sábado, 4 de julho de 2009

poder*

Tenho medo!
Medo da incompreensão e da desilusão. Medo esse capaz de me levar à apatia e ao isolamento. Mas, pior que essa solidão castradora, que apenas me pediria que me habituasse a ela, tenho medo em relação a controlar outrem. Tenho medo de sentir o apelo ao Poder. Tenho medo de me tornar arrogante e de impôr a minha visão aos outros. Medo esse sem grau... Receio tal limitação à minha humanidade, aquela minha condição que me faz ser igual a outrem e que me faz partilhar as mesmas necessidades que todos reconhecem e sentem.
No dia em que o Poder me dominar, esta estulta posição, fará com que me deixe de preocupar pelo que os outros pensam e sentem, deixarei de ver os outros como iguais. Um autoritarismo desmedido que me fará impôr o meu mundo a todos os outros. Eles serão meus súbditos e a rebelião não terá lugar. Deixarei de ser Homem para me considerar um Deus.
O Poder limita a beleza das Ideias. E uma ideia com base em tão pérfido sentimento, ao perpetuar-se no Tempo, levará a uma corrupção sem limites do nosso próprio coração. Pior que aquele que odeia o Homem é aquele que nasceu a amá-lo e, deformando a razão de seu coração, procura a sua superioridade face aos seus semelhantes.
Tenho medo...
E, enquanto, souber falar desta forma simples, tal qual uma criança trocista, saberei que em mim habita o Respeito.

aditamento: * Porém, ao sentir medo por tal apelo, torno-me frágil e pronto a ser corrompido... Triste condição.

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