sábado, 28 de fevereiro de 2009

Liberdades

"Tenho medo que a Liberdade se torne um vício"

in Rio das Flores, Miguel Sousa Tavares


Eu tenho. E vocês? Ninguém sente que cada vez mais se confude liberdade com libertinagem?

14 comentários:

D. disse...

hum... não existe libertinagem,sem liberdade, por isso é sempre complicado traçar uma linha que separe as duas coisas. mas não é difícil existir uma coisa sem a outra. o mais importante da liberdade é conseguir conjugá-la com as coisas produtivas que dela se podem tirar, caso contrário provavelmente nem será liberdade.

Ary disse...

Andas muito reaccionário...

Vasco PS disse...

Esta é uma questão entre tantas outras que poderia levantar. Há muito quem confunda liberdade e libertinagem; aliás, as pessoas crêem que vivem num mundo de direitos e, muitas das vezes, desconhecem-nos verdadeiramente. É muito fácil pedir liberdade, mas quantas vezes se atropela a dos outros?

Anónimo disse...

Vasco quando te vi este post, pensei que fosse tipo o manel a escrever.... (se calhar isto diz tudo...)


Mas sinceramente,.. vamos começar a dizer mal daqueles libertinos que andam na Galderice (uso este termo num sentido EXTREMAMENTE amplo e nao apenas no entido estrito)... Qualquer dia temos também uma policia dos costumes...

Não regridamos. A liberdade deve ser usofruida da melhor maneira por todos desde que nao interfira de uma maneira abusiva, na liberdade dos outros

Vasco PS disse...

Exactamente. A liberdade deve ter pelo menos o limite de não interferir na dos outros. O que não falta são pessoas que falam do seu direito à liberdade para encobrir excessos. Obviamente isto não é uma referência a uma "polícia de costumes"; isso seria um drama. Mas posso dar exemplos, a escola. O lamentável discurso do “deixe o menino dar asas à imaginação e responder por si”; no dia seguinte há cadeiras a voar pela sala de aula. A minha crítica dirige-se aos excessos que se têm vindo a cometer nos vários quadrantes sociais. Há um certo sentimento do, eu quero, posso e mando...porque sou livre, tenho esse direito, pouco me importa o que os outros querem. Até que ponto conhecemos tão bem os direitos e esquecemos os deveres? Aí está...do dever nunca ninguém fala. Da responsabilidade. Do bom senso. E agora isto é regredir? Penso que não. É evoluir em consciência. Penso eu, há falta de educação para a cidadania em Portugal.

Luís Paulo (Estudante de Direito) disse...

Vasco,

Tiveste oportunidade de desenvolver esse tema na"nossa casa", logo no começo do ano em A outra face dos Direitos!... , e
desperdiçaste-a.

Dizes que "do dever ninguém fala", pois eu falei bastante no referido Post.

E dizes que ninguém fala da responsabilidade?! Eu falo em Liberdade com Responsabilidade, no meu primeiro Blogue, num Post que tu já deves ter lido, a que dei o título, precisamente, de
LIBERDADE!... com RESPONSABILIDADE!...


Um verdadeiro problema do ser humano em geral (e eu sou um) é estarmos permanentemente a apontar os males do mundo e a apresentarmos soluções para eles, sem cuidarmos dos entes queridos que enfermam à nossa volta ou (pior) sem valorizarmos e/ou tratarmos as maleitas que nos corroem por dentro silenciosamente! Impiedosas!

Abraço!

P.S.: Eu... estou velho e sem cura! Não caias nos meus erros...

Vasco PS disse...

Caí, muito provavelmente, no erro da generalização. Espero que tenhas entendido o sentido. Mas aquilo que aponto quanto à liberdade e responsabilidade vai muito na linha do que já referiste. E também na questão dos direitos e deveres. No entanto, não posso concordar contigo quando afirmas que estás velho e sem cura. És um exemplo de juventude na nossa faculdade. Contam-se pelos dedos tais exemplos na FDUP.

Quanto à questão dos erros, bem, errar é humano, por algum motivo. E a busca de soluções para os problemas é uma constante num percurso de vida.

D. disse...

isto tomou um rumo muito diferente do que eu entendi. não acho que o vasco estivesse a dizer para sermos todos meninos de coro (esta piada vai fazer saltar a tampa ao asco), mas sim que a nossa liberdade não pode ser apenas usufruída com libertinagem. existem outras formas de a usar e exteriorizar.

Luís Paulo (Estudante de Direito) disse...

"Eu" entendi muito bem. Mas há quem não entenda (ou não queira entender).

Mas:

Ponto 1. És jovem e temerário (já tive essas duas características, agora resta-me a segunda) e não falta quem se aproveitará disso para te lançar aos lobos com o ar mais cândido do mundo e um sorriso nos lábios. E, se for preciso, ainda te pergunta, enquanto trinca uma maça: «então, "amigo"(?!!), como vai essa peleia?!

Ponto 2. Quem escreve em Blogues sabe que corre alguns riscos, alguns dos quais são :

a) Constantemente é deturpado o sentido do que se escreve (intencionalmente ou não);

b) 95% (ou mais) dos leitores não sabe ler nas entrelinhas e a confusão é total.

c) Quando se é bom demais é difícil não estarem de olho no "dito" (e olha que não é para o salvarem dos lobos).

Abraço!

P.S.:Estiveste muito bem na tua resposta. Obrigado!

Manuel Marques Pinto de Rezende disse...

a concepção de libertinagem parece-me sempre repleta de dubiez...

ser libertino implica atentar contra a liberdade? talvez num ideal estóico, a libertinagem seja um desvio do caminho para a liberdade, e não um abuso desta.
em certos casos, a libertinagem pode até ser o contrário da liberdade. no "admirável mundo novo" de aldus huxley, o poder central promove a distribuição de drogas entre a população e aconselha os habitantes a nunca praticar actos sexuais com o mesmo parceiro mais do que duas vezes. além de que os estímulos sexuais são ensinados às crianças desde pequenas.
o contrário da liberdade será a satisfação momentânea, porventura...

Ary disse...

Acho que esta provavelmente é mais uma discussão que só existe porque ninguém sabe o que o outro quer dizer com as palavras.

Vasco PS disse...

Ary, ao menos há discussão :)

Ary disse...

Não creio. Duas pessoas dizerem coisas diferentes sobre o mesmo tema não configura necessariamente uma discussão.

Street Fighting Man disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

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