sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Esta casa defende que não deve haver liberdade para os opressores da liberdade

Um tema tão acessível como pertinente lançou um debate que ficará marcado por ‘brancas’, genocídios hipotéticos, frases espirituosas e, como não podia faltar, personagens do Dragon Ball.

No decurso dos discursos (viva a paronomásia) assistiu-se a uma caricata tomada de posições por parte dos deputados a respeito desta condição que tanto nos diz e tanto diz de nós – a liberdade.

A abrir o debate, a definição do Primeiro-Ministro, Duarte Canotilho, para o tema versou sobre “a liberdade como realização última e plena da vida humana à qual qualquer opressão e restrição deve ser punida por lei”. Ora que se bem na presença de um orador fluente, confiante nos seus argumentos, uma certa redundância e uma expressão pouco espontânea falharam em ‘prender’ a audiência. Contudo, a segunda e última intervenção avivou o seu desempenho, que o limite de 3 minutos fez saber a pouco.

Seguiu-se o Ministro da Oposição, Guilherme Silva, que, sem mais demora, começou por convidar a Assembleia a reflectir se “Será melhor o homem que oprime que o opressor ele mesmo?”, retórica essa que lhe terá seguramente granjeado a consideração do público. Não obstante, os pilares do seu discurso foram, sem dúvida, o humor algo cáustico que pautou uma série de observações perspicazes que teve e mais tarde vieram a ser aproveitadas pelo Líder da Oposição.

Na sequência disto, apossou-se do púlpito o Ministro do Governo, André (Bastinhas), que embebeu o público na sua calorosa eloquência de quem convence sem fortes argumentos e cativa mesmo em (longo) silêncio. Num feito que deixaria o próprio Super-Homem boquiaberto, esta terá sido a abordagem mais leviana do tema e, ainda assim, a que mais terá tocado o público. ‘That’s what makes a good politician!’

Entra depois em acção o Líder da Oposição, Pedro Ary, que não poupou a sua intervenção de um número sem fim de argumentos que exortavam ao respeito pela liberdade, qual Revolução Francesa de 1789, como manifestação do “amor aos outros”, sem se esquecer, no entanto, de tecer o enredo para um promissor romance entre gazelas e leões que certamente deixará a Assembleia expectante. Com uma frase que devia decerto ser ouvida com maior frequência principiou o seu discurso e com ela vou eu rematar este comentário – “A liberdade nasce como o Sol, nasce para todos”. “Bem haja”.

As pontuações:

PM Duarte Canotilho – 67 pontos

MO Guilherme Silva – 76 pontos

MG André (Bastinhas) – 67 pontos

LO Pedro Ary – 81 pontos

18 comentários:

Anónimo disse...

adorei aquela frase "sonho com o dia em que o leão poderá dormir com a gazela, embora saiba que a gazela provavelmente não pregaria olho a noite inteira"

Vasco PS disse...

Já não ia há SdD há umas sessões. Valeu a pena. O tema foi interessante, se bem que tenho que concordar com a Marta, podia ter sido um debate mais entusiasmante. De qualquer forma, estão todos de parabéns. Tenho de realçar a tua óptima atitude, estando a primeira vez como Pres. da Mesa, Marta.

André, és o político nato. A audiência fica presa ao teu discurso mesmo quando estás a kms do tema a ser discutido.

Anónimo disse...

e espero que isso de ser um político nato não seja um elogio...

É por gente assim que se vive das aparencias e conteúdo nada...

Marta Lima disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Muito bem anónimo!! Essa ideia de se elogiar alguém só porque fala, fala e no fundo não diz nada parece-me no mínimo absurda!!
Demonstra a falta de qualidade tanto do orador como do crítico.
Já agora, uma vez que o tema foi a liberdade, não removam comentários, ou pelo menos justifiquem essa atitude!!!

D. disse...

se calhar porque os anónimos não merecem muito respeito de quem por cá escreve. aprendam a ser gente... lol
gostaria imenso de ter estado no debate, pela primeira faltei a uma sdd e sinto muito frustada... mas certamente que para a semana vai voltar a ser um bom debate.

Marta Lima disse...

O comentário foi escrito E eliminado por mim por considerar que me devia manter afastada desta discussão. Não se pode, portanto, pôr a questão da liberdade, no máximo da auto-censura, mas creio que esta pertence mais ao domínio do bom senso, do qual talvez não fizesse mal ver mais por aqui ao constatar as acusações sem fundamento que são levantadas.

Manuel Marques Pinto de Rezende disse...

os anónimos merecem menos respeito?

Vasco PS disse...

A arte de orar é também arte de prender os outros, mesmo quando o conteúdo é minimo. E sim, é um elogio.

Anónimo disse...

Se essa é a imagem que tens de político nato...é por essa e por outras que a classe é tão desacreditada

Pk as pessoas sabem que falam falam e não dizem nada..."são os mentirosos"

Isso é o político provinciano...

O político nato é aquele que além de saber como dizer sabe o que diz...

O que não é o caso seguramente...

D. disse...

merecem menos respeito quando não têm coragem de dar a cara para assumir as suas críticas. acredito que se o fizessem, o andré até lhes poderia explicar de forma civilizada (se é que eles sabem o que é isso), o porquê das vantagens de ser um bom orador e um político nato.

Anónimo disse...

pois...as vantagens devem ser poder enganar quem está à volta dele mais facilmente...

Mas este não engana ninguém...
a não ser meia dúzia de inocentes!

Bom orador o gajo até pode ser...
Mas político é a pessoa que representa bem quem o escolhe, não um pacote ornamentado e bonito...mas sem conteúdo nenhum(a não ser o gozo pessoal pelo poder)

Vasco PS disse...

Anónimo, as suas opiniões deixam qualquer um sensibilizado. Vejo que se preocupa com os "inocentes". Espero que mantenha essa atitude todo o ano e não seja apenas algum tipo de febre natalícia. Pela forma como se refere às outras pessoas como gajos, pergunto-me qual terá sido o mau político que atormentou a sua infância.

Ary disse...

1. Parece-me que os ânimos se estão a exaltar por nada. É uma excelente capacidade para um orador a de conseguir captar a atenção da audiência a todas as nossas palavras. Mas "with great power comes great responsability".
O André tem de conseguir dar mais sumo às suas intervenções, porque "não se consegue enganar toda a gente todo o tempo".

2. Neste blog nunca se eliminaram posts, creio que não vai ser por dá cá aquela palha que o vamos passar a fazer. E só para que conste: só Eu, o Tiago e o autor é que podem fazê-lo.

3. Eu não sou contra os anónimos. Já escrevi no anonimato e compreendo que determinadas circunstâncias o exijam, mas aqui não acho que se justifique. As pessoas não gostam de anónimos e facilmente eles podem ser vistos como cobardes.
É tendo em conta o interesse desses mesmos anónimos que lhes peço para que no futuro eles se identifiquem.

Anónimo disse...

tão a ver crianças mimadas?

Este sim é um político à séria...
Um rapaz maduro e com qualidade!

Grande Ary...um exemplo para qualquer um de nós!

Street Fighting Man disse...

Sim, crianças mimadas, kill all your idols: ary ferreira da cunha é o único e verdadeiro Deus! LOL é só pérolas por aqui. Até podíamos ir mais longe: no caminho exterminar todos aqueles que envergonham a nobre arte da retórica.

Ary honestos parabéns por mais uma referência a desenhos animados numa intervanção tua ;)

Anónimo disse...

ary casa comigo!

Ary disse...

Muito obrigado a todos pelos elogios, mas como se percebe pelo post acime se eu casar vai ser com Chuck Norris.

Enviar um comentário