à coisa de 2 semanas para cá só se fala do Euro 2008!!! para quem não reparou aqui está a noticia! o euro vai começar dia 7 woooooo!!! Vamos esquecer k tudo o resto existe e vamos dirigir as nossas energias para a selecção nacional!

Entretanto o que é k a tv nos oferece?? Após um telejornal onde se fala 2 minutos da greve dos pescadores e da maneira como os combustiveis estão a subir em flecha.... e se fala 40 minutos do euro e de neuchatel onde a selecçao está, vem uns programas super interessantes sobre a vida dos jogadores, e ou a opinião do publico sobre eles!
Fantastico ... eu sempre quis sabr o que o cristiano ronaldo toma ao pequeno almoço. E sempre quis ver o Aston Martin de corrida que lhe foi OFERECIDO, para comparar com a vida miseravel que tenho tal como a de tantos portugueses. Também adoro ver as inumeras casas dos jogadores e as raparigas e velhos à porta dos hoteis a gritar portugal portugal.

Não acham k já chega..... Encher chouriços durante uma noite na TV com programas destes... paa depois passar as telenovelas todas de empreitada, e para adoçar o bolo todos os anuncios têm o raio do cristiano ronaldo a gabarolar-se do seu dinheiro, e a dar tokes de bola. (é nessa altura que eu duvido da carreira de jurista, ele ganha mais num ano do k eu ganharei em 50, se calhar devia ter ido jogar futebol!!!)

Eu gosto de ver a selecção e apoio-a a 100% mas já é demais. Para além do facto de que depois daquela "bemafamada" fase de grupos em k passamos à RASCA ja se está mais ou menos a ver como vai ser com as selecções que jogam a sério. E se nos aparece a frança ou a grecia, vamos ver as pessoas a dizr "este vai ser o jogo da vingança" e depois perdemos miseravelmente!

Mas o povo espera pelo cristiano ronaldo, qual eusébio aparecido numa manhâ de nevoeiro num cavalo branco, e que nos vai fazer ganhar o mundial.
Isto é o k eu penso
Alguns comentários?

terça-feira, 3 de junho de 2008

A quem foi ao MUN

Caríssimos, este não é por certo o local mais adequado para este pequeno devaneio. Mas não posso deixar de o partilhar. Não posso!
De cada vez que Santana Lopes usa a expressão PPD/PSD, com aquela pertinácia incrível, não salta à vista uma imensa similitude com o representante do Reino Unido no MUN e o seu clássico "God Bless the Queen" no fim de cada intervenção? Até àquele ponto em que, ao invés de um sorriso, a plateia já se começa a cansar e a achar a expressão desajustada e inoportuna?
Com aquela breve diferença: O ilustre delegado do governo de sua majestade estava numa simulação de uma Assembleia Geral das NU num ambiente de diversão, "até era giro"; Pedro Santana Lopes, por seu turno, afirmava-se candidato à liderança do PSD e, mediatamente, a primeiro ministro.
Chega a um ponto que tanto desajuste, tanto forçar de expressão fica mal. Fica feio. Descredibiliza. Ou estarei errado?