Sou um homem pobre, mas tivesse eu queda para o jogo e apostaria uma boa maquia em como nunca iremos saber quem são estes legionários e o Pseudónimo.
Assim, esta coisa da luta anónima vai ter apenas alguma piada. Aquela alguma piada que rapidamente se torna irritante, como aquela outra do "panisgas", ou a outra do "Que ganda bolta! Segue segue segue segue, passa o centro cultural...".
Não nego que toda esta pantominice demasiado intelectual e irritante vai tornar o verão de alguns mais azul, o de outros mais quente, e o de outros irritado, mas no fim tudo não passará de uma piada irritante de um autor anónimo.
No inicio do próximo ano lectivo, alguns virtuosos da comédia de ocasião tratarão de arranjar espadas e escudos para comparecer aos jantares da AE devidamente mascarados, onde serão feitos brindes a estes legionários feitos apenas de fumaça. Na próxima eleição para a AE surgirá uma lista fictícia composta apenas por celebres legionários: Maximus Decimus Meridius, Spartacus, Lucius Vorenus, Titus Pullo...
Para pesar do meu amigo Guimarães, o clube d’Os Guerreiros do Minho (com uma massa adepta também intitulada de Legião) será declarado como clube a que a FDUP é afecta e apoia…
E assim, com um piada demasiado elaborada, se torna um verão à partida insosso em algo mais apurado, mas ainda assim pouco consistente e nutritivo.
Não sou da AE. Tenho muitos amigos na AE, como os tenho fora dela. Não a vejo como a perfeita AE, longe disso, mas também não lhe descubro tantos defeitos como alguns fazem crer. Acredito piamente nos benefícios da troca de ideias e ideais, mas não acredito nesta fórmula algo impune de o fazer. Como li algures neste emaranhado de blogs que é a blogosfera da FDUP, o anonimato não é mais do que a livre expressão de ideais e afrontas sem qualquer responsabilidade. Isso não é liberdade de expressão, é impunidade.
Continuo sem perceber esta obsessão pela luta anónima. Frequento a FDUP há três anos - três bons anos - e não consigo deslindar nela qualquer réstia de violência e opressão de ideais. Não acredito que alguém fosse ou venha a ser ostracizado e perseguido apenas pelo facto de defender novos moldes e directivas para a AE. Não acredito mesmo.
Assim, continuo sem perceber esta obsessão, e se quem está por trás dela acredita que pode vir a sofrer pelo facto de criticar a descoberto é porque de facto está bastante alheado da realidade da FDUP. Sinceramente, e julgo mesmo estar certo, não conheço perseguidos na FDUP, mas apenas alguns auto-excluidos.
Não pretendo fazer deste texto um pedido de identificação aos já célebres anónimos. Não acredito ter assim tanto poder, e de facto, mesmo que o tivesse, nunca o faria. Os parâmetros em que todo o processo está a ser conduzido pelos seus autores não me deixam adivinhar boa coisa.
No meio de tanto barulho, trocas de muitas acusações e insultos mas poucas ideias, não consigo deixar de adivinhar que lá para Outubro haverá apenas uma lista a concorrer à AE. De novo.
E isso é triste.
filhos da Duna
Há 3 dias
6 comentários:
Guilherme, eu sou um defensor acérrimo do anonimato.
penso que dá ao criticador uma independência que poucos "desmascarados" têm coragem de ter. e depois, ao contrário de ti, penso sim que na FDUP há um clima de violenta (e virulenta) estupidez ofensiva, um misto de movimento de violenta crítica. basta ver quantas vezes se caiu em cima do Odisseia, e melhor, quantas vezes se caiu em cima da Legião, e a maneira como se caiu.
e depois, o anonimato combate a indiferença. se o autor do blogue Legião tivesse mostrado a cara, já há muito tinha sido desprezado, relegado para segundo plano, rotulado como "ó, mais um destes". assim, o mistério da sua identidade mantém o interesse pela sua escrita. se fosse hoje, e se soubesse o que sei, talvez nunca tivesse assinado o Café Odisseia com o meu nome. o anonimato seria o medidamento perfeito para muita da passividade e da falta de reação e preguiça mental que eu quero ver levantada.
e depois, essa conversa da impunidade é uma reminiscência de alguma tradição educativa marxista neste país, só pode ser. os melhores blogues ingleses e americanos (o Guy Fawkes e o The Devils Kitchen, no UK, por exemplo) são anónimos, sendo que somento o The Devils Kitchen revelou a sua idenditada recentemente. a discussão à volta do blogue Póvoa Online, no qual um autor de blogue anónimo desmascarou o autarca social-democrata, foi processado, e foi o anonimato que o protegeu.
por isso, penso que o anonimato pode prestar um grandioso serviço.
a impunidade que há é a impunidade de quem quiser ler o que o Legião escreve. quem quiser levar a sério o que ele escreve. se ele mostrasse a cara, achas que devia haver punição? mereceria a exclusão social pelo que escreve? e pensas que ele não sabe disso? pois o verdadeiro democrata, antes de pensar em punibilidades, pensará primeiro que se calhar pode ser que o outro tenha razão, e não mereça aquilo que temos em mente fazer. o anonimato é uma peça fundamental de uma boa discussão bloguística. ao contrário do que muitos fazem, eu permito comentários anónimos. não exigo que me revelem a identidade, apenas que me respeitem. até agora, não me pareceu que o Legião tivesse desrespeitado ninguém que não o tivesse desrespeitado antes.
e se a forma como ele tem atacado revela alguma má criação, fique sabido que os ataques que lhe foram feitos revelam muito bem o tipo de populaça que habita numa faculdade dita de Direito.
não estou a fazer a plena defesa da Legião, porque ele sabe defender-se a ele mesmo.
a forma como ele iniciou a discussão na blogosfera foi inocente. começar pela caixa de comentários nunca dá bom resultado.
admiro acima de tudo um bom trabalho, e espero que seja o que ele mostre, quanto mais não seja para divertir o meu divino sentido de humor e porque me dá pica. agora como é que ele o faz, não me parece o mais importante.
Não concordo em 99% do texto ctg Manuel...O anonimato pode ter virtudes, mas quem tem cojones tem algumas mais...
És tu não és? lool, gostas tanto de uma boa guerrinha que não me admirava :D
É pena não ter tempo para comentar mais profundamente, porque me vou ausentar neste momento, durante uns dias do mundo internáutico(esta palavra existe)...de qualquer forma a minha resposta já foi dada no meu blog o4uarto.blogspot.com.
E acabo dizendo que o Guilherme é um rapaz bastante atraente.
guilherme silva escreveu um texto sério. existem lágrimas a cair em meu rosto :P
não, Hugo, não sou, porque sinceramente, tenho de admitir que não sou suficientemente activo na minha vida académica para saber "podres" e "coisas que mais ninguém sabe".
de facto, gosto de uma boa "guerrinha", mas aparentemente não sou o único :P
tu vias 'roma' guilherme? hehehe
a parte triste da história é mesmo a de no fim da história não haver uma lista alternativa à actual direcção, um grupo consistente capaz de promover o debate sem ser debater por debater, ou implicar por implicar. o guilherme tem razão. é quem nem um possível consulado de arturius e claudius logrou fazer uma lista para a AE
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