sexta-feira, 15 de agosto de 2008

discrepancias de tons

Abençoado instituto o do direito de resposta, previsto no 37/4 da nossa Constituição. Tem a valia de me retirar constrangimentos morais por ocupar este espaço a replicar o que devia ser feito numa caixa de comentários. Juridicamente será um tu quoque: se da mesma não te serviste, da mesma não me servirei. E o citado número 4 do artigo 37º prevê condições de igualdade e eficácia para o exercício do dito direito.
Cá vai a minha réplica.
Os factos. Elementar, meu caro Manel, elementar.
1. “O Tiago analisa o eterno confronto sofista/filósofo já vindo da Grécia Antiga”, disseste. Aconselho-te a ler o texto. Não é sobre isso. É sobre díptico palavra/ mensagem que, por seu turno, se cruza com o de sofista/ filósofo. É de facto uma excelente temática, mas não a que escolhi.
2. “ele vê uma profanação do seu ideal filosófico, da sua estoicidade de discurso”. Não, não vejo isso. Tu, sim, vês-me a ver isso. Quando usas um tom agressivo serves-te de recursos de que não me serviria. Não que profanes coisa alguma; limito-me a não me identificar com os mesmos. Creio que tem as suas valias – já as referi – e não as troco por tuta e meia de espectáculo.
3. “De facto, a beleza do argumento, para o Tiago, ficará prendida ao uso de uma mensagem sublime e racional”. Onde é que disse isto?
4. “A falácia, segundo o Tiago, nascerá da má compreensão de um texto, do desvio da sua original mensagem, pelo uso do tom” Também não disse isto.
5. “Não, Tiago, não posso concordar contigo. Mais do que o tom, o Conteúdo da Palavra é o verdadeiro e nuclear elemento” Teria o maior prazer que lesses a caixa de comentários do post. Na poesia, o conteúdo da palavra é o nuclear elemento? Ou é a própria palavra que alcança primazia?
6. “Mas o tom, isso, nunca será um preceito da mensagem. É algo dependente da aceitação dos receptores, e a eles cabe avaliar”. As palavras são signos que remetem para significantes; há signos que não são inequívocos (até porque as palavras são signos convencionais), podendo gerar dúvida. Nesse sentido o tom influencia a mensagem, na medida em que pode levar o destinatário a representar diferentes significantes. Teoria da linguagem, pois então.
A parra
Manel, preludiando o teu tão caro post, disseste que me lançavas um desafio. Depois de o ler, perguntei-me: que desafio? De debater exactamente o quê?
Não percebeste a mensagem a que quis chegar no meu post e, pior, não procuraste melhor perceber, e pior ainda, imputaste-me um discurso que não fiz. É fácil, muito fácil. Enfim, discorreste um pouco sobre tudo e nada, sobre uma suposta temática que eu havia escolhido.
Parabenizo-te, no entanto, pelo fabuloso exercício criativo. Não há muitos que consigam escrever tanto com suporte tão pouco, imputando a terceiros um discurso que não foi pronunciado. E com tanta convicção, com tanta confiança.
Agora concluo que talvez tenha sido o desafio de descobrir, mais uma vez, que "a democracia é uma sensação de barulho".
A uva
De todo o modo, sempre que estiveres pronto a debater, cá estou. Observa mas é o ónus de conhecer o texto.

7 comentários:

Manuel Marques Pinto de Rezende disse...

também eu, Tiago, vou ter de me queixar do tom do teu texto, então.
mas queixo-me porque não analisaste o ponto por mim posto, nem sequer te deste ao trabalho de descortinar a mensagem nele contida.
limitaste-te a resolver os erros de interpretação que eu fiz do teu texto, criticaste as visões (resumidas, e logo à partida incompletas ou vulneráveis ao erro) que eu fiz do teu sistema de discurso, da tua opinião.
interessou-te mais debater a forma como eu escrevi àcerca da tua opinião que toda a mensagem sobre a falácia contida no argumento de alguém que defendia uma das facções no debate Geórgia/Rússia.
se é para discutir isto, eu desisto e concordo mesmo contigo, fazendo mesmo a pergunta: "mas afinal, qual desafio?"

TR disse...

"limitaste-te a resolver os erros de interpretação que eu fiz do teu texto, criticaste as visões "
não o nego manel. Foi exactamente o que fiz, e o que quis fazer. Daí também ter postado, como que um repor do sentido do meu texto. Creio que era o que qualquer um de nós faria perante um texto que, afinal, punha na nossa boca palavras não pronunciadas.
Não obstante, creio ter apanhado uma substancial parte do teu texto.

Quanto "caça da falácia" sim, estiveste bastante bem. Mas discutir falácias é complicado...ou a pessoa identifica mal, ou não identifica, e outros interpretes corrigem, ou a pessoa identifica bem, e aí mais não resta do que parabenizar.

Venha o silogismo.
P. a pessoa identifica bem, e aí mais não resta do que parabenizar.
p. Manel identificou bem.
C. como referi, estiveste bastante bem.

TR disse...

e, claro, parabens:)

Hugo disse...

mta parra nos vossos últimos textos...

:D

TR disse...

certeiro, hugo:)

Ary disse...

[uma gargalhada sonora] Oh pá! Se eu fosse o Tiago convidava o Manuel para um duelo de pistolas às seis e um quarto em frente à Igreja da Sé, mas parece que não vai ser desta que sou convidado para ser testemunha.

Anónimo disse...

è interessante k se tenha fugido do tema para entrar em ataques pessoais... Eu n gosto de ir para essa parte!
MAs pronto foi interessante

vou responder aki..
1. A verdade manel é k as pessoas interpretam as minhas ideias de varias maneiras.. é verdade k eu estava a insnuar k tu tavas a insinuar k eu era comunista! E eu odeio.. k as pessoas ponham palavras ou ideias na minha boca.. Generalizam... tal como eu NO GOZO generalizei k tu por seres MOnarquico teres de apoiar o "czarismo" Russo COmpreendeste agora! So isso

Espero k com isto se acabem os ataques pessoais entre mim e ti.. e o tiago e eu!

De resto preferia um duelo de esgrima.. com GILLETES
=D

Enviar um comentário