segunda-feira, 20 de julho de 2009

Cabeça na Lua

Faz hoje 40 anos que o primeiro homem pisou solo lunar, dando assim "um pequeno passo para homem, mas um enorme salto para a humanidade". E há algo nesta coisa dos aniversários, porque parece que as mesmas forças se recriam ciclicamente. Celebramos a vida todos os anos depois do nascimento e depois da morte, celebramos o amor todos os anos depois do casamento ou do namoro, celebramos a grandeza de Portugal no 10 de Junho, a coragem e a independência no 1 de Dezembro, a família, a generosidade e a esperança no Natal, no 25 de Abril a liberdade. Enquanto ser simbólico, que comunica apenas por símbolos, necessitamos destas datas, destas referências, destas celebrações colectivas.

Aniversários são sempre boas alturas para fazer contas. Conscientemente ou não, nos nossos aniversários fazemos contas à vida (o que é que aprendi? tomei as escolhas certas? é mesmo esta vida que eu quero? vale a pena?) e quando fazemos anos de namoro também (continuo apaixonado? é esta a pessoa com quem quero passar o resto da minha vida? vale a pena?). Podemos não chegar a nenhuma conclusão, ou pelo menos não a uma conclusão verbalizada, mas a reflexão raramente é em vão.

E assim perguntamos hoje: O que é que é aprendemos? Que significa esta data para mim? Valeu a pena?

Quarenta anos depois as palavras de Kennedy continuam a servir-nos de guia. "But why, some say, the moon? Why choose this as our goal? And they may well ask why climb the highest mountain? Why, 35 years ago, fly the Atlantic? Why does Rice play Texas?

We choose to go to the moon. We choose to go to the moon... (interrupted by applause) we choose to go to the moon in this decade and do the other things, not because they are easy, but because they are hard, because that goal will serve to organize and measure the best of our energies and skills, because that challenge is one that we are willing to accept, one we are unwilling to postpone, and one which we intend to win, and the others, too. (...) Many years ago the great British explorer George Mallory, who was to die on Mount Everest, was asked why did he want to climb it. He said, "Because it is there."

Well, space is there, and we're going to climb it, and the moon and the planets are there, and new hopes for knowledge and peace are there. And, therefore, as we set sail we ask God's blessing on the most hazardous and dangerous and greatest adventure on which man has ever embarked."

A Lua foi aí o que sempre tinha sido para escritores, poetas, filósofos e outras espécies de sonhadores: um mundo inteiro de sonhos a ser sonhados, um pedaço de terra impossivelmente longe, mas tentadoramente perto. Mas talvez de todos os discursos, de todas as histórias, de todos os poemas e livros, talvez de entre todas as formas e feitios em que vêm embalados os sonhos, aquele que mais me marcou tenha sido o pequenotestemunho de Paul Pausch. "So what were your childhood dreams? I had a really happy childhood! I mean, no kidding around: I was going back through the family archives, and I was surprise I couldn't find a picture where I wasn't smiling. (...) And there I actually there have a picture of me dreaming. I did a lot of that. You know, there was a lot of "wake up's". I was born in 1960. When you are 8 ou 9 years old, and you look at the TV set and the men are landing on the Moon anything's possible. And that's something we shouldn't loose sight of: the inspiration and the permission to dream is huge".



Pergunto-me hoje o que verão as crianças 8 e 9 anos hoje na TV, ou na internet, que lhes abra assim horizontes, que as deixe sem respiração, que as emocione, que as ensine que é gigantesco o espaço que temos para a sonhar, que são inesgostáveis as nossas fontes de inspiração, que é possível. Que em cada homem e mulher está essa capacidade para ser fazer o que nunca ninguém fez, para ousar ser diferente, para desafiar todos os que vieram antes, para ir mais longe, mais rápido, mais alto, para ser mais forte e mais ágil. Para ser melhor, para ser único, que é simplesmente outra maneira de dizer: para serem elas próprias. Porque todos respondemos com o melhor que há em nós quando chamados a fazer algo grande, algo maior do que a vida. No fundo, algo que nos faça sonhar com novas Luas e novos saltos para a Humanidade.


3 comentários:

Guilherme Silva disse...

Estava com receio que nenhum dos nossos colunistas habituais mencionasse tão excelsa data.

E sim, compreendo-te, e tenho até alguma inveja da canalha que viveu esses dias e sonhos.

Será que a nossa nova "ultima fronteira" é bater o contrato de 94milhões de euros do Ronaldo? :)

Joking, but not that much.

Duarte canotilho disse...

Sabes segundo um gajo do observatorio nacional, no final do século nos já temos naves tripuladas a viajar para plutão.
(eu sinceramente não acredito. Acho que o grau de normalidade do homem é o de um esquizofrénico) Como Raio vamos nós até plutão? Temos de ter uma tecnologia avançadissima, algo que normalmente so se desenvolve em climas de guerra. Duvido sinceramente que aquilo aconteça, e alias esses discursos de que dentro de um seculo os humanos ja colonizaram o sistema solar, faz me lembrar os discursos do Dan Quayle sobre colonizar marte antes que os sovieticos o consigam xD

O avanço tecnologico vai nos levar longe, mas duvido que seja tão cedo.

Ary disse...

xD O tens toda a razão Guilherme.

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