Boas pessoal!
A Sociedade de debates vai organizar um campeonato e nós pensámos fazer entradas para as equipas, acompanhadas de música!
Como é que isso vai funcionar? Cada equipa quando entrar, vai entrar ao som da sua música. (wrestling style) :P
Isto vai implicar que cada equipa tenha a sua musica propria. Qualquer musica... desde quim barreiros, até à nona sinfonia..... todas são admissiveis
No entanto, e para ter mais piada e mais impacto, vamos tornar as músicas de cada equipa secretas até ao dia do seu primeiro debate.
Por isso, e dado que esta é a tarefa do departamento da diversão, eu quero que me enviem as musicas, (não é apenas o nome da musica, mas sim o ficheiro da musica) para o meu mail:
Dcanotilho@yahoo.com.br
Se houver musicas repetidas depois decide-se....
Abraço
segunda-feira, 30 de março de 2009
Musicas de Entree.... para o campeonato
domingo, 29 de março de 2009
sábado, 28 de março de 2009
FDUP 4 - UCP 1
Vitória clara e retumbante da FDUP, e mais, da Sociedade de Debates, em terreno da Católica.
quarta-feira, 25 de março de 2009
a criação do mundo
(A quem não tenha lido o livro e tenha intenção de ler - A criação do mundo, Miguel Torga - aviso que no texto se colocam citações que podem condicionar, para pior, a percepção da obra)
terça-feira, 24 de março de 2009
Ter ou não ter
domingo, 22 de março de 2009
FEP Debating Society
Não sei se faz grande sentido falar em apadrinhamentos quando nós também ainda estamos a dar os primeiros passos. Mais do que afilhados, sobrinhos, filhos ou enteados, estes nossos colegas de Economia criaram uma sociedade de debates que será a nossa "irmã mais nova".
sábado, 21 de março de 2009
Che
Missão do Jornalista
Pacheco Pereira, num texto de hoje do Público, tecia louvores ao Jornal Nacional da TVI, por comparação à qualidade jornalística dos meios de comunicação do Estado. Creio que não estou a distorcer o texto, se disser que o grande argumento por detrás dessa opinião se pode resumir da seguinte forma: o dever do jornalismo é bater a rebate, denunciar, incomodar quem está no poder.
sexta-feira, 20 de março de 2009
referências
É muito engraçado como os diversos grupos sentem necessidade de criar referencias.
No escutismo, há Robert Stephenson Smith Baden-Powell. É carinhosamente tratado por B.P. Mais solenemente, designa-se por "o fundador".
Há um livro "Escutismo para Rapazes", citado em múltiplas ocasiões.
Apesar de o movimento escutista dirigir-se a jovens entre os 6 e os 18/22 anos e de estar organizado numa complexa estrutura, o livro de referência é composto por pequenas "palestras de bivaque" dirigidas aos jovens ingleses do início do século XX, de 10/14 anos (inicialmente saídas em fascículos). Por outras palavras, não é óbice o facto de o livro de referência apanhar apenas uma pequeníssima parte do que é o escutismo, o que só se explica pelo seu valor simbólico. Há também expressões típicas, como pata-tenra.
Nos Estados, endeusam-se figuras históricas, ou certas épocas. Entre nós, há o rei que partiu com o nevoeiro, a literatura do século XIX, o inalcançavel Camões e o autodesignado "Super-Camões" (Fernando Pessoa), os descobrimentos como época áurea da raça lusitana, ... Há de tudo, para quem queira. E sempre prevalece a ideia de que é preciso encontrar pontos de apoio.
Vai-se a uma equipa de futebol amador e ouve-se que no tempo do presidente y é que era, os jogos históricos do passado, aquela vez em que se chegou aos oitavos de final da taça.
Nas faculdades, é o assistente, o professor, o catedrático. Mais o título do que o titular.
É voraz a necessidade de criar referências.
Isto é uma cabala*
Num debate que não foi dos melhores, salientam-se contudo as citações que levaram a audiência a reagir de forma mais viva. Desta vez encontram-se algumas suspeitas e outras hilariantes.
