quarta-feira, 10 de junho de 2009

Portugal

4 comentários:

André Levi disse...

Vá lá, Ary... Eu sei que tu és universalista e tal, mas diz-me se não vale a pena lutar e dar a vida (e mesmo tirar algumas) por uma terra, por uma gente e por uma História (projectável num Futuro, se assim se desejar) como estas?

Ary disse...

Tudo depende das circunstâncias. Eu tenho orgulho em ser português, mas do Portugal nação e não do Portugal Estado, portanto lutaria pelo primeiro e não pelo segundo.

Eu gosto muito deste povo, mas as dos outros não devem ser piores. Claro que me dizem menos, há um vínculo a esta terra e a estas gentes que não procuro ignorar, mas acho que nos temos de guiar por padrões mais elevados de justiça, perceber que as nacionalidades e cidadanias são acidentais e que há desígnios maiores que os nacionais.

Enquanto a união familiar, o bairrismo, o clubismo, o patriotismo, o europeísmo, o ocidentalismo forem expressões naturais do vínculo que nos une a quem de nós está mais perto, a quem é mais parecido connosco, a quem partilha uma cultura que nos leva a ter orgulho é na nossa história, nas tradições, na forma de agir e pensar, então estamos perante algo saudável, porque todos nós precisamos de nos agarrar a alguém. Se defendesse que devíamos ter a todos um igual vínculo isso seria defender uma vida sem amigos.

O problema está quando pensamos que não temos nada a aprender, quando um dos vínculos, ou alguns dos vínculos nos fazem esquecer que a nossa humanidade nos liga a todos com mais força do que uma cultura, uma história, uma tradição, uma terra, um clube, um partido, um hobby, um curso.

O perigo é ceder a formas refinadas de egoísmo como aquela em que se transforma o nacionalismo, confundindo o essencial com o acessório. Entre a Humanidade e Portugal e escolho a Humanidade.

Ana Cristina disse...

"Portugal oferece a possibilidade de nao fazer nada " ?

Ary disse...

Em linguagem publicitária isso quer dizer que é bom sítio para passar férias se quiseres descansar.

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