Talvez um dia criem um jogo chamado civil law manager, ou designação semelhante.
Um jogo muito simples.
Haveria manchas azuis, vermelhas, verdes, amarelas e pretas.
As azuis simbolizariam os espaços sobre os quais o manager teria direitos reais (aqui só haveria, nos direitos reais de gozo, o de propriedade) e sobre os quais exerceria poderes de facto, ou melhor, sobre os quais, querendo, poderia exercer poderes fácticos.
As vermelhas - o nosso prisma é o do manager - os espaços em que já não seria possuidor, embora ainda titular do direito real. A circulação da posse é diferente da dos direitos: nisto bem atentou o nosso programador.
As verdes aqueles espaços sobre os quais o manager é possuidor mas não tem direito real. Às vezes tornam-se azuis, claro. Chama-se usucapião e, no jogo, o nosso manager comemora como se marcasse um golo.
Sobre as amarelas não teria direitos reais nem posse. Seriam coisas absolutamente alheias - diz-se no jogo, sem preocupações conceptuais.
As pretas eram domínio público.
Depois haveria as pontezinhas. O manager podia falar com outros players e construir pontes de espaço para espaço. A isto se chamaria, no jogo, obrigações.
Como se cumpria, no jogo, a obrigação? Bem, o nosso manager, ou seu representante (lacaios), subiria a ponte e no momento em que tocaria a terra conquistada ela virava de amarelo (ou verde) para azul e a ponte desaparecia automaticamente.
Quando fossem direitos reais de aquisição, além da ponte, nasceria um muro alto à volta do terreno a adquirir, mantendo-se este da mesma cor. Cumprida a obrigação, o muro desaparecia, e também mudava a cor.
De vez em quando chegava um helicópetro, dizendo "expropriação urgente" e os terrenos começavam a virar pretos. Aí, o nosso homenzinho ficava irado e começava a ler livros rapidamente, muito nervoso. Às vezes, nestas alturas, chegava um senhor muito apresentável com uma pastinha debaixo do braço, bem como com um volume branco com uma faixa vermelha, e um arquinho pequenino na parte de baixo da capa, com o qual o manager conversava. Senhor muito convicente.
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Esta a minha proposta do civil law manager. A segunda versão já contará com o direito de acesso aos tribunais e com homenzinhos à pancada. É dizer: haverá um toquezito de responsabilidade civil e penal.
Para perseguir o target de mercado e fidelizar os actuais clientes.
8 comentários:
Tá msm espectacular.
Confesso que não estou a gostar nada estudar isto(parece-me td tão a abstracto) portanto dispenso o jogo..Mas se calhar com esse jogo percebia bem melhor...Vê lá se o crias em flash ou assim. lool
Eu ainda não li o livro de isntruções mas fiquei com vontade de jogar. :)
voltei a reler e ainda achei mais espectacular... :D
Dr. Tiago Ramalho.
Devo dizer que a sua ideia é brilhante! Já nao tinhamos nada do género desde o Sim City 3000
É com prazer que desde já o convido para passar 3 semanas de estagio na nossa sede em Berkley California. Para ajudar nessa nova aposta da Eletronic Arts, que vai ser o Civil Law Manager.
Pretendemos no entanto usar direitos reias menores como Usufrutos, acessoes etc...
E pretendemos também utilizar a responsabilidade penal, atraves da incersao de roubos e furtos por pessoas no jogo. E também queremos por empresas a fazer negociatas e ocupações abusivas. Tal como expropriações por parte de autarcas corruptos... etc. Já vimos que há cidades como Gondomar que têm disso tudo e é divertido. Faz RIR.
Portanto DR. Tiago Ramalho Achamos que esse estagio todo pago em Berkley California de 3 semanas é util. Esperamos que nos contacte em
SucursaldaEAemportugal@gmail.com
Atenciosamente
Bruno Mateus
Director do grupo de Olheiros da EA
Quem me dera ter pensado em algo do genero. Muito bom :)
Não sei porque mas o meu deve ter vindo com um erro qualquer.. deu Game Over e esta a fazer loading só que pelos vistos só volto a jogar a 24 de julho..
no meu caso, o jogo veio sem a opção casos práticos...onde posso reclamar?
É o prob da fase de testes..apontaremos a falha, hugo!
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