terça-feira, 1 de julho de 2008

À Guerra

(Acho que começou a chover. Calei o Seu Jorge e ele deu lugar aos Manowar.)

Já muito se falou de violência neste blog no entanto sem nunca se tocar a violência última: fogo, explosão, aço, suor e sangue – a guerra.
Revia há dias Platoon de Oliver Stone, e não deixava de pensar “como pode algo tão belo emanar de algo tão feio?”. Terá afinal a guerra algo de belo?
Há tempos discutia com um amigo se seria a guerra o “catalisador óptimo” das verdadeiras virtudes do Homem. Afinal, em que outra circunstância será de tal forma determinante a destreza e força física e intelectual?
Surgiu-me depois nova questão. Será a guerra o único acto diplomático verdadeiramente eficaz? Afinal, nenhum outro acto diplomático produz tão evidentes consequências (não apenas juridicas). Nenhum outro acto diplomático é tão perceptível às populações como uma declaração de guerra ou trégua. Nenhum outro acto diplomático deixa tão relevantes marcas na história mundial, ou na do mais ínfimo povo.
Enfim, quando tratando divergências diplomáticas, será a guerra a opção a seguir depois da diplomacia, ou será a guerra o último acto diplomático a seguir?

(Parou de chover. Manowar não é fixe, vou voltar ao Seu Jorge.)

11 comentários:

Ary disse...

Já sentia saudades tuas Guigui, ainda bem que voltaste.
Também acho que a guerra tem a sua beleza e que é sem dúvida catalizadora. O mau é que não é só bela como feia (talvez por isso consiga nela o belo sobressair de maneira diferente) e não é só catalizadora do bom como do mau que há em cada um.
A guerra é a situação extrema por excelência. É vida ou morte, é dominar ou ser dominado, é o "all in" dos governantes. E é nessas situações limites que as pessoas são obrigadas a defenir-se: a serem boas ou más, óptimas ou péssimas, caridosas ou cruéis, humanas ou monstruosas.
A maioria de nós passa a vida sem passar por esses momentos de defenição em que as nossas opções ficam reduzidas e somos obrigados a ser nós próprios. As guerras são o melhor antídoto do cinzentismo em que passamos muita da nossa vida. Mas a que custo? E quanta aleatoriedade!

A guerra é um dos piores flagelos com que a humanidade se pode deparar [ponto final]

Lá por só de noite se conseguirem ver as estrelas e o céu parecer mais brilhante, não quer dizer que haja mais luz de noite que de dia.

Anónimo disse...

Esta casa acredita que "Enquanto houver luz há sombra"

Abraço!

Manuel Marques Pinto de Rezende disse...

caraças, isso é excessivamente filosófico.
esta casa acredita que seria desastroso deixar henrique maio decidir aquilo que a casa acredita.

D. disse...

esta casa defende que referir manowar num texto é meio caminho andado para voltar a relembrar as capas dos seus cd's. viva manowar. ou talvez não. lol

Guilherme Silva disse...

Daniela, não é suposto uma menina da tua idade conhecer as capas dos Manowar.
Vá, volta lá para o quarto e brinca com as Barbies e os pequenos unicórnios (não incluidos).

:)

Ary disse...

Eu só conheci agora e hoje é o primeiro dia do resto da minha vida!

Anónimo disse...

Há duas ressalvas que se devem fazer ao teu texto, guilherme:
a primeira é que a beleza da guerra está acima de tudo no modo como no-la contam. Em filmes, em livros, sempre que conhecemos histórias de bravura e de esperança, estamos a deparar com o lado bom da coisa. Não nos mostram o resto da vida daqueles homens que acordam a meio da noite desesperados, que vivem permanentemente em guerra em tempo de paz. Um dia no Vietname, outro em casa. Um dia a matar para não ser morto, outro numa sociedade onde a coerção é monopólio do Estado. Um livro muito engraçado de Philip Roth trata disso: A Mancha Humana. Chega a ser desesperante estar a ler páginas e páginas sobre um ex militar americano do Vietname. Muita gente que mais não na vida pode ver um "amarelo" sem espingardar; que vÊ um inimigo em todo o lado; que, e muitas vezes sem nenhuma culpa própria, nunca mais consegue voltar à vida em sociedade. Depois vêm os filmes e assim...Belas histórias. Mas parece-me que mais não são que luzes no meio da noite. E mesmo aí há filmes em sentido contrário: Censurado, de Brian de Palma. Angustiante...

Quanto a forma eficaz de diplomacia, dou-te meia razão. É forma eficaz de por fim a conflitos internacionais, mas jamais de diplomacia. A diplomacia musculada não pode ser solução.

A guerra é última solução. E quando realmente o é, gentes de vários lugares e crenças partem para a batalha (veja-se o exército republicano espanhol na guerra civil...Hemingway?). E se a ganham, contam belas histórias e tentam lançar o que de mau se passou para trás das costas.

Mas a guerra é intrinsecamente má. É para o militar, em concreto, matar o outro porque é "o inimigo". Só por isso. "Porque é o seu dever"...

canoas_o_Mercenário disse...

Esta casa defende que a guerra é o expoente maximo da condiçao humana.
Aqui se mostra a fragilidade dela
mas é aqui que ela se mostra numa situação limite com a adrenalina ao maximo, Tankes Metrelhadoras Avioes......... Morte por todo o lado é algo k o nosso instinto.. o nosso subconsciente internamente anseia

Eu sou conhecido como belicista.. adoro Tanques e avioes e armas e a maneira como se articulam... e não nego um dos meus sonhos era pegar num Tank Leopard ou num T-34 e fazer explodir umas cenas... No fundo no fundo qq pessoa gostaria de usar material belico... dai o fascinio por ele

Felizmente há jogos de computador que nos permitem fazer isso Haha

Francisco disse...

Certeiro, o Tiago, na primeira ressalva. Subscrevo.

Guilherme Silva disse...

Venho por este meio comunicar que oficialmente tenho medo de Duarte Canotilho.

canoas_o_Mercenário disse...

Be Afraid.... Be very Afraid... Fwhahahahahahahha DOOMSDAY IS COMING

Guilhas às vezes não sei como seria a minha vida sem ti pa!!!
XD

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