1. Excertos da entrevista de Andrea Rizzi a Gorbachov, no El país de 9/9/2008. Tradução minha.
"A Europa deveria impulsionar uma nova arquitectura de segurança europeia com a constituição de um Conselho de Segurança Continental. Um directório em que estejam representadas todas as nações europeias e, por exemplo, com poderes para acções de paz."
"Pode-se confiar numa Rússia responsável se a tratarmos como um sócio ao mesmo nível [socio a la par]. Temos experiência, história, potencial para competir no mundo. Não dançaremos ao ritmo da música dos outros. É igual que seja jazz ou outra. A Rússia tem a sua própria música"
2. Excertos da crónica de Marek Halter, também na dita edição.
"O General de Gaulle deixou a OTAN em Março de1966 porque pensava, com razão, que a Europa devia aprender as lições da 2ªGM e defender-se por si só. Que, ainda que EUA e França compartilhassem os mesmos valores, os seus interesses nem sempre coincidiam (recordemos a guerra do Iraque). Enfim, que se a Europa queria ver a luz, uma Europa do Atlântico até aos Urais, era para poder apresentar a mil milhões de pessoas uma alternativa distinta à eleição entre o liberalismo selvagem e a planificação inflexível."
"O conflito georgiano é um conflito europeu. A Rússia, diga o que se disser, também faz parte da Europa. Pode-se conceber o nosso continente, a sua cultura, sem Tolstoy, Dostoievsky, Chégov, Tchaikovsky, Stravinsky, Kandinsky e Malévich? Ou sem os ballets russos?
O surpreendente é que alguns dos meus companheiros de luta pelos direitos humanos continuam, como os dirigentes dos países de leste, a cobrar velhas contas. Mas faz pena que, para se oporem a Moscovo, acabem no mesmo lugar que um presidente norte americano ao ponto de marchar para deixar o seu legado: um mundo em chamas e uma crise económica sem precedentes."
cita o autor Dostoievsky, que escreveu no seu Diário: "sou absolutamente igual a um inglês, não? Portanto, há que respeitar-me, porque todo o inglês é respeitável."
(peço desculpa pela pouca fluidez da tradução)
"A Europa deveria impulsionar uma nova arquitectura de segurança europeia com a constituição de um Conselho de Segurança Continental. Um directório em que estejam representadas todas as nações europeias e, por exemplo, com poderes para acções de paz."
"Pode-se confiar numa Rússia responsável se a tratarmos como um sócio ao mesmo nível [socio a la par]. Temos experiência, história, potencial para competir no mundo. Não dançaremos ao ritmo da música dos outros. É igual que seja jazz ou outra. A Rússia tem a sua própria música"
2. Excertos da crónica de Marek Halter, também na dita edição.
"O General de Gaulle deixou a OTAN em Março de1966 porque pensava, com razão, que a Europa devia aprender as lições da 2ªGM e defender-se por si só. Que, ainda que EUA e França compartilhassem os mesmos valores, os seus interesses nem sempre coincidiam (recordemos a guerra do Iraque). Enfim, que se a Europa queria ver a luz, uma Europa do Atlântico até aos Urais, era para poder apresentar a mil milhões de pessoas uma alternativa distinta à eleição entre o liberalismo selvagem e a planificação inflexível."
"O conflito georgiano é um conflito europeu. A Rússia, diga o que se disser, também faz parte da Europa. Pode-se conceber o nosso continente, a sua cultura, sem Tolstoy, Dostoievsky, Chégov, Tchaikovsky, Stravinsky, Kandinsky e Malévich? Ou sem os ballets russos?
O surpreendente é que alguns dos meus companheiros de luta pelos direitos humanos continuam, como os dirigentes dos países de leste, a cobrar velhas contas. Mas faz pena que, para se oporem a Moscovo, acabem no mesmo lugar que um presidente norte americano ao ponto de marchar para deixar o seu legado: um mundo em chamas e uma crise económica sem precedentes."
cita o autor Dostoievsky, que escreveu no seu Diário: "sou absolutamente igual a um inglês, não? Portanto, há que respeitar-me, porque todo o inglês é respeitável."
(peço desculpa pela pouca fluidez da tradução)
1 comentário:
de facto tiago, é mesmo esse o grande objectivo que eu vejo para a europa. estar entre o liberalismo selvagem (que eu não reconheço nos EUA, se era essa a intenção das afirmações do presidente de gaulle) e a planificação exagerada (que tanto pode ser a nível económico como a outros sectores).
no entanto, em que é que estes factores cooperaram para a actual situação europeia?
não terá sido o isolamento euroa-americano, em relação à russia, isolamento tão anti-liberal, que causou estes danos?
não terá sido uma questão de vontades conflituosas, entre um cáucaso aberto à cultura e competição europeia, e uma rússia amiga da europa que nos arranjasse gás natural para tomarmos banhinho quentinho a bom preço, sem nos preocuparmos com os povos que são esventrados pelos oleodutos?
é um ideal muito bonito tiago, mas perguntemo-nos:
o que é que a rússia tem a ganhar com uma união com a europa? muito, dizemos nós. desde paz e estabilidade nas fronteiras, a um mercado ainda mais amigável.
mas então porque não acontece isto?
porque a pergunta tem de ser posta antes desta maneira:
o que é que a rússia de putin tem a ganhar com um união (económico/militar) com a europa?
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