sexta-feira, 26 de junho de 2009

coisas* (adm)

Administrativo é um teatro onde o Ponto controla até a mais sagaz vontade de contradizer o texto escrito pelos detentores do Poder. Edifica-se uma máscara que muitos se atrevem a chamar de livre arbítrio e de garantia dos direitos e interesses dos particulares, todavia tal é negado pela simples perspicácia daquele que foi corrompido pelo Poder.
Imagina-se um Templo, onde as pedras unidas são incapazes de sustentar a podridão de uma semente que se ajola no meio delas.
Jubila-se! A Lei é cumprida, o Poder limitado e tudo é reconduzido ao interesse Público e à máxima satisfação das populações.
O Ponto ri-se dos Excêntricos que discutem sobre a perfeição ou imperfeição do sistema que ele edificou. As vozes são apagadas e do sussurrar nunca ninguém se lembra em verdade. Somos conduzidos! Belo rebanho! Requerimentos e requerimentos! Procuramos a satisfação pela esperança de ser ouvidos, pela fé no sistema. O Ponto ri-se novamente! Tudo está escrito e nada foi deixado ao acaso!
Brinquemos neste nosso teatro! E interessa a rebelião? Claro que não! Servidão absoluta! Aquele que se revolta é despojado de seus direitos, viva a mendicidade!
De tudo isto, o que me lança para o desespero é saber que o Ponto é ele próprio um títere do Teatro que construímos com tanto suor. Tudo está tão empenhado a ser o que é que nos esquecemos do sabor doce a montante desta Realidade. Cegos ficamos e a cegueira nunca é doce!
Resta alguma esperança?
Verdes olhos eu desejo, para que ao acordar, serpentes e castelos se desvaneçam na minha realidade.

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