Ontem, vasculhando um antigo bloco, (re)descobri um breve poema com que havia deparado numa viagem de metro.
(original em galês, tradução de Ana Maria Chaves. De Menna Elfyn)
O primeiro encontro com o mar
É o que mais se aproxima
Da descoberta de uma maravilha.
Corremos felizes para as suas gargalhadas
Até à extensa orla dos seus contos
Truísmos que as línguas proclamam.
Compreendemos afinal que por mais
Barcos que naufraguem em seus escolhos
Os mares não deixam de ser belos. –
Esse primeiro encontro com o mar –
O que mais se aproxima
Da descoberta de uma maravilha.
É não apenas no primeiro mas também nos sucessivos encontros com esse azul instável, em praias com mais areia do que guarda-sóis, pára-ventos, geleiras, tendas, bandeiras e bandeirinhas, bolas coloridas ou gastas pelos ares, que o mar volta a ser uma eterna descoberta de uma maravilha. E aí, quase como Rosseau, e de tão bom o sentimento, ficamos perto de acreditar que somos bons selvagens.
filhos da Duna
Há 3 dias
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