quinta-feira, 28 de maio de 2009

RE: BE

"It was the best of times, it was the worst of times, it was the age of wisdom, it was the age of foolishness, it was the epoch of belief, it was the epoch of incredulity, it was the season of Light, it was the season of Darkness, it was the spring of hope, it was the winter of despair, we had everything before us, we had nothing before us, we were all going direct to heaven, we were all going direct the other way - in short, the period was so far like the present period, that some of its noisiest authorities insisted on its being received, for good or for evil, in the superlative degree of comparison only".

Charles Dickens, A Tale of Two Cities

Nota: A acção decorre durante a revolução francesa, qualquer semelhança com ... bem ... qualquer outra época, é pura coincidência.

9 comentários:

TR disse...

Se bem percebi o texto, não concordo. Implica a recusa em assumir um tempo como globalmente bom ou mau. E para além de, por princípio, não concordar, não vejo que valias daí advém.

Aguardo contraditório:)

Ary disse...

A realidade é um contínuo heterogéneo. Dizer que um tempo é bom ou mau é assim quase impossível.

Os contraditórios habitam com facilidade lado a lado, especialmente em tempos conturbados (como aliás são quase todos, de uma forma ou outra).

Manuel Marques Pinto de Rezende disse...

penso que o tiago procurou ser mais... objectivo do que isso ary.
mas bom ponto. a conclusão a que se chega, no entanto, é que é equivalente a ficar parado no trânsito da IC19

Ary disse...

Não percebi ... mais objectivo? Em nada o post do Tiago é objectivo!

Não percebo como podes dizer que a conclusão é essa? Não percebo sequer qual a relação entre isso e o que escrevi, ou o que o Tiago escreveu?

Tens a certeza que era este post que querias comentar?

TR disse...

"A realidade é um contínuo heterogéneo. Dizer que um tempo é bom ou mau é assim quase impossível."

Afirmando isso quase que negas a possibilidade de fazer história. Impedes a formulação de juízos de síntese.
A revolução françesa, tomando o teu exemplo, consoante o critério que se adopte, é boa ou má. Naturalmente que dizer-se uma ou outra implica "obscurecer" certos aspectos. Não o nego.

Mas apresento outro exemplo: em termos gerais, achas que a vida de um habitante das ardenas, entre o a década de 10 e de 50 do séc XX, era mais "cómoda" que a de um nativo desse mesmo espaço na segunda metade do século?

Um cartoon que vi há tempos era muito impressivo. Comparava a crise de 30 com a de hoje. Na de 30 um homem sem comer, sem emprego. Na de hoje um homem sentado ao sofá, também sem emprego.

Assumindo que a realidade é um contínuo heterogéneo, "quase" negando a possibilidade de ser bom ou mau, para quê enveredar por este ou aquele rumo para melhorar as condições de vida? Continuará a ser um contínuo heterogéneo, alheio aos esforços que possamos fazer.

Ary disse...

É possível melhorar condições de vida. Aliás temos prova disso nos últimos séculos.

É possível fazer história destacando cadeias de acontecimentos marcantes: factos, personagens, datas, ideias. Mas nunca vi num livro de história nenhum gráfico que relacionasse: Idade Média ... 8 valores, Renascimento ... 18 valores, Idade Moderna ... 16 valores, Século XX ... 16 valores. Já é subjectivo o suficiente dizer que a globalização trouxe desemprego, quanto mais andar a fazer juízos de valor sobre o tempo actual ou qualquer outro.

Não tenho dúvidas que a actual geração vai "viver melhor" que a dos seus pais, se algumas coisas forem feitas ao nível ambiental. Não somos uma geração destinada a viver do trabalho precário em call centers, pelo menos não mais do que a dos nossos pais estava destinada ao trabalho agrícola.

Temos uma mão de obra desfasada do tecido produtivo e a "culpa" não é da primeira mas da segunda, ou talvez seja da primeira porque ainda não alterou a segunda. Isto porque não podemos continuar com as fábricas de têxteis de baixa qualidade se queremos a tal melhoria das condições de vida.

Francisco disse...

Percebos os dois lados e acho que é uma questão em que simplesmente não há partido a tomar. São ambos lúcidos.

E o cartoon descrito pelo Tiago é, de facto, impressivo.

Canoas o mercenário disse...

Para responder ao post do tiago...

Parece me aqui claramente uma enfatização (não tão exagerada, mas mais proxima da realidade do que parece) da situação actual, comparativa apenas à dos nossos pais...
Concordo que nao se pode abranger a muito mais, mas a afirmação per si nao me parece de todo descabida.

(agora vão dizer ai e tal ele é suspeito pk ele é bloco...) mmmm naaa se o ps ou psd ou cds ou cdu ou até os desterrados do ppm disessem isso eu responderia da mesma maneira. (se fosse o manel se calhar nao...)

Ary disse...

A nossa geração não está mal ...
Sim, tem tido problemas em encontrar emprego, piores se pedirmos por um emprego estável, tem sido difícil casar, ter filhos ...

Mas entretanto o que andámos a fazer?
Viajámos muito, muito mais que os nossos pais, temos um nível de educação muito superior ao deles, falamos inglês, navegamos facilmente na internet, somos mais empreendedores, mais abertos à mudança, temos maior consciência ambiental, sentimos-nos muito mais europeus, temos uma visão mais global da realidade, resumindo, estamos mais preparados que eles para lidar com os próximos anos.

Isso só pode dar frutos.

Além do mais questionarmos-nos sobre se estaremos destinados a passar os nossos dias num call center é absurdo. (E não é só porque aos 30 anos dão-te um chuto num call center porque querem gente jovem a atender os telefonemas e a passar uma imagem jovem da marca...) A Ascensão social de uma geração é uma inevitabilidade a menos que descubram a fonte da juventude, o elixir da vida, ou que deixem de nascer criancinhas...

Não se preocupem que nós seremos as jovens promessas e depois os jovens promissores, os líderes naturais, os do costume, os veteranos, os veteraníssimos, os crónicos, os velhos e chegará o dia em que ninguém se vai lembrar de nós. Não empurrem ... eu sei que é suposto os jovens terem pressa mas os primeiros anos no mercado sempre doeram. A diferença é que hoje os primeiros anos são aos 25 para muita gente quando para muitos dos nossos pais era aos 15 ....

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