quinta-feira, 9 de julho de 2009

"You and what army?"

Era uma vez um temível pirata que cruzava os mares em busca de ouro e fama. Durante anos saqueou grandes navios, queimou cidades inteiras, perdeu a conta às vidas que levou. Mal sabia ele que havia cometido o erro de ser contemporâneo dO Grande Alexandre, o homem que conquistou da Grécia à Índia, da Pérsia ao Egipto, tudo quanto havia para conquistar. O imperador-deus, sabendo das actividades dos piratas, organizou uma grande frota para capturar o pirata e trazer paz aos mares. A armada de Alexandre cedo subjogou as embarcações dos piratas e levou o seu chefe junto do imperador, para que este decidisse do seu futuro. Alexandre perguntou então ao pirata: "Como ousas tu infestar os mares? Pretendeste tornar-te seu senhor?" O pirata retorqui: "Como ousas tu infestar a terra? A mim que tenho um pequeno barco chamam-me ladrão, a ti que tens uma grande frota chamam-te imperador."

Eu já sabia do fenómeno, mas só quando li aqui que o negócio das empresas militares valia 100 mil milhões de dólares por ano é que me apercebi da sua dimensão. Se fossem meia dúzia de sujeitos pagos a soldo eram assassinos, como fazem parte de uma grande multinacional são trabalhadores por conta de outrém. Se o cabecinha tivesse vinte ou trinta a seu mando era um mafioso, como tem mil é um empresário. Há cada uma!

Talvez seja preconceito, mas se rios privados, segurança social privada ou serviço nacional de sáude privado me parecem conceitos perigosos, mais me parece o de exércitos privados - talvez por mexerem com armas e carros de combate e terem muito poucos problemas em matar gente quando não têm a missão de o fazer...

E o Direito que feche agora os olhos que isto não é para ele ver.

7 comentários:

Street Fighting Man disse...

há uns tempos saiu um jogo de vídeo que abordava essa temática. jogabilidade tipo half life e assim tás a ver? a acção era num futuro próximo, onde os países tinham abdicado dos seus exércitos passando a existir apenas exércitos privados no mundo, sendo o personagem principal um soldado dum desses exércitos. penso ter sido a partir daí que ponderei a questão dos exércitos privados. com o repúdio crescente da guerra na opinião pública (e outr acoisa não seria de esperar) a tendência para eliminar o ius belli das características fundamentais de um Estado fortalece-se. o que faz a porca torcer o rabo é que a guerra é um trabalho sujo mas que alguém tem de fazer. e vai haver alguém disposto a pagar a peso de ouro por isso, certo? quanto mais não seja para despejar o armamento acumulado em stock. alimentar umas guerrilhazitas em áfrica ou na américa latina quem sabe. temo mesmo que com o rumo das coisas, a privatização das forças armadas seja uma realidade num futuro não muito distante. até porque as grandes nações usam o armamento de forma empresarial. admirará a alguém que um dia os especialistas, os empresários de gema, tomem as rédeas?

Ary disse...

Não desejo mesmo um mundo desses para ninguém.

Hugo Volz Oliveira disse...

De notícias parecidas também já tinha ouvido falar, inclusive no 60 Minutos aquando da guerra no Iraque. Agora aquele site russo é que é qualquer coisa :P

Ary disse...

O Pravda é um jornal esquesito hoje em dia ...

Maximilien Robespierre disse...

Tres bien!

Quando penso que o Jardim Gonçalves pode andar por aí no seu jacto privado com os quarenta guarda costas armados pagos pelo BCP, tremo pela soberania estadual nas Ilhas Caimão face a essa perigosa milícia ;p

Ary disse...

xD

Duarte Canotilho disse...

O problema seria que se os paises desarmassem entao o mundo seria refem desses exercitos privados

E outro problema, Imaginem bombas atomicas na mao desses lideres. Se o lider fosse meio avariado começava guerra por tudo e por nada...

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