*Canotilho:
"se eu falasse estava a defender a moção dele"
Guilherme:
"se se falar do sexo, ele deixa de ser uma coisa tão badalhoca"
"sexo e saúde andam de mão dada"
"perguntava se estaria grávida por inserir o dedo no ânus"
Hugo:
"os benefícios do sexo são óbvios para as crianças"
"é importante para evitar pessoas"
"a população da terra só é sustentável até aos 4 milhões"
Bernardo:
"claro que nas camadas mais pobres existe falta de informação, mas isso nunca matou ninguém"
"iam meter flyers com mulheres nuas nas casas de banho"
"um psiquiatra que desse educação sexual"
Tiago:
"Se o país estivesse a ser invadido, o senhor ia pedir 15 minutos de preparaçao?" resposta do Canotilho "talvez, talvez"
Esta casa defende que a educação sexual nas escolas é desnecessária
Mesa:
Francisco (Presidente)
Maria João (Vice-presidente)
Daniela (secretária)
Governo:
Duarte Canotilho (20 pontos)
Bernardo Almeida (55 pontos)
Oposição:
Guilherme Silva (73 pontos)
Hugo Oliveira (46 pontos)
Num debate que contou com duas estreias, o tema prometia argumentos empenhados e com larga margem de discussão, juntando vários elementos para se assistir a um óptimo debate.
Claro que o grande desafio do debate foi contar com as duas estreias: o Hugo (FEP) e o Bernardo (Vice-presidente Actividades Académicas da ELSA Portugal).
Contudo, a bancada do governo tentou uma frustrada definição da moção claramente manipuladora do debate e fugindo ao tema pretendido, sendo portanto a moção desafiada pela bancada da oposição, o que foi aceite pela mesa de modo a tornar o debate possível. Contudo e infelizmente, o Primeiro- ministro (Canotilho), decidiu ao invés de argumentar, gastar os seus sete minutos reclamando da decisão da mesa e invocando uma suposta cabala. Daí o facto de ter recebido a pontuação mais baixa alguma vez atribuída na sociedade de debates.
Ora, estando o debate sem argumentos durante os primeiros sete minutos, claramente a tarefa do Hugo foi dificultada e talvez daí tenha vindo muito do nervosismo. Contudo, introduziu claramente seriedade no debate, trazendo argumentos interessantes como a questão das gravidezes indesejadas, dos métodos contraceptivos e a questão das DST’s, falando ainda das questões demográficas.
O Bernardo, iniciou o discurso de forma muito ponderada e séria, mas depressa descambou nos argumentos, fazendo algumas afirmações um pouco chocantes num estudante de Direito e virando o discurso para o lado canónico, ou não tivesse ele estudado na Universidade Católica do Porto.
Quanto ao grande vencedor deste debate, conseguiu trazer argumentos frescos ao debate e contar uma pequena história sobre os dramas da não existência de educação sexual nas escolas, o que sem dúvida deixou a audiência e a própria mesa sensibilizada. Sem contudo nunca deixar de lado o humor que tão bem o caracteriza.
quinta-feira, 19 de março de 2009
Equipas e Datas do Campeonato da SDD
Caros amigos, procedo à publicitação das equipas que irão debater, de acordo com o sorteio realizado antes do debate de hoje. Seguem também as datas de cada debate, sendo que eventuais trocas (de dias, não de "adversários"!) terão que ser acordadas entre as equipas e informadas aos restantes pelo blog.
Mantêm-se as quintas-feiras e o horário habitual, embora em alguns casos possa haver coincidência com outras actividades, para as quais chamo a atenção.
Equipa A: Rúben (Dr. Ferreira Ribeiro) e João (Big Show)
Equipa B: Guilherme e Daniela
Equipa C: Tiago e Noronha
Equipa D: Paixão e Canotilho
Equipa E: Ary e Hugo
Equipa F: Rui (Rámon) e André (Bastinhas)
Equipa G: Sérgio e Henrique
Equipa H: Flávio e Frederico
Debate 1 - A vs. B: 2 Abril (atenção - haverá uma conferência da AE durante a tarde)
Debate 2 - C vs. D: 16 Abril (atenção - semana de férias desportivas da FAP)
Debate 3 - E vs. F: 23 Abril (atenção - jantar do choro)
Debate 4 - G vs. H: 30 Abril (atenção - semana de chá com cinema do Cineclube)
Meia-final - vencedor debate 1 vs. vencedor debate 2: 14 Maio
Meia-final - vencedor debate 3 vs. vencedor debate 4: 14 Maio
FINAL - 21 Maio
É esta a única calendarização possível, visto que na próxima 5a feira não haverá debate, devido à participação de alguns alunos no MUN da ELSA da Católica; e retirando também a semana das férias da Páscoa (6-12 Abril) e a semana da Queima das Fitas (2-9 Maio). Pensei pois que juntar as duas meias-finais no mesmo dia se afigurou a melhor opção.
Por fim, informo que a Mesa dos debates será sempre composta por 3 destes 5 elementos fixos: Maria João Fonseca, Rui Fontinha Vieira, Ricardo Lima (Puto 17), Vasco Pereira da Silva e Marta Lima.
quarta-feira, 18 de março de 2009
Esta não vou ser eu a tentar explicar
Papa Bento XVI diz que a distribuição de preservativos pode aumentar o problema da SIDA.
terça-feira, 17 de março de 2009
segunda-feira, 16 de março de 2009
Propaganda/Publicidade Política
A CMP notificou há dias a candidatura de Elisa Ferreira para que sejam retirados os cartazes relativos à campanha autárquica, baseando-se para tal num regulamento municipal que define tempos e zonas em que a propaganda está proibida.
domingo, 15 de março de 2009
Mais violentos?
sábado, 14 de março de 2009
School Shootings
Sabiam que existe um artigo bastante extenso sobre "school shootings" na wikipedia, em pelo menos 12 línguas? Ou que as palavras estão presentes em pelo menos 32 milhões de páginas, de acordo com uma pesquisa no Google?
A caminho do Treblinka.
Cada vez mais me apercebo que tudo é uma questão de perspectiva.
O mundo limita-se a oferecer mensagens antitéticas. Abandona ao nosso arbítrio optar por um dos lados do Muro.
Num dia vemo-nos confrontados com a ideia de que utilizar transportes públicos é uma atitude de nobreza de princípios e elevadíssima consciência ambiental, já a dureza da realidade encarrega-se de nos esclarecer que os mesmos não passam de meros vagões onde se encurrala pessoas pobres de espírito e pessoas simplesmente pobres. Parte-se do princípio que a maioria sairá viva.
O vidro embaciado serve-me de pretexto para virar a cara a um bafio que me começara a entorpecer os sentidos e deixo-me inquietar pela inusitada forma de contacto humano que os autocarros proporcionam. Pergunto-me se o único momento em que verdadeiramente nos damos conta da existência dos outros é quando chocamos com eles.
Numa sociedade empedernida por normas de trato que ensinam a conter gestos e emoções, talvez a susceptibilidade de ser invadido pela sensação de vida apenas se torne possível através do toque. Todo o resto é uma permanente impressão de dormência e apatia que culmina ultimamente ou na total banalização do contacto ou no mais hermético distanciamento.
Uma frenética alienação extorque-nos o dia. Confundem-se rostos, perdem-se instantes, só as sensações permanecem, só aquilo que é captado pelos sentidos se torna intrinsecamente parte de nós. Na verdade, nunca recordamos as pessoas ou eventos como foram, mas sim como nos fizeram sentir.
Constrói-se sob os meus olhos uma imagem que não relembrarei senão por me ter perturbado. Parada no semáforo, observo, ‘Retrosaria’ ‘Lingerie‘ ‘Atoalhados’. Passeia-me pela mente a mulher que coloca as suas necessidades pessoais atrás das tarefas do lar. A mulher que entre panos do pó e toalhas de mesa se sente realizada, sem nunca se lembrar que ela mesma também precisa de tecidos que a componham. A mulher que nunca vive para si e, por não viver para si, não consegue viver plenamente para os outros. A mulher que, tal como eu, anda de transportes públicos, e, tal como eu, um dia jurou tentar tirar o máximo de proveito da vida. A mulher desanimada que agora vê a vida passar-lhe ao lado.
Também eu, através da translucidez do vidro, a vejo. Pelo estrangulamento da ampulheta, a areia não pára de cair. Continuo parada no semáforo. E se não houver retorno?
sexta-feira, 13 de março de 2009
A SDD é composta por meninos altamente snobes*
- O hino da SDD é a Lambada.
- Vou escrever uma anedota no quadro:
- Se for a copiar que alguém prossegue a felicidade...porque não copiar?
- A cópia faz a evolução do Homem.
- Nesta intervenção da oposição eu estava quase a repetir uma coisa que me aconteceu ontem: adormecer.
- Copiar é atingir um fim sem passar pelos meios.
- Falou na cópia da coca-cola. Por acaso já foi ao mini preço provar aquelas coca-colas rafeiras?!
Flávio
- ...porque o pensamento económico é optimização de recursos. O mundo é economia!
- Na minha escola havia 5 professores por sala a vigiar os exames nacionais. Quem conseguisse copiar ali era um génio - e entrava na faculdade.
- Então o monge inteligente é aquele que fica a fazer doces conventuais?!
Tiago Ramalho
- Não há diálogo! MJ
- Não acha que, num sistema de avaliação tão redutor e estrangulador, copiar é a vitória da criatividade sobre a memorização? Ary
- A cópia gera a decadência da humanidade. Então eu proponho a proibição da cópia, a par da proibição da tortura! Rui Borges
quinta-feira, 12 de março de 2009
Esta casa acredita que quem copia também tem mérito.
Mesa:
Maria João Fonseca (Presidente)
Daniela Ramalho (Vice-Presidente)
Rui Vieira (Vogal)
A favor:
Tiago Ramalho – 79 pontos
Nuno Paixão – 81 pontos
Contra:
Flávio Silva – 70 pontos
Rui Borges – 72 pontos
Foi este o tema escolhido para iniciar os debates do segundo semestre, contando com vasta assistência e bastantes caras novas a assistir e inclusive participar nas perguntas dirigidas aos oradores. O debate foi animado, sendo os quinze minutos de preparação das equipas ocupados pelas sempre bem-dispostas piadas de Guilherme Silva, que conseguiu animar os espectadores enquanto o tempo decorria.
Começado o debate pelo Paixão (Primeiro-Ministro), cedo se percebeu que o debate ia arranjar vários exemplos e argumentos favoráveis ao mérito da cópia, mesmo à partida sendo esta a posição mais complicada de defender. Tal como nos habitou, o Paixão usou o humor para captar a atenção da audiência, respondendo com audácia às várias perguntas que lhe foram colocadas. Quanto ao Flávio, mais uma vez mostrou que consegue dominar o discurso, mas voltou a perder-se em expressões pouco formais, embora tenha moderado a sua agressividade perante os adversários. Faltou ao seu discurso o aceitar perguntas, embora vários braços tenham sido levantados durante os sete minutos em que discursou.
O Tiago, ou não tivesse ele vindo da economia, socorreu-se do argumento económico para mostrar que copiar não é afinal assim tão mau, dizendo mais ou menos por estas palavras que “copiar não é assim tão mau, pois permite-nos economizar tempo para outras coisas”. O Rui teve os dez minutos de defesa da oposição, argumentando bem e acrescentando coisas ao que o colega de equipa já tinha dito, acabando por aceitar muitas perguntas e perder o discurso, com o excessivo número de perguntas aceite. Para terminar o debate, o Paixão teve as honras dos três minutos que normalmente podem decidir o debate e acabou por aproveitar da melhor forma, captando totalmente a audiência com a forma bem humorada com que geralmente dá cor aos seus discursos.
Em suma, foi um debate animado e um dos mais assistidos, o que se espera que se mantenha por todo o semestre. Salienta-se ainda o facto de a campainha ter tido casa cheia no dia em que se estreou!
terça-feira, 10 de março de 2009
Redes
segunda-feira, 9 de março de 2009
A(migos)
terça-feira, 3 de março de 2009
I Campeonato da SdD
Numa altura em que ainda tentamos encontrar professores para fazer o debate de onde sairão os adversários dos alunos vencedores, abrimos a partir de agora as inscrições para o I Campeonato da SdD.
domingo, 1 de março de 2009
O MEU Parlamento Europeu
De 25 de Abril a 1 de Maio o Parlamento Europeu, em Estrasburgo, acolhe centenas de jovens universitários, que poderão, durante uma semana, simular o jogo político de plenário e de bastidores que antecede a aprovação de legistação comunitária.
In mortis examine
Hoje decidi escrever-vos sobre outras escritas, até porque não só de Direito vive o jurista. Assim, lembrei-me de um livro de que gostei bastante, “As Intermitências da Morte”, o qual tenho por hábito referir em várias ocasiões. Deixo-vos a minha “crítica literária” sobre a mesma obra. Espero que gostem. Recomendo, vivamente, a leitura do livro.
“As Intermitências da Morte” é uma obra genial de Saramago, publicada em 2005. A frase inicial “No dia seguinte ninguém morreu”, transmitindo uma ideia de fim é apenas o início de uma das mais inteligentes e inesperadas avaliações à sociedade, alguma vez já concebida, por um português. É uma obra que reúne em 214 páginas uma ampla e divertida discussão acerca da morte e da vida, do amor, da coincidência, do destino e futuro, palavras-chave na idealização humana da sua vida.
Esta é a história de um país, sem nome, habitado por vulgares humanos, as nossas personagens, igualmente sem nome, que de um dia para o outro se vê diante do mais inexplicável acontecimento, a interrupção da morte. Durante sete longos meses, este país conhece a realidade de uma existência sem morte e todas as consequências que lhe estão implícitas. Saramago, de uma forma irónica vai reflectir sobre a existência do mundo tal como o conhecemos, criticando a sociedade, através das cómicas reacções dos mais variados sectores a este acontecimento, desde a Igreja ao Governo, passando pelas agências funerárias, lares de terceira idade, seguradoras, jornalistas... Está criado o cenário perfeito para o debate acerca de um dos temas que mais intriga a Humanidade desde sempre, a razão pela qual tudo o que nasce morre.
Inicialmente é-nos retratada a intermitência da morte, uma visão dos acontecimentos a partir do dia 1 de Janeiro, dia a partir do qual ninguém mais morreu naquele estranho país. Este é o momento mais cómico da obra, pois, o leitor passa a ter uma visão acerca das discussões causadas pela misteriosa pausa da morte e todos os problemas acarretados por esta. É-nos revelada a opinião da Igreja que se vê sem motivos para ter fiéis, pois eles não vão morrer; das agências funerárias que se passam a dedicar a enterros de animais domésticos; dos filósofos que vêm perder sentido múltiplas teorias, das famílias cujos familiares não morrem mas ficam como que em “coma” para a eternidade, dos lares de terceira e quarta idade, como ironiza o autor, sem espaço para receber estas pessoas. Destes grupos, destaca-se um, o Governo que tem de resolver este grande problema e se vê envolto nas mais diversas discussões, quer com os representantes sindicais, quer com a Igreja ou a recém-nascida “maphia”, substituta da antiga máfia, e que terá como propósito livrar-se dos corpos que ao passarem a fronteira para os países limítrofes morrem finalmente.
Passados setes meses e sete capítulos, uma misteriosa carta cria novamente o alvoroço entre os habitantes do molestado país, carta esta revelada na televisão, redigida pela própria morte que afirma que “a partir da meia-noite de hoje se voltará a morrer tal como sucedia, sem protestos notórios (...) ofereci uma pequena amostra do que para eles seria viver para sempre (...) a partir de agora toda a gente passará a ser prevenida por igual e terá um prazo de uma semana para pôr em dia o que ainda lhe resta na vida”. Estes passam a ser dias de grande tristeza para os que esperam pelo seu fim.
A última parte desta história é relatada de forma pessoal pelo autor. Uma das cartas, cor violeta, que a morte enviava como aviso aos humanos que iam morrer dentro de oito dias, voltou insistentemente para trás. Este vai-se apresentar como um caso único na existência da morte, pois é a primeira vez que alguém que devia ter morrido não morreu. Desta forma, a morte tira uma semana de férias para resolver este grande problema. Durante essa semana vai conhecer a vítima que lhe resistiu, descobre ser um violoncelista. Assim sendo, a morte torna-se numa bela mulher que seduz o artista para lhe poder entregar a carta que lhe tirará a vida. Ao ser humanizada a morte conhece a realidade humana mais certa, a seguir à própria morte, o Amor. Apaixona-se pelo violoncelista e desiste de matar, segundo o que sugere o final da obra: “A morte voltou para a cama, abraçou-se ao homem e, sem compreender o que lhe estava a suceder, ela que nunca dormia, sentiu que o sono lhe fazia descair suavemente as pálpebras. No dia seguinte ninguém morreu.”.