sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Resultados da Reunião
Da reunião de hoje sairam as seguintes conclusões:
Esta casa acredita que os Regulamentos encravam as relaçoes humanas
Ora como presidente da mesa do ultimo debate tenho a dizer que o debate até correu muito bem, dado as circunstâncias. Neste debate introduzimos um novo modelo... vá nao introduzimos, safamos a SdD usando um modelo diferente. Assim tinhamos 2 equipas de 3 elementos.
O debate em termos de conteudo foi bastante razoavel, tendo em conta que o tema dos regulamentos está na ordem do dia.
Houve ainda um prévia explicação parcial do Regulamento da SdD por parte do Ary, que eu achei.... Digamos.... vá.... Aborrecida, e que na minha opinião não atingiu o objectivo de instruir o regulamento ao publico. No entanto mesno assim não houve TERRORISMO PROCEDIMENTAL como nos 2 ultimos. (felizmente).
De qualquer maneira reitero que a SdD devia urgentemente reunir os seus fundadores numa reunião! Tenho a impressão que temos de clarificar o caminho que queremos para este grande grupo, e actividade da FDUP.
Relativamente as participaçoes. Tivemos a participação pela primeira vez de uma estudante galega, e na minha opinião até esteve bastante bem.
as pontuaçoes foram
Daniela(primeira ministra) 66 Ary(lider da oposição) 74
Bebiana(a estudante de Erasmus)60 Marta(aluna do 1º ano)68
André(Bastinhas)73 Luisa(Morangos) 66
Ganhou a equipa do Ary, e vai ser o ary o proximo presidente da mesa.
Concluo dizendo que gostei bastante da experiencia na mesa, mas tambem reforço a ideia de necessitarmos de uma reunião antes do proximo debate
domingo, 26 de outubro de 2008
Resultados do último debate
Caros amigos, aqui deixo os resultados do último (e conturbado) debate. Assim sendo:
Rita (55) / Fachana (68)
Ary (65) / Hugo (65)
Tiago (72) / Canotilho (74)
Guilherme (60) / João (68)
Aproveito, igualmente, esta oportunidade para responder ao canoas!! Parece-me que a regra dos 3/4, em vez da unanimidade, para alterção da moção levanta alguns problemas. Desde logo, o facto de uma equipa querer debater esse tema e não o poder; mas mais grave, e que pode influenciar negativamente o debate, é a fragilização da mesa perante os deputados. Pois, sendo ela o orgão máximo do debate, tendo uma função moderadora e avaliadora, ficaria como que "na mão dos deputados" quanto à moção a debater. Só a regra da unanimidade pode retirar esse poder à mesa por manifesta discordância de TODOS para com aquilo com que se defrontam. Convenhamos que, a partir do momento que a mesa propõe uma moção, voltar atrás com a mesma, iria fragilizá-la gravemente perante os deputados em relação ao debate que se lhe iria seguir.
Mais grave ainda, afigura-se-me a proposta para que, até final da 1ª ronda de debates, se puder, pelos mesmos 3/4 , alterar a moção. Em primeiro lugar, deve frisar-se que se os debatentes aceitaram previamente o tema, não podem altera-lo a seu bel prazer, pois já tiveram oportunidade para o contestar... Acresce-se ainda que isso tornaria o debate altamente instável e, a ser usado esse mecanismo, muroso. Bem sei que dizes que só em caso extremo. Mas pergunto: o que é um caso EXTREMO?? Pode ser tão simplesmente manifesta incapacidade dos debatentes em arranjar argumentos!!! É um conceito "RELATIVamente" indeterminado que carece de preenchimento. Para tal ser feito da melhor forma sugiro que estudem novamente Dtº Administrativo, ou assistam às aulas do Prof. Colaço Antunes!!!! ;)
A moção NÃO PODE ser usada como "bode espiatório" para deficiencias no debate, criadas por aqueles a quem compete lutar para que o debate seja vivo, seja animado, seja cativante, seja uma suprema arte de sedução!!!
Considero que a moção é, e deverá sempre ser, um desafio à capacidade de imaginação e argumentação dos oradores. Estes devem ser plásticos na forma como tentam arranjar o melhor argumento para convencer uma audiência, devem ser bem humorados, devem ser educados, devem ser respeitadores (embora também ousados), devem ter postura e deve ser sérios e coerentes nos argumentos usados! A moção não deve ser usada como estorvo a isso, serve é para potenciar um debate "animado e cativante".
Chegados a este ponto, cabe-me também fazer um mea culpa pela moção apresentada no anterior debate. Admito que possa não ter sido a mais estimulante. Porém, aquilo que se procurava era, tão somente, que os debatentes fossem capazes de arranjar argumentos válidos sobre um tema algo abstracto. Aquilo que se pretendia era o uso da imaginação, dessa plasticidade, tornando um tema abstracto em algo mais concreto. Pedia-se capacidade de abstracção.
Albert Einstein, ao explicar a sua Teoria da Relatividade, deu um exemplo muito simples para compreender a relatividade do tempo (se não me falha a memória!!): uma hora ao lado da mulher amada parece um minuto, enquanto que um minuto em cima de uma brasa (não a miúda!!!) parece uma hora!!!
Partindo daqui, pareceu-me que também se poderia explicar a possivel "relatividade do peso". Peço desculpa se assim não o compreenderam e se a moção acabou por contribuir para um debate "secante". Não era, de todo, essa a intenção...
Esperando cada vez melhores e mais animados debates....
sábado, 25 de outubro de 2008
Debate IX e Sessão de Esclarecimento
De acordo com as regras estabelecidas na semana passada, o Canotilho vai presidir à Mesa, tendo direito a escolher os restantes elementos que a deverão compor nos termos do regulamento.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Vejam so isto!!!!
Bom a sociedade morangos chegou ao BE!!! WOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
hoje recebi um mail na mail in list antiga que dizia isto
"BE (youths) NEEDS YOU!!! ;) (isto não é propagandista nem militarista, é só fixe, deixa de ser cinzento!!!)
BEIJOS E ABRAÇOS PARA TODAS E TODOS OS FIXES!!!"
WTF........... ao que chegamos.. é .... é..... TAO RIDICULO!!!! Peço desculpa pela propaganda... mas isto é tao MAU. BOm comentem
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Se calhar deviamos pensar em alterar alguns pontos do regulamento
Bom depois deste titulo extensivo e sugestivo, eu explico a minha posiçao. Hoje durante a sociedade de debates foi -nos dado um tema... digamos..... no minimo ambiguo!!!!!!! E daí ter resultado a treta de debate que foi, estando nós a debater algo sem ter conhecimento concreto, e, muitos de nos a falar por falar e a dizer claramente asneiras(como me disseram... e nao so a mim) alguns membros da plateia!
Para tenatar que isto nao se repita eu sugiro que se altere o regulamento em algumas parte que me parceram fulcrais:
- Mudar a exigencia da unanimidade para a mudança do tema, para uma maioria de 3/4's ou seja 3 equipas se se pronuciarem na votaçao contra o tema, o tema terá de ser mudado pela mesa.
- Dar poderes à mesa para intervir no caso dos participantes estarem a violar, ou a não cumprir totalmente o regulamento, sem necessidade por parte das outras equipas de o requerer à mesa. E assim informar os participantes, no caso de a mesa verificar que é necessário, de uma eventual possibilidade de uma equipa actuar procedimentalemente numa altura. Por exemplo: Quando o ary criou a nova definiçao, a mesa devia poder avisar a equipa 3(eu e o ramalho) da possibilidade de contra argumentar essa moçao, eliminando-a, e substituindo-a por uma nossa.
-Dar poderes à Mesa, para, ao verificar que o debate está a ficar descontrolado, devido a questoes de procedimento ou de dialogo"extremo"(ou seja todos os deputados falarem +- como no parlamento da coreia todos ao mesmo tempo, mesmo apos 4 advertencias da mesa) poder actuar, parando o debate ou em caso extremo Acabar!
- Dar possibilidade por maioria de 3/4's às equipas para até ao final da primeira ronda e em caso manifestamente extremo, e sublinho o EXTREMO de pedir à mesa uma mudança do tema. Sendo que esta tem de deliberar sobre isso mesmo, podendo RECUSAR.
Esta medida pode causar polémica mas dado o que vi hoje, se calahr era melhor termos mudado o tema a meio.
Em suma o meu ponto de vista é o de dar mais poderes à mesa, e dar mais umas valvulas de escape, para não acontecerem DEBATES COMO O DO PESO, que teve uma ronda(a primeira) com apenas um discurso efectivamente muito preparado. Peço desculpa aos outros debatentes mas é a minha opinião. Já a segunda ronda teve 4 discursos coerentes e deu pa debater, mas tivemos mais de 30 minutos a falar do sexo dos anjos!!!!!!!!!
(que deve ser fenomenal por acaso..........)
Comentem e se encontrarem mais algo adicionem. Acho Realmente que se devia rever os estatutos para eviter futuras (cenas) assim! Se calhar uma reunião da SdD para rever os estatutos fosse melhor, mas não sei.
coisas que me atingem
já repararam que o correspondente pornográfico da Sociedade de Debates pode ser a Sociedade de Deboche?
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Ainda sobre o debate da poligamia
Como ao Ary não foram facultados os resultados, tomo a liberdade de os publicar eu, tarde, mas em tempo ainda. Assim:
Paixão (85) / Hugo (81)
Francisco (79) / Henrique ( 72)
Ary (71) / Tiago (78)
Frederico (75) / Miguel (64)
P. S - falta depois o Ary deixar aqui os registos fotográficos de um debate muito caótico ;)
olha a propaganda linda!
Acabou o Terceiro Anónimo, abriu o Café Odisseia!
Com as participações de Pedro Jacob Morais e Manuel Marques Rezende (eu)
A publicar já a partir da próxima semana.
domingo, 19 de outubro de 2008
VIII Debate
Paixão na Mesa.
Colin Powell apoia Obama
Em 2003, há quase cinco anos atrás houve um discurso que mudou a minha opinião sobre a guerra no Iraque antes mesmo de ela começar. Esse discurso foi proferido por Colin Powel no Conselho de Segurança. Os discursos convincentes são sempre uma combinação de bom logos, pathos e ethos. O logos estava lá, estava nos factos, nas permissas e nas conclusões, estava na solidez dos argumentos. O pathos também lá estava, na confiança que ele depositava em cada frase, na certeza da sua voz, na sua capacidade de mostrar a urgência, a justiça e a bondade de uma intervenção. O ethos, por fim, estava nos anos de experiência, na presença de espírito, na inteligência e na firmeza de carácter que todos, incluindo eu, lhe reconheciam.
sábado, 18 de outubro de 2008
Análise sociológica ao problema das várias "gamias"
A Daniela não foi a única a sentir que tinha algo a dizer que não podia ser dito. Eu, por ser orador, também não pude expressar a minha opinião. Depois de uma certa reflexão apresento-vos o texto que dela saiu.
Foi para mim surpreendente ver como as pessoas reagiram de forma tão emocional a este tema transportando as suas experiências pessoais. Não digo que isto seja errado, mas se consegue trazer novos dados para o debate também dificulta a comunicação. Este ficaria a ganhar com uma análise antropológica e uma certa "arqueologia dos valores". Tendo em conta a definição dada ("vários parceiros sexuais ao mesmo tempo") como eu disse a espécie humana já deu várias soluções ao problema.
Aqui não interessa, por enquanto saber o que é, presentemente, moralmente certo ou moralmente errado, nem saber o que é inato e o que é aprendido com a interacção social. Muito provavelmente começamos por ser polígamos. Observando os nossos parentes mais próximos no reino animal e através de escavações arqueológicas descobrimos que os primeiros seres humanos provavelmente viveram em pequenas tribos familiares em que as práticas sexuais não tinham o carácter íntimo que hoje têm e em que toda a comunidade se entreajudava no cuidado das crias sem todavia deixar de haver um pai e uma mãe.
Quando deixámos de recolher os nossos frutos e passámos a caçar o modelo familiar sofreu um abalo grande. Algumas tribos terão aqui assumido uma estrutura matriarcal em que as mulheres têm vários parceiros sexuais masculinos. Muitas tribos continuam nesta fase.
Com a descoberta da agricultura e a sendentarização a que esta obrigou o cenário altera-se uma vez mais. Agora um único homem, o dono das terras, tem a capacidade para aliementar várias mulheres e ter várias famílias.
Com o progresso técnico a taxa de mortalidade baixou e as famílias passaram a ter mais filhos. Passa a ser mais eficaz um sistema monogâmico. Com o progressivo prolongamento da fase de aprendizagem, a substituição de religiões politeístas por monoteístas, com o fim progressivo dos "casamentos contrato" ou "casamentos de conveniência" e a paralela sublimação das relações conjugais como relações amorosas, etc. deu-se a generalização da monogâmia e a proscrição da poligamia.
A moral é sempre actualista. Não podemos dizer que apedrejar a mulher adúltera é moralmente aceitável só porque já o foi. Vivemos numa sociedade que faz a apologia de determinados valores e que nos procura transmitir um dado quadro moral e parece-me a mim óbvio que hoje em dia a polígamia é moralmente inaceitável. Pode fazer no entanto sentido essa arqueologia dos valores de que eu falava no início. Muito daquilo que a moral nos dita não é senão a normativização de comportamentos que se mostraram eficazes como solução de determinados problemas. Eu tenho a impressão de que na base da proibição do sexo antes do casamento está o medo de que do sexo resulte uma criança que, por não nascer no seio de casal estabilizado por um casamento, tenha de ser criada pela mãe, como todos os problemas inerentes a isso.
Devemos, ou pelo menos podemos, então perguntar-nos se a poligamia continua a ser ainda o modelo mais eficaz, já que, ao que parece, os modelos mais eficazes são os que vingam moralmente.
Em primeiro lugar temos assim de ver o que é eficaz. Eficácia já não garantir a sobrevivência do maior número de crianças. Hoje percebemos que provavelmente a nossa sobrevivência enquanto espécie dependerá mais de um controlo da natalidade do que de uma tentativa para colocar o máximo de seres humanos cá fora. Segundo estudos recentes, no actual estado da técnica cada mulher deveria ter 2.1 filhos para assegurar a estabilização demográfica. Isso quer dizer que, se for esse o nosso objectivo, teremos de ver qual será a melhor forma de garantirmos a educação saudável desses 2.1 filhos por mulher.
Mas não podemos esquecer de uma coisa. Nem todas as pessoas são iguais e nem todas querem ter o mesmo número de crianças. O nosso objectivo enquanto seres humanos há muito que deixou de ser o da sobrevivência para passar a ser o da vivência. Hoje o desafio não é sobreviver é o de criar a qualidade de vida necessária ao florescimento da felicidade na vida de cada um. Hoje o desafio não ter muitos bébés, mas conseguir dar-lhes a eles e aos pais uma vida feliz. O padrão segundo o qual temos de aferir a nossa eficiência mudou. Somos eficientes enquanto espécie se formos felizes e se permitirmos aos outros essa mesma felicidade. O nosso objectivo é o da felicidade sustentável (conceito meu).
Assim chegamos ao segundo ponto: como chegar a essa felicidade sustentável? Tenho a convicção que actualmente muitos modelos são capazes de gerar crianças felizes e de assegurar a felicidade de quem as educa. As famílias monoparentais podem não assegurar modelos do sexo oposto, mas se a criança for inserida num meio social em que se gere intimidade emocional com pessoas de ambos os sexos essa falha será colmatada. Creio que não preciso de dizer as famílias tradicionais com um pai e uma mãe também não são más de todo, apesar de eu não ter saído lá muito bem. Desconfio um pouco que as famílias tradicionais árabes funcionem bem devido ao papel que a mulher desempenha, mas volta e meia vemos uma reportagem sobre famílias com vários pais e/ou várias mães; pelos vistos os adultos desfrutam de um pouco mais de tempo livre e têm a possibilidade de cumprir melhor ao mesmo tempo com as tarefas domésticas e as profissionais, enquanto as crianças gostam do facto de ter muitos irmãos e pais mais presentes.
Não me parece haver nada intrinsecamente errado com nenhum modelo de família, desde que ele consiga criar um ambiente de intimidade que propicie o crescimento pleno dos indivíduos através da partilha de recursos, projectos, conhecimentos, afectos e emoções. Aliás quanto a este ser o objectivo acho que estamos todos de acordo, a menos que a Manuel Ferreira Leite seja leitora do nosso blog.
Somos todos um pouco egoístas, é verdade. Dizia-me o Hugo há uns dias que se nos aparecesse alguém e dissesse que nós podíamos escolher seguir o curso normal da nossa vida e salvar o mundo, qualquer um de nós hesitaria se esse alguém acrescentasse que, se salvássemos o mundo, nunca ninguém saberia que fomos nós a salvá-lo. Gostamos de ter coisas, de dizer que as coisas são nossas, são “minhas”, que fui “eu” que fiz. Experimentem durante uma conversa normal contar o número de vezes que a primeira pessoa é usada.
Muito embora o que foi acima dito seja verdade, também não podemos esquecer-nos que enquanto seres sociais gostamos não só de estar acompanhados como de partilhar. Sentimos as alegrias e tristezas dos nossos amigos quase como se fossem nossas. Mais, elas são também nossas. Gostamos de convidar os nossos amigos a desfrutar das nossas casas e de dividir a cama com que amamos. E não gostamos de partilhar nada mais do que partilhar comida. Um chocolate dividido parece que sabe melhor. A moda das garrafas de vinho individuais não pegou por alguma coisa. Ninguém faz fondue sozinho e nem a Maria João deve ter comido sushi a olhar para a parede. Há mais alegria numa ceia de Natal quando à crianças e velhos, adultos e jovens, e pessoas de todas as idades à volta da mesa e mais do que de dar ou de receber isoladamente gostamos de trocar presentes. Somos seres complexos e raramente uma característica humana existe em cada um de nós sem o seu oposto estar também presente.
As relações exigem por vezes um certo grau de exclusividade. É concebível ter um, dois, três ou até quatro melhores amigos, mas desconfiaria se alguém me dissesse que tinha oito ou nove e acharia que ele não conhecia as maravilhas de uma amizade plena. Não me parece possível uma tal disponibilidade de coração que nos permita acomodar tanta gente condignamente. Da mesma forma ter uma relação polígama com duas ou três pessoas parece-me emocionalmente possível, mais do que isso é ter um harém.
Outra questão importante é o conceito de relação. Acho que a nossa cultura anda numa certa fase de experimentação em que surgem novos tipo de relação (vg “fuck friends”, “friends with benefits”) não sei se todos eles são para ficar, mas com o advento dos meios contraceptivos, o adiamento da emancipação, a diminuição dos incentivos sociais ao casamento e à procriação, o aumento do número de possíveis parceiros, a flexibilização dos costumes, etc. criou-se num segmento da população demograficamente relevante a necessidade de um tipo de relação que envolva a criação de um espaço de intimidade emocional e física sem o estabelecimento de compromissos tendo em vista, ainda que remotamente, a formação de um novo núcleo familiar. Os namoros modernos têm vindo a aproximar-se destas necessidades, mas ainda levam a carga dos antigos namoros oitocentistas. O próprio casamento tem vindo a pôr crescentemente a tónica na realização do indivíduo em vez de a pôr na realização do casal, o que aponta também um pouco neste sentido.
Tudo somado acho que estamos num momento determinante na história dos relacionamentos humanos em que, curiosamente, fazemos um certo retrocesso, buscamos, consciente ou inconscientemente, soluções no nosso passado, e buscamos, uma vez mais, a satisfação dos nossos impulsos sexuais através da cópula com múltiplos parceiros, eventualmente até de ambos os sexos. Não assistimos ao fim da revolução sexual, nem mesmo ao princípio do fim, talvez, isso sim, ao fim do seu princípio.
Esta casa defende que a poligamia é inata ao ser humano
Como estive a assumir a Presidência da Mesa, deixo agora a minha opinião pessoal sobre este tema tão interessante,
A poligamia, comummente entendida nos dias de hoje como a prática de ter vários parceiros sexuais ao mesmo tempo, identifica-se cada vez mais com a noção de traição. Isto porque normalmente, a poligamia deriva da situação de um indivíduo manter uma relação com outro e por vezes, manter relações ainda com outros indivíduos, ou relações sexuais com outros indivíduos ao mesmo tempo. Existe quem defenda que hoje em dia, dadas as múltiplas possibilidades, as relações poligâmicas se tornariam em relações mais felizes e duradouras, pois nunca cairiam nas discussões de ciúmes ou de desconfianças, e nunca trariam o fantasma da traição.
Pessoalmente, defendo que quem não se quer comprometer com a monogamia, não deveria começar uma relação. Ou pelo menos com alguém que acredite na monogamia e que deposite nele os desejos da mesma orientação face aos relacionamentos. Simplesmente, assumir uma relação, tem para mim uma relação muito estreita com assumir perante alguém que sentimos coisas que passam para além da atracção física. Não que todas as relações acabem em amor, ou que todas venham alguma vez a aspirar a algo mais do que a paixão, mas sendo amor ou apenas paixão, a verdade é que é incompreensível do meu ponto de vista alguém se comprometer perante outrem, e por trás não conseguir manter-se fiel.
Lembro que durante o debate alguém falou no facto de ser hoje raro encontrar alguém que nunca traiu ou que nunca tenha sido traído. Faço minhas as palavras do Paixão e digo que de facto também eu nunca traí. Talvez tenham havido motivos e oportunidades, mas aquilo que distingue um ser humano, é conseguir ter em si a razão de saber o que é correcto e errado. E assim, qualquer atracção sexual de momento, qualquer impulso, qualquer vontade, fica travada pela ideia de que existem alguém que vai ser directamente afectado pelas nossas fraquezas. Considero que a base do respeito numa relação passa também por esta capacidade de deixar de lado o nosso instinto animal, em prole de algo que nasce em comum. Também porque acredito que esconder isso de alguém com quem se está é basear tudo numa mentira, e porque de certa forma sei que não conseguiria deitar-me ao lado de alguém sabendo que lhe fui infiel.
Se todos queremos viver por impulsos de momento, então não faz sentido querer manter uma relação. Simplesmente porque passamos de ser nós e passamos a ser dois de nós, por muito que haja independência, por muito que as coisas possam ter pouco tempo, por muito que alguém se arrependa. A verdade é que os erros acontecem. Provavelmente quem comete erros acaba por nunca mais os fazer, mas uma vez um erro feito, basta por vezes para derrubar coisas que certamente iriam durar mais tempo e muito provavelmente iam trazer mais felicidade. E existem depois aqueles que simplesmente não conseguem ser monogâmicos, mas que também não entendem as dimensões dos actos que cometem e simplesmente acham para si mesmos que gostam de alguém e que o facto de gostar não implica que carnalmente não possam estar com outras pessoas.
Do meu ponto de vista, de alguma forma pode alguma vez o amor ou a paixão, conviver de mãos dadas com a poligamia. Embora alguns seres humanos nasçam inatamente poligâmicos, ou mesmo que todos nasçam poligâmicos, a verdade é que muitos deles (ou pelo menos assim o espero), conseguem controlar-se e nos processos de socialização aprendem que os sentimentos e as relações de afecto com os outros, não são compatíveis com a leviandade, mas sim com a monogamia.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Quarta-feira
A menos que haja quem se oponha a próxima Sociedade de Debates fica marcada pela quarta-feira às 14h30 para evitar conflitos com o comboio do caloiro e com o latim.
Vai ter de ser publicitada a coisa em cartazes logo na segunda e conta com a vossa capacidade para passar a palavra.
As inscrições na SdD vão avançar, espero que também já segunda.
O Ricardo deu-me uma sugestão para a determinação da Mesa: assume a presidência e escolhe os membros da Mesa o vencedor do debate anterior.
Este método permite rotatividade e assegura o mérito das pessoas na Mesa, reforça a legitimidade da presidência, valoriza a vitória nos debates, mas sobretudo poupa-nos o trabalho de andar a decidir quem vai ser da Mesa desta vez.
Se aceitarem a proposta será desta vez o Paixão a presidir à Sociedade de Debates.
Uma vez que o Paixão não poderá estar presente na quinta, reforça-se o pedido de antecipação do debate para quarta.
Definições
Como foi dito num post anterior "a definição é uma resposta à pergunta: "O que é que a moção quer dizer?". Em princípio as definições não são uma coisa nem para tomar muito tempo, nem para serem muito difíceis ou diferentes da própria moção. Para que serve uma definição? Para todos estarem a falar do mesmo."
A definição é portanto a interpretação que o Primeiro-Ministro faz do texto da moção. É claro que ele vai tentar "puxar a brasa à sua sardinha" e arranjar uma definição que torne o debate mais difícil. Isto não só é lícito como deve ser valorizado. Coisa muito diferente é o PM dar uma definição que não tenha uma ligação clara e lógica com a moção, que se prove a si mesma, que consista num enquadramento temporal, geográfico ou outro, para que a moção não aponte, ou que feche o debate a questões parciais. Tudo isto está palavra por palavra no regulamento.
Se a moção deve dar iguais oportunidades a ambas as partes a definição não precisa de as dar. A definição pode ser naturalmente favorável à primeira e terceira bancadas como forma de compensar os seus elementos pelo facto de ter menos tempo.
As outras bancadas podem discordar da definição que foi dada e têm o direito a expressar esse seu desagrado nos seus discursos, mas terão de debater com base na moção dada pelo PM como se de uma nova moção se tratasse porque estamos perante uma espécie de interpretação autêntica. A moção é trazida pelo PM, é o PM que define os seus termos.
Qualquer orador, mas em especial o primeiro orador da terceira bancada, pode contestar a definição e apresentar uma definição alternativa de forma breve, mas sempre tendo em mente que esse não é o objectivo do discurso. Não querendo ser aqui um ditador dos tempos eu diria que 30 segundos chegam para apresentar uma nova definição: "Ouvimos há pouco a definição da moção que nos deu o PM e ficamos pasmados pelos seus dotes de ilusionismo. Tirar aquela definição da moção é como tirar um coelho da cartola. Sem truques na manga achamos que definir "x" como "y" e não como "z" seria mais interessante para o debate e mais fiel ao texto da moção." (17 segundos)
Mas caso ache que houve uma violação ostensiva dos regulamentos é no interesse do debate e do líder da oposição que este desafie a moção e não apenas que a conteste usando um ponto de informação à Mesa antes do fim do discurso do PM. A Mesa deverá então pedir ao líder da oposição que prove a existência de uma violação ostensiva. Caso a Mesa concorde com a argumentação apresentada deverá retirar a palavra ao PM e pedir ao líder da oposição uma nova definição, num discurso sem perguntas com, no máximo, quatro minutos. Caso haja nova violação ostensiva das regras para a elaboração da definição deve o primeiro orador da terceira bancada desafiar a definição. Em caso de terceira violação ostensiva terá o primeiro orador da quarta bancada a oportunidade de desafiar a moção.Em caso de quarta violação ostensiva terá o Primeiro-Ministro a oportunidade de desafiar a moção, e assim sucessivamente.
Repito o que já tinha dito:
Por último gostaria de reforçar o seguinte:
Terminado o discurso do PM não adianta chorar. As definições são para ser seguidas por todos os participantes, independentemente de terem preparado o discurso para o embate com uma definição diferente, ou mesmo que achem a definição desequilibrada. Se assim ao acontecer temos 8 discursos sobre 4 coisas diferentes e não um debate. Para haver um debate é preciso percisar qual é o objecto do debate, o que está em jogo.
Passado, presente e futuro
Desculpem 1. Antes de mais nada tenho de endereçar a todos os presentes, e aos ausentes que depositaram algumas esperanças na Sociedade de Debates, um sincero e lamentável pedido de desculpas. Tenho a plena consciência de que a minha exaltação em nada contribuiu para uma melhor execução dos regulamentos, nem durante o debate, depois dele.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Teoria da Conspiração
Eu se calhar já começo a ser consumido pela teoria da conspiração, mas já pensaram se os atrasos na entrega do Orçamento de Estado foram projectados pelo Ministro de forma a não se ouvirem críticas de outro género ao documento? Acabo de assistir a várias peças do telejornal em que mal se falava de outra coisa. E depois de tantas críticas tudo "acaba em pizza" com um pedido de desculpas do Augusto Santos Silva.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Reunião
Reunião brevíssima na quinta depois do debate para falar dos próximos projectos. Obviamente que vai quem puder.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
VII Debate
1. Já viram o cartaz que está no Bar?
VI Debate
sábado, 11 de outubro de 2008
Torneio 18 e 19 de Abril de 2009
Ideias não têm faltado a esta Sociedade. Todos os dias alguém me diz: "Deviamos era fazer isto" ou "Por que é que não falamos daquilo?". Há vários projectos no prelo que eu tenho vindo a discutir convosco, mas um deles, pela sua dimensão, precisa de ser discutido aqui com a devida antecedência. Falo da realização de um torneio de debates promovido pela Sociedade em que devem participar equipas não só da FDUP, como de qualquer outro estabelecimento de ensino superior.
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Habeas Pinho
O instrumento do crime que se arrola
Neste processo de contravenção
Não é faca, revólver nem pistola.
É simplesmente, doutor, um violão.
Um violão, doutor, que na verdade
Não matou nem feriu um cidadão.
Feriu, sim, a sensibilidade
De quem o ouviu vibrar na solidão.
O violão é sempre uma ternura,
Instrumento de amor e de saudade.
Ao crime ele nunca se mistura.
Inexiste entre eles afinidade.
O violão é próprio dos cantores,
Dos menestréis de alma enternecida
Que cantam as mágoas e que povoam a vida
Sufocando suas próprias dores.
O violão é música e é canção,
É sentimento de vida e alegria,
É pureza e néctar que extasia,
É adorno espiritual do coração.
Seu viver, como o nosso, é transitório,
Porém seu destino se perpetúa.
Ele nasceu para cantar na rua
E não para ser arquivo de Cartório.
Mande soltá-lo pelo Amôr da noite
Que se sente vazia em suas horas,
Para que volte a sentir o terno açoite
De suas cordas leves e sonoras.
Libere o violão, Dr. Juiz,
Em nome da Justiça e do Direito.
É crime, porventura, o infeliz,
cantar as mágoas que lhe enchem o peito?
Será crime, e afinal, será pecado,
Será delito de tão vis horrores,
perambular na rua um desgraçado
derramando na rua as suas dôres?
É o apelo que aqui lhe dirigimos,
Na certeza do seu acolhimento.
Juntando esta petição aos autos nós pedimos
e pedimos também DEFERIMENTO.
Ronaldo Cunha Lima, advogado."
E, despachando-a sem autuação,
Verbero o ato vil, rude e perverso,
Que prende, no Cartório, um violão.
Emudecer a prima e o bordão,
Nos confins de um arquivo, em sombra imerso,
É desumana e vil destruição
De tudo que há de belo no universo.
Que seja Sol, ainda que a desoras,
E volte á rua, em vida transviada,
Num esbanjar de lágrimas sonoras.
Se grato for, acaso ao que lhe fiz,
Noite de luz, plena madrugada,
Venha tocar á porta do Juiz."
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
VI Debate
As coisas do costume:
Já que estamos a falar de feriados....
Ora sem contar com o natal [pois este, ainda que seja um feriado considerado da religiao catholica eu nao o considero como tal pois é um festa pagã que foi adaptada, e sempre foi celebrada, mesmo antes do cristianismo(so que sem o nome NATAL LOL)] Temos 7 feriados Religiosos(ainda que um feriado a um domingo.... bom quem é que teve essa brilhante ideia) em 14 ou seja metade dos feriados sao a celebrar coisas que nao sao grandes marcos da historia mundial ou mais importante grandes datas do pais!!!!! Posso-vos dizer que ainda que compreenda a celebraçao da pascoa, ja nao compreendo a da imaculada conceiçao ou da assunçao da nossa senhora entre outros!! WTF É simplesmente ridiculo que num estado que se diz laico e portanto se deve manter neutro, ou melhor, pode não se manter neutro e apoiar uma confissão religiosa se esta tiver um papel importante na sociedade, dê feriados a essa mesma confissão religiosa.
Acho ridiculo que com tanta data importante para celebrar (relativamente a datas importantes para o PAÍS) se vá celebrar dias "santos"!!!! E eu so estou a por a questão no nivel de questionar os feriados religiosos, pois ha pessoas que querem celebrar os seus dias religiosos e nao podem porque sao se outra confissao(mas nao tenho a certeza se ha ou nao legislaçao que flexibilize isso por isso nao vou falar desse caso)
Os feriados religiosos que temos na minha opinião sao ainda resquicios da ditadura, e do seu apego à igreja! Por isso eu defendo a abolição deles, (tirando a pascoa e o carnaval, o primeiro pelo facto de nao me aquecer nem arrefecer Calha ao DOmingo e assim os catholicos ficam felizes e o segundo «porque é ja actualmente um feriado facultativo, o governo todos os anos tem de o declarar»! De Resto abolir todos os outros feriados religiosos e substitui-los por outros na mesma ou noutra data, e que tenham mais significado para o país!! (e nao para alguns)
P.s. Substituir nao significa diminuir o numero de feriados =D vá.... também gosto do meu descansozinho
domingo, 5 de outubro de 2008
curiosidades de calendário
O genuíno, único, ímpar, verdadeiro, autêntico e original 5 de Outubro
Faz hoje 1139 anos o quarto concílio de Constantinpla, 506 anos da descoberta da Costa Rica, 494 anos da chegada da primeira missão diplomática japonesa à Europa, 343 anos a Universidade de Kiel, 215 anos que o Catolicismo deixou de ser a religião oficial da França, 144 que a cidade de Calcutá foi destruída por um ciclone e 94 anos a primeira morte num combate aéreo, 55 anos da primeira reunião dos "narcóticos anónimos